quarta-feira, 23 de janeiro de 2008


“...e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas”. (Gênese, cap. I)

Nova luz maravilhosa alvorece no horizonte do mundo fenomênico. No tépido regaço das águas, prepara-se o planeta para acolher o primeiro germe, princípio de novo modo de existir. O momento é solene. O universo assiste à gênese da suprema maravilha, amadurecida em seu seio, através de períodos incomensuráveis de lenta preparação, quase consciente do esforço titânico da Substância nascente, da qual brotará, no ponto culminante, a síntese máxima: a vida. Nasce a flor mais complexa e mais bela, em que mais límpido transparece o conceito da Lei e o pensamento de Deus. Deus, sempre presente no âmago das coisas, aparece sempre mais evidente à proporção que se ascende, em sua progressiva manifestação, Deus aproxima-se de Sua criatura.
Ao detonar da primeira centelha nos confins extremos do mundo dinâmico, saturado de passado e totalmente amadurecido, o universo tremeu evocador e clarividente.
A matéria existira,
movimentara-se a energia,
mas somente a vida saberia:
chorar ou alegrar-se,
odiar ou amar,
escolher e compreender;
compreender o universo e a Lei
e pronunciar o nome de seu Pai: Deus.
Nasce a vida; não a forma que vedes, mas o princípio que por si criará aquela forma para si mesma, como veículo e meio de ascensão. Naquele princípio que animará a primeira massa protoplasmática, existe o germe de todas as sucessivas e ilimitadas realizações da nova forma da Substância; para cima, subindo sempre, até às emoções e às paixões, permanece o germe do bem e do mal, de todo o vosso mundo ético e intelectual. A fuga eletrônica de um raio de sol transformar-se-á em beleza e alegria, sensação e consciência.
[63 - A GRANDE SÍNTESE - Nas fontes da vida ]

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