terça-feira, 29 de março de 2011

Oração da gratidão

Creio em Deus, Grande Arquiteto do Universo, em seu duplo aspecto de Pai e Mãe, e na Força Crística, que é o Amor Divino implantado no mais íntimo de toda a humanidade; Creio na Igreja Universal, que é invisível e no Espírito Santo, como Divino Fogo Espiritual de purificação e de amor.
Creio que, antes de me fazer um só com o Espírito Universal e compreender a ação da Lei Espiritual, deve morre o o ser inferior e emergir o ser superior e novamente nascer.
Creio que eu próprio julgarei as minhas faltas e encontrarei minha punição, esclarecido pela grande Luz de Deus que está dentro de mim.
Creio em um Deus de Amor, que é o Pai e Mãe de toda humanidade, e na comunhão e trabalho conjunto dos anjos e das almas regeneradas.
Creio em minha união com todos os reinos da Natureza e no sagrado de toda a vida, e esforçar-me-ei, com ajuda de Deus, para ver o bem em tudo para me abster de tudo aquilo que conduz à vaidade, à ilusão, à impureza e ao apego ao poder terrestre, esforçar-me-ei por estar ao lado dos aflitos, por dar conselhos sinceros e impessoais a todos que procurem minha ajuda e por enviar pensamentos de paz aos que lutam e aos que sofrem. Farei todos os dias algum trabalho para Deus e obedecerei às leis da hospitalidade.
Tentarei cumprir minhas tarefas diárias de bom coração e tão preparado quanto me permitam as circunstâncias.
Lembrar-me-ei de que sou o templo de Deus Vivo. Procura-Lo-ei interiormente, sabendo que no mais íntimo nasce o Radiante, que é o Senhor do passado e do futuro, Senhor de todos os espaços e que, no entanto, está sempre mais próximo do que a própria mão.
Creio que pelo esforço contínuo chega-se ao eterno, e que pela união com os Pais Divinos, desejos e tristezas desaparecem.
Creio que se quiser a libertação dos renascimentos, devo cumprir a Lei, compreender a natureza do Fogo Celestial e alcançar a Sabedoria Oculta.
Procurarei que a minha mente não seja perturbada pelas coisas do mundo, e não ser dominado pelas paixões e egoísmo. Procurarei ser paciente no sofrimento e ter o contentamento e a gratidão.
Lembrar-me-ei que todas as épocas foram nutridas pela Majestade de Deus - a Essência Crística que impregna a tudo, e que todas as raças foram chamadas a ouvir a Voz de Deus, cada uma sob o aspecto e forma que mais lhe rema propícios.
Assim, com esse conhecimento, estarei em harmonia com tudo e poderei reverenciar a Deus em qualquer tempo e lugar e sob qualquer aspecto que O encontrar.
 Amém.

-Violeta Mafra-

terça-feira, 22 de março de 2011

A individualidade pertence ao Espírito imortal.

O Genoma Humano e a Identidade do Espírito(Alexandre Fontes da Fonseca*)
"Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade."

As pesquisas sobre o Genoma Humano fazem surgir controvérsias a respeito da identidade de cada indivíduo. Porém o Espiritismo ensina: a individualidade pertence ao Espírito imortal.

Os avanços no sequenciamento da molécula do DNA de vários seres vivos, incluindo o ser humano, estão permitindo aos cientistas descobrir as causas de uma série de doenças, como o câncer, proporcionar o desenvolvimento de produtos geneticamente modificados e abrir perspectivas quanto à manipulação dos genes ainda durante o processo de formação do feto. Porém, essas pesquisas tem gerado o surgimento de questões éticas como a questão do comportamento humano ser conseqüência de determinados genes.
O professor de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de Genebra (Suíça), Prof. Dr. Alex Mauron, questiona a crença de que todas as características do ser humano, incluindo os comportamentos e sentimentos de ordem psicológicas, são comandados pelos genes. Ele batiza essa idéia de "Metafísica genômica" pelo fato do Genoma ser considerado como sendo a "alma" de cada indivíduo. Os Espíritos são bastante claros a esse respeito:

361. Qual a origem das qualidades morais, boas ou más, do homem?"São as do Espírito nele encarnado. Quanto mais puro é esse Espírito, tanto mais propenso ao bem é o homem."

