sábado, 31 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Quem é Jesus e qual a sua missão Segundo espiritismo
"625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
'
Jesus.'
Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava."
Jesus Cristo é o Messias divino e sua palavra é a verdade.
O Espiritismo apenas admite o seu caráter humano, e isso em nada pode ser tomado como absurdo. Rejeitando o dogma da divindade de Jesus, o Espiritismo nega somente o que resultou da elaboração de mentes humanas (ratificada apenas no Concílio de Nicéia, em 325 d.C.) na composição de uma teologia que expressa, nesse particular como em muitos outros, uma posição contrária ao pensamento do próprio Cristo, uma vez que ele mesmo se coloca em posição de inferioridade em relação a Deus, subordinado a Ele, e se declarando como Seu enviado, como demonstrado pelos versículos abaixo:
João 14:28 - Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do que eu.
João 5:30 - Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma ; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
João, 7:28 - Jesus, pois, levantou a voz no templo e ensinava, dizendo: Sim, vós me conheceis, e sabeis donde sou; contudo eu não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis .
João 12:49-50 - Porque eu não falei por mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, esse me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar. E sei que o seu mandamento é vida eterna. Aquilo, pois, que eu falo, falo-o exatamente como o Pai me ordenou.
Lucas 13:33 - Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte; porque não convém que morra um profeta fora de Jerusalém.
João 14:24 - Quem não me ama, não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou.
João, 8:28-29 - Prosseguiu, pois, Jesus: Quando tiverdes levantado o Filho do homem, então conhecereis que eu sou, e que nada faço de mim mesmo; mas como o Pai me ensinou, assim falo. E aquele que me enviou está comigo; não me tem deixado só; porque faço sempre o que é do seu agrado .
Lucas 22:41-42 - E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.
João 20:17 - Disse-lhe Jesus: deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai; mas vai a meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus .
! Todas palavras do próprio Cristo expressas nessas passagens seleccionadas !
Palavras repetidas várias e várias vezes nos Evangelhos por Jesus! Como negá-las?
Daremos a Jesus um atributo que ele próprio negou de forma tão clara e veemente, sem uso de alegorias, por diversas vezes? Quem, mais do que ele, poderia saber sobre sua própria