quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DIANTE DA SAUDADE


Senhor, diante da saudade daqueles que não mais se encontram conosco, que o desespero e a revolta não nos tomem de assalto o coração...

Todos viveremos no Teu infinito Amor.

Não existe separação entre aqueles que verdadeiramente se amam!

A saudade é uma ponte de luz unindo as duas extremidades do abismo que o tempo cavou...

Concede-nos a devida paciência para esperarmos o reencontro com os que se distanciaram de nossos caminhos.

Que a saudade em nós não se transforme num culto doentio à ausência dos que se foram!

Qualquer sentimento que nos impeça de aceitar a Sábia Vontade de Deus é mero capricho da alma.

Convertendo saudade em esperança, transmutaremos dor em alegria, treva em luz.

Mestre, que a saudade não nos seja um rio caudaloso de tormentosas paixões!


Pelo Espírito: Irmão José
Do livro: Preces e Orações

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Deus


Tal o eixo sobre que repousa o edifício universal. Esse o farol cujos raios se estendem por sobre o Universo inteiro, única luz capaz de guiar o homem na pesquisa da verdade. Orientando-se por essa luz, ele nunca se transviará. Se, portanto, o homem há errado tantas vezes, é unicamente por não ter seguido o roteiro que lhe estava indicado.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A fé que assegura


Montado em seu cavalo, o rico fazendeiro dirigia-se à cidade como fazia freqüentemente, a fim de cuidar de seus negócios.

Nunca prestara atenção àquela casa humilde, quase escondida num desvio, à margem da estrada. Naquele dia experimentou insistente curiosidade.

Quem morava ali?

Cedendo ao impulso, aproximou-se. Contornou a residência e, sem desmontar, olhou por uma janela aberta e viu uma garotinha de aproximadamente dez anos, ajoelhada, mãos postas, olhos lacrimejantes...

Que faz você aí, minha filha?

Estou orando a Deus, pedindo socorro... Meu pai morreu, minha mãe está doente, meus quatro irmãos têm fome...

Que bobagem! - disse o fazendeiro. O Céu não ajuda ninguém! Está muito distante... Temos que nos virar sozinhos!

Embora irreverente e um tanto rude, era um homem de bom coração. Compadeceu-se, tirou do bolso boa soma de dinheiro e o entregou à menina.

Aí está. Vá comprar comida para os irmãos e remédio para a mamãe! E esqueça a oração.

Isto feito, retornou à estrada. Antes de completar duzentos metros, decidiu verificar se sua orientação estava sendo observada.

Para sua surpresa, a pequena devota continuava de joelhos.

Ora essa, menina! Por que não vai fazer o que recomendei? Não lhe expliquei que não adianta pedir?

E a menina, feliz, respondeu: Já não estou mais pedindo, estou apenas agradecendo. Pedi a Deus e ele enviou o senhor!

Segue-me


"Segue-me e deixa aos mortos o
cuidado de enterrar os mortos."
- Jesus. (Mateus, 8, 22)





Jesus não recomendou ao aprendiz deixasse
"aos cadáveres o cuidado de enterrar os cadáveres",
e sim conferisse "aos mortos o cuidado
de enterrar os seus mortos".

Há, em verdade, grande diferença.

O cadáver é carne sem vida,
enquanto um morto é alguém
que se ausenta da vida.

Há muita gente que perambula
nas sombras da morte sem morrer.

Trânsfugas da evolução,
cerram-se entre as paredes da própria mente,
cristalizados no egoísmo ou na vaidade,
negando-se a partilhar a experiência comum.

Mergulham-se em sepulcros de ouro,
de vício de amargura e ilusão.
Se vitimados pela tentação da riqueza,
moram em túmulos de cifrões;
se derrotados pelos hábitos perniciosos,
encarceram-se em grades sombra;
se prostrados pelo desalento,
dormem no pranto da bancarrota moral, e,
se atormentados pelas mentiras
com que envolvem a si mesmos,
residem sob as lápides,
dificilmente permeáveis, dos enganos fatais.

Aprende a participar da luta coletiva.

Sai, cada dia, de ti mesmo, e busca sentir
a dor do vizinho, a necessidade do próximo,
as angústias de teu irmão e ajuda quanto possas.

Não te galvanizes na esfera do próprio "eu".

Desperta e vive com todos, por todos e para todos,
porque ninguém respira tão somente para si.

Em qualquer parte do Universo,
somos usufrutuários do esforço
e do sacrifício de milhões de existências.

Cedamos algo de nós mesmos, em favor dos outros,
pelo muito que os outros fazem por nós.

Recordemos, desse modo, o ensinamento do Cristo.

Se encontrares algum cadáver,
dá-lhe a bênção da sepultura,
na relação das tuas obras de caridade, mas,
em se tratando da jornada espiritual,
deixa sempre "aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos"

Emmanuel/Chico Xavier
do Livro Fonte Viva - FEB