370. Da influência dos órgãos se pode inferir a existência de uma relação entre o desenvolvimento dos do cérebro e o das faculdades morais e intelectuais?"Não confundais o efeito com a causa. O Espírito dispõe sempre das faculdades que lhe são próprias. Ora, não são os órgãos que dão as faculdades, e sim estas que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos."

Porém, o professor Mauron não defende nenhuma tese espiritualista. Ele acredita que, em algum momento ao longo do desenvolvimento embrionário, existe algum tipo de evento material que determina a emergência da identidade pessoal do indivíduo. Essa "crença" (note que essa idéia não possui prova científica) reflete a postura materialista por parte do professor Mauron e da comunidade científica.


O Espiritismo sela a questão ao ensinar que a causa de nossos comportamentos e de nossa identidade reside na nossa alma ou Espírito. As questões 150 e 152 de O Livro dos Espíritos elucidam:

"150. A alma, após a morte, conserva a sua individualidade?"Sim; jamais a perde. Que seria ela, se não a conservasse?

"152. Que prova podemos ter da individualidade da alma depois da morte?"Não tendes essa prova nas comunicações que recebeis? Se não fôsseis cegos, veríeis; se não fôsseis surdos, ouviríeis; pois que muito amiúde uma voz vos fala, reveladora da existência de um ser que está fora de vós."

A chave para o problema da identidade de cada indivíduo está na pré-existência da alma que a traz consigo. A prova disso são as comunicações dos Espíritos que ao desencarnarem deixaram apenas o corpo físico e levaram tudo o que aprenderam. Lamentamos que a humanidade não reconhece isso como comprovação da sobrevivência da alma. O Genoma, do ponto de vista da Doutrina Espírita, é, portanto, apenas uma ferramenta do Espírito que o recebe para cumprir determinada tarefa no mundo material.

"Não interessa o que causou nossos problemas e doenças mas sim como resolvê-los. "... se eu puder solucioná-los com um remédio ou cirurgia, não preciso responsabilizar- me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto." (grifo do autor).

Assim, a pesquisa do Genoma Humano favorece a filosofia do ser objeto e nos faz lembrar daquele antigo argumento dos que se eximem da reforma íntima: "... o espírito é forte, mas a carne é fraca". Hoje, esse argumento se torna "... mas o genoma é fraco...". É mais fácil crer que os nossos temperamentos desequilibrados são decorrentes dos nossos genes do que nos esforçarmos por reformar nossas tendências. É mais fácil acreditar que um dia a Ciência, com uma cirurgia, nos fará seres perfeitos do que acreditar no esforço próprio.
Felizes que somos por conhecer a Doutrina Espírita que nos ensina perfeitamente o que é causa e o que é efeito. A causa reside em nosso Espírito. O efeito são os nossos atos, palavras e pensamentos. O corpo físico é apenas instrumento para que possamos trabalhar na obra da co-criação.

Nesta matéria apresentamos e discutimos algumas questões éticas sobre o Genoma Humano, abordadas no meio acadêmico, que esbarram em ensinamentos espíritas. Acreditamos ser importante que o movimento espírita tenha ciência dessas questões e de como o Espiritismo se posiciona diante delas. Nossa intenção aqui foi a de "encarar" essas questões sobre o Genoma Humano mostrando que os ensinamentos dos Espíritos constituem uma perfeita solução para elas.
***


Artigo publicado na Revista Internacional de Espiritismo, Jan/2004, pgs. 624-626.

(*) Alexandre Fontes da Fonseca é Doutor em Física pela UNICAMP e "Post-Doc" no Instituto de Física da USP. Atualmente, o autor é "Post-Doc" no Departamento de Química de Rutgers, The State University of New Jersey, EUA.


