quarta-feira, 22 de junho de 2011

Transformando o ódio em amor



"O canal Discovery da Net, recentemente mostrou a experiência realizada por alguns cientistas em torno do desenvolvimento e do comportamento dos gêmeos no útero materno. 


Foram registradas cenas impressionantes onde os fetos se comportavam como se estivessem se agredindo mutuamente. Os cientistas afirmaram tratar-se de espasmos naturais do desenvolvimento fetal, entretanto, diante das cenas apresentadas, onde um dos fetos parecia se defender da agressão, não pude deixar de analisar o fato dentro da visão espírita. 


Com certeza, sem generalizar, esses espíritos provavelmente foram inimigos de outras vidas que, ligados por laços obsessivos gerados pelo ódio e, agredindo-se mutuamente durante longo período, fundiram-se em uma simbiose infeliz. 


Ao se submeterem à uma nova encarnação na condição de gêmeos, apesar do esquecimento providencial de que são acometidos, o subconsciente de cada um deles registra a presença hostil do outro, da qual tenta se defender ou agredir instintivamente. 


Ao consolidarem a reencarnação enfrentarão períodos de animosidades a partir dos primeiros anos de vida no plano físico, entretanto, dotados da mesma aparência, aprenderão a ver no outro a si mesmo, conseqüentemente amenizando a adversidade.


Alguns poderão contestar a nossa visão, entretanto ela não nasceu apenas da teoria Espírita, mas sim de fatos que comprovam a influência psíquica do espírito reencarnante sobre as pessoas a que se liga desde o momento da concepção. 


Quantas mulheres a partir do momento em que ficaram grávidas, passaram a sentir aversão pelo marido e até mesmo sentir ódio. Isso geralmente ocorre quando o espírito que retorna pelo renascimento, é alguém que no passado teve sérios conflitos com o esposo. Da mesma forma que, quando é um espírito amigo, estimula os laços de afinidade e de amor."

sábado, 11 de junho de 2011

Cada encontro está carregado de perda. Ou de perdas. Às vezes duas pessoas se amam (casados, solteiros, amantes, namorados), se encontram e são felizes. Ao fim da felicidade, um deles chora. Ou fica triste. Ou baixa os olhos. Ou é invadido por inexplicável melancolia.
É a perda que está escondida no deslumbramento de cada encontro!
O encontro humano é tão raro que, quando surge, vem carregado de todas as experiências de desencontros que a pessoa já teve. E que a espécie já sofreu.
Quando está perto de alguém e não consegue expressar tudo que está claro e simples em sua cabeça, está tendo um desencontro.
Aquela pessoa que lhe dá extremo cansaço de explicar as coisas é alguém com quem se desencontra.
Aquele que só emite, pouco lhe dando condições de intercalar os seus pontos de vista, é outro com quem se desencontra.
Aquele a quem admira tanto, que lhe impede de falar, também é um agente de desencontro, por mais encontros que tenha com a arte dele.
A pessoa que só pensa naquilo que vai fazer e não naquilo que está a dizer para ela, é alguém com quem se desencontra.
A pessoa que já vem conversar consigo, com posições definidas e tomadas, é alguém com quem se desencontrará.
Alguém que o ama ou o detesta, sem nunca ter sofrido ao seu lado, é alguém desencontrando consigo.
Cada desencontro é perda, porque é a irrealização do que teria sido uma possibilidade. E a experiência de tantos desencontros é o que marca os raros encontros que a vida permite.
A própria vida é uma espécie de ante-sala do Grande Encontro (com o Todo? O Nada?). 
Por isso, talvez, seja ela a provocação de desencontros preparatórios da penetração na essência do ser.
Mas, por isso ou por aquilo, cada encontro está carregado de perda. A perda é mais adivinhada do que sentida. E ao acto de sentir-se feliz, intensamente feliz, associa-se a idéia do passageiro que é tudo, do amanhã cheio de interrogações, da exceção que aquilo significa. E uma tristeza muito particular se instala - a tristeza feliz!
A tristeza feliz não é a que deriva das grandes dores, frustrações ou amarguras. É a que se associa ao momento bom, como perda inerente a cada encontro, como sentimento da certeza de que tudo aquilo passará. É a consciência do não ter na hora de ter.
Tristeza feliz é a que só surge depois dos encontros verdadeiros, tão raros. 
Encontros verdadeiros são os que se dão de si mesmo para si mesmo, e não de inteligência para inteligência, de concordância para concordância, de interesse para interesse.
Os encontros verdadeiros prescindem de palavras, Prescindem, até, do clássico "precisamos conversar". Eles se realizam em cada pessoa na parte delas que se sublimou, ou ficou pura, melhor ou louca, mas a parte que responde a carências muito antigas e a certezas anteriores aos factos.
É mais fácil, para quem tem um encontro verdadeiro, acabar triste pela certeza da fluidez da felicidade vivida, do que sair cantando a alegria da felicidade vivida ou trocada.
Quem se alegra demais, se distancia da felicidade.
Felicidade está mais próxima da paz que da alegria, do silêncio que da festa, do encontro que do debate.
A alegria é "dom divino, filha do Eliseu", como dizia Schiller, o poeta, no verso que abre a "Nona Sinfonia", de Beethoven, mas ouso dizer que ela é Divina na medida em que é um dom, uma graça, uma centelha doada aos Homens para enfrentar a vida. Eu diria que a alegria não é felicidade e que a felicidade, muitas vezes, está mais perto da tristeza do que da alegria.
Felicidade está perto da tristeza, porque a certeza da perda sempre se instala a cada vez em que estamos felizes.
Cada encontro está carregado de perda.
E até na outra, se existe (e permitirá o encontro redentor), precisou da perda desta vida.
É esta certeza - a da perda - a que provoca aquela lágrima ou aquela angústia que, não sabemos o porquê, as vezes se instala após os verdadeiros encontros. Há sempre uma despedida em cada alegria. Há sempre um "e depois?" após cada felicidade. Há sempre uma saudade na hora de cada encontro. 
Artur da Távola
retirado com devido respeito de: http://itupura.blogspot.com/