Fonte:
http://sejaespiritaonline.blogspot.com/2008/08/o-genoma-humano-e-identidade-do-esprito_22.html

O ciúme

Tal sentimento, difícil de definir, pode ser considerado normal ou patológico. Para se ser ciumento é preciso ser perseverante no objeto do amor e é preciso um grau importante de frustração nesta intenção de amar. O individuo julga sem muita base que não é correspondido e começa a desenvolver uma cascata de sentimentos torturantes que o levam a sentir raiva, mas não poder manifestá-la, a sentir temor e não poder fugir, a querer se impor e ter medo de perder, a querer não sentir e ficar mais confuso.
Da fé no amor chega ao desespero... Por isso, o ciúme é considerado um demônio perturbador e desestruturante da personalidade onde o indivíduo vive o que acha que é, mas não tem certeza, mas que também não pode ser de outra forma. Não há ciúme sem inveja e insegurança. O ciumento por amor a vida deseja amar e se não o consegue passa a agredir-se e a agredir o seu companheiro sem racionalizar, embora se considere culturalmente um sentimento feminino, os homens são muito ciumentos.
O que gera o ciúme é o desejar... O que alimenta o ciúme é o frustrar-se. Gostaria de trazer para reflexão cinco comportamentos ciumentos destrutivos:
Primeiro: Ciumento queixoso - é aquele que implora, falando ou em silêncio, o amor que pensa não receber. Usa de agressividade com pitadas de covardia, pois se esmera em ofender dissimuladamente. Sente-se ofendido e frustrado e é capaz de interpretar um papel, com cena e tudo, para demonstrar sua insatisfação.

Segundo: Ciumento trombudo - introvertidos e desconfiados por natureza, demonstram grande imaturidade afetiva, ficando "de tromba" quando o companheiro não corresponde. Usa o silêncio e a frieza para revidar a não correspondência. Faz greves intermináveis. Sua atitude de fuga o torna um ciumento crônico, pois não se confronta com o motivo que o faz ressentir-se.

Terceiro: Ciumento recriminante - com o dedo em riste, este ciumento, meio maníaco, meio paranóico, explica minuciosamente os motivos de suas desconfianças. Se sente prejudicado por não ser amado como gostaria. Acusa e faz vexame em público. Usa frases insultantes, agressivas e são chamados de imperialistas do amor. Não admitem que o seu par seja daquele jeito, que o ame daquela maneira, tem de ser como ele quer. Policia o comportamento e as atitudes do companheiro, e este "coitado" vive eternamente num salto alto. Intimida e usa o ciúme como uma arma para justificar sua agressividade.

Quarto: Ciumento autopunitivo - é o ciumento que se sente infeliz por amar. Inflige-se a própria tortura da desconfiança e se pune se afastando de quem gosta. Dispõe-se a desaparecer se for preciso. Deixa de comer e tenta o suicídio de maneira QUE NÃO MORRA. Cria todas as facilidades para que o outro o traia, para dizer que "a culpa é sua", criando uma armadilha para o outro.

Quinto: Ciumento vingativo - este é da época de Moisés: "- Olho por olho, dente por dente". Pensa: "Me traiu... me aguarde". Se se sente abandonado, restitui o sofrimento que se julga vítima, compete com o par e imagina represálias para punir a quem julga amar. A frase para este ciumento: "Aqui jaz o cadáver do amor".
http://www.espirito.org.br/portal/palestras/irc-espiritismo/palestras-virtuais/pv050402.html

quarta-feira, 16 de março de 2011

"Lei de Destruição"

O Livro dos Espíritos - Parte Terceira
Capítulo 6 - "Lei de Destruição"
Destruição necessária e destruição abusiva
728 A destruição é uma lei natural?
– É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar. O que chamais destruição é apenas transformação que tem por objetivo a renovação e o melhoramento dos seres vivos.


729 Se a destruição é necessária para a regeneração dos seres, por que a natureza os cerca com meios de preservação e de conservação?
– Para que a destruição não ocorra antes do tempo preciso. Toda destruição antecipada dificulta o desenvolvimento do princípio inteligente; é por isso que Deus deu a cada ser a necessidade de viver e de se reproduzir.


731 Por que, ao lado dos meios de conservação, a natureza colocou ao mesmo tempo os agentes destruidores?
– O remédio ao lado do mal, já dissemos, é para manter o equilíbrio e servir de contrapeso.

732 A necessidade de destruição é a mesma em todos os mundos?
– É proporcional ao estado mais ou menos material dos mundos e cessa quando os estados físico e moral estão mais depurados. Nos mundos mais avançados as condições de existência são completamente diferentes.

733 A necessidade da destruição existirá sempre entre os homens na Terra?
– A necessidade de destruição diminui e se reduz entre os homens à medida que o Espírito se sobrepõe à matéria; é por isso que se constata o horror à destruição crescer com o desenvolvimento intelectual e moral.

738 a) Mas nesses flagelos o homem de bem morre como o perverso; isso é justo?
– Durante a vida, o homem sujeita tudo ao seu corpo; mas, após a morte, pensa de outro modo e, como já dissemos, a vida do corpo é pouca coisa; um século de vosso mundo é um relâmpago na eternidade. Portanto, os sofrimentos que sentis por alguns meses ou alguns dias não são nada, são um ensinamento para vós e servirão no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, compõem o mundo real. (Veja a questão 85.) Esses são filhos de Deus e objeto de toda a sua solicitude; os corpos são apenas trajes sob os quais aparecem no mundo. Nas grandes calamidades que destroem os homens, é como se um exército tivesse durante a guerra seus trajes estragados ou perdidos. O general tem mais cuidado com seus soldados do que com as roupas que usam.

738 b) Mas nem por isso as vítimas desses flagelos são menos vítimas?
– Se considerásseis a vida como ela é, e quanto é insignificante em relação ao infinito, menos importância lhe daríeis. Essas vítimas encontrarão numa outra existência uma grande compensação para seus sofrimentos se souberem suportá-los sem se lamentar.
  • Quer a morte chegue por um flagelo ou por uma outra causa, não se pode escapar quando a hora é chegada; a única diferença é que, nos flagelos, parte um maior número ao mesmo tempo.
Se pudéssemos nos elevar pelo pensamento, descortinando toda a humanidade de modo a abrangê-la inteiramente, esses flagelos tão terríveis não pareceriam mais do que tempestades passageiras no destino do mundo.


Entre os flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, é preciso colocar na primeira linha a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais à produção da terra. Mas o homem encontrou na ciência, nos trabalhos de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, na rotatividade das culturas e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, os meios de neutralizar ou de pelo menos atenuar os desastres. Algumas regiões, antigamente assoladas por terríveis flagelos, não estão preservadas hoje? Que não fará, portanto, o homem pelo seu bem-estar material quando souber aproveitar todos os recursos de sua inteligência e quando, aos cuidados de sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento da verdadeira caridade por seus semelhantes? (Veja a questão 707.)



sexta-feira, 11 de março de 2011

Magnetismo e Espiritismo


Na conclusão de O Livro dos Espíritos, capítulo I, Kardec afirma: “Quem, de magnetismo terrestre, apenas conhecesse o brinquedo dos patinhos imantados que, sob a ação do imã, se movimentam em todas as direções numa bacia com água, dificilmente poderia compreender que ali está o segredo do mecanismo do Universo e da marcha dos mundos”.

Essa afirmação de Kardec não se restringe apenas ao magnetismo consistente nos corpos celestes, mas se estende ao magnetismo nas suas mais variadas configurações e que está presente em todas partículas com as quais se constituem o micro e o macro Universo. É através desse fluido elétrico que os seres pensantes se atraem ou se repelem e se influenciam mutuamente segundo seus pensamentos, suas emoções e seus sentimentos.

Na pergunta 388, de O livro dos Espíritos, Kardec indaga: “Os encontros, que costumam dar-se, de algumas pessoas e que comumente se atribuem ao acaso, não serão efeito de uma certa relação de simpatia?” E obteve a seguinte resposta: “Entre os seres pensantes há ligação que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor”.

Esta resposta dos espíritos coloca o magnetismo como piloto dessa ciência. Quer dizer, está no comando dos acontecimentos e é ele que atua para que haja tal encontro. Ou seja, quando necessitamos compartilhar de uma convivência com alguém, nosso encontro se dará infalivelmente, pois seremos atraídos mutuamente por força de uma imantação magnética que liga os nossos destinos para uma convivência em comum.

Essa imantação é construída através das nossas ações praticadas durante nossas vidas sucessivas segundo as quais não só nos imantamos às pessoas, mas também aos acontecimentos que irão compor o roteiro das nossas provações e resgates enquanto encarnados neste mundo de expiação e prova.

É através do magnetismo cósmico ou fluido universal que nos imantamos e nos submetemos às leis naturais e divinas que nos impulsionam na direção das nossas necessidades evolutivas, situando-nos exatamente onde merecemos estar e com quem devemos estar segundo as leis de causa e efeito.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Desenvolvimento Mediúnico


Desenvolvimento Mediúnico é o ato de fazer crescer, progredir, expor a faculdade que permite aos homens comunicarem-se com os Espíritos.
Se nós falamos somente em desenvolvimento mediúnico e não em “criar” mediunidade ou médiuns, é, certamente porque esta faculdade não se cria numa determinada pessoa que não a possua. A mediunidade é uma faculdade tão natural no homem quanto qualquer outro dos cinco sentidos habituais (visão, audição, olfato, tato e paladar). Tomemos o paladar para exemplo. Ninguém inventa faculdade inata, pronta para ser utilizada, como que programada por milênios e milênios de existências anteriores, documentada na nossa memória espiritual. É preciso, contudo, em cada existência que se reinicia, reaprender a utilizá-lo adequadamente para selecionar alimentos, definir preferências ou recusar substâncias prejudiciais. Assim também é a mediunidade um atributo físico do homem.

Os Espíritos afirmam a Kardec [LM-it 226]:
"A faculdade mediúnica se radica no organismo".
O médium já nasce médium. Cabe-nos portanto, se possuidores da faculdade mediúnica, nos esforçarmos por exercê-la com devotamento e humildade.

Por que desenvolver a mediunidade
De posse destes conceitos, forma-se uma nova dúvida em nossa mente: Por que desenvolver a mediunidade? Presença de mediunidade significa necessidade de trabalho na Seara Espírita? Nós sabemos que na Terra estamos rodeados por Espíritos desencarnados que a todo instante, através do pensamento, nos influenciam e são influenciados por nós. Sendo os médiuns, por características próprias de seu corpo físico, indivíduos mais sensíveis, captam com maior facilidade a influência dos Espíritos, podendo sofrer, às vezes, conseqüências desagradáveis em decorrência de possuir em uma faculdade que não conhecem e não dominam.

Além disso, nós sabemos que da faculdade mediúnica podem dispor se bons e maus Espíritos, podendo no caso dos maus, levarem o médium ao desequilíbrio.


O Espírito da Verdade afirma [LM-cap 31 it 15]:
"...Todos os médiuns são incontestavelmente chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida da sua faculdade..."

Etapas do Desenvolvimento Mediúnico

A mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas, antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o médium possa tornar-se um filtro leal das Esferas Superiores com vistas à ascensão da Humanidade para o Progresso.
Mas então, como proceder ao desenvolvimento mediúnico? Allan Kardec e vários benfeitores espirituais nos orientam que, no desenvolvimento mediúnico, temos de vencer três etapas: intelectual – material moral.
a) Etapa Intelectual: é representada pela necessidade do estudo.
Kardec afirma
:

"...O estudo preliminar da teoria é indispensável, se quisermos evitar inconvenientes inseparáveis da inexperiência." [LM-it 211]

O estudo da faculdade mediúnica e o conhecimento da Doutrina Espírita são bases essenciais e indispensáveis.

b) Etapa Material: é o adestramento, uma forma de treinamento da faculdade mediúnica, uma familiarização com as técnicas envolvidas no processo da mediunidade.
"Na verdade, até hoje, não existe sinal ou diagnóstico infalível para se chegar à conclusão que alguém possua essa faculdade; os sinais físicos nos quais algumas pessoas julgam ver indícios, nada tem de infalíveis. Ela se encontra, nas crianças e nos velhos, entre homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Não há senão um meio para lhes contatar a existência que é o experimentar." [LM-cap 17 it 200]

Esta experimentação deve ser: perseverante, assídua, séria, em grupo, local adequado, sob orientação experiente, desprovida de concionamentos.

O candidato a médium deve ter persistência, exercitando-se para as comunicações em dias e horários certos da semana, pré-estabelecidos, de preferência em grupo. Kardec nos orienta [LM-it 207] que a reunião de pessoas com intenção semelhante forma um todo coletivo onde a força e a sensibilidade se encontram aumentadas por uma espécie de influência magnética que ajuda o desenvolvimento da faculdade.


c) Etapa Moral: Allan Kardec define como espírita-cristão ou verdadeiro espírita, aquele que não se contenta em admirar a moral espírita, mas a pratica e aceita todas as suas conseqüências. Convencido de que a existência terrena é uma prova passageira, aproveita todos os instantes para avançar no caminho do Progresso, esforçando-se em fazer o bem e anular seus maus pensamentos. A caridade em todas as coisas é a regra de sua conduta.
Sob o ponto de vista espírita, a mediunidade é uma iniciação religiosa das mais sérias, é um mandato que nos é oferecido pela Espiritualidade Superior a fim de ser fielmente desempenhada. Desta forma, o aspirante à mediunidade - Luz da Doutrina Espírita - deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se, desde o início de seu aprendizado, por ser um espírita-cristão. Isto significa trabalha incessantemente por nossa reforma moral. Somente nossa evolução moral, nossa melhora e nosso crescimento para o Bem poderão garantir-nos o assessoramento dos bons Espíritos e o exercício seguro da mediunidade, por nossa sintonia com o Bem. E esta não é uma tarefa fácil, pois o que mais temos dentro de nós são sensações e experiências negativas e deformadas trazidas do passado. Por isso para nós ainda é mais fácil e cômodo, sintonizar com as atitudes negativas do que com as positivas.
E como faremos? Como nos livrarmos de condicionamentos inferiores? Carregamos séculos de erros e alguns anos de boas intenções. É claro que não podemos mudar sem esforço, temos que trabalhar duro nesta reforma moral, que só nós saberemos identificar e sentir porque estará marcada em nosso íntimo. Trabalhemos com exercícios diários e constantes no bem, meditando e orando muito. Jesus, o Médium por Excelência, sintonizava constantemente com Deus, no entanto, após a convivência com o povo, sempre se afastava para orar e meditar em silêncio e solidão.
A diferença de um bom médium e um médium desajustado, não está na mediunidade, mas no caráter de um e de outro; na formação moral está a base de todo desenvolvimento mediúnico.
Alguns cuidados devem ser tomados por todos aqueles que aspiram ao desenvolvimento mediúnico:
* Culto do Evangelho no Lar: ele proporciona a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo, porque o lar é a usina maior de energia de que somos carentes, é onde compensamos nossa vibrações psíquicas em reajustamento.
* Culto de Assistência: rompimento com o egoísmo, interessando nos pelo próximo, auxiliando-o sempre em todas as ocasiões, usando ao máximo nossa capacidade de servir desinteressadamente. Participação em atividades como: campanha do quilo, distribuição de alimentos, visita aos
enfermos, idosos e creches, grupos de costura, evangelização, etc.
* Freqüência ao Centro Espírita: nas reuniões públicas e outras atividades oferecidas pelas Casas Espíritas. Aprenderemos a viver em grupos Humanos que nos permitirão o exercício da humildade. Evitemos as sessões mediúnicas nos lares; organização espiritual não se improvisa.
* Estudo Coletivo: reunidos aos companheiros para o estudo das obras espíritas, evitemos as falsas interpretações. Assimilando as experiências de companheiros, estaremos alongando nossa visão e nossa percepção dos conteúdos espíritas; o que se torna mais difícil numa leitura solitária.
* Reforma Íntima: revisão e reconstrução de nossos atos e hábitos, permutando vícios por virtudes legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente.
Como nos diz o instrutor Albério: "... elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem
conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores..."

Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos espiritualmente e capacitando-nos para o exercício da mediunidade com Jesus.

CVDEE – Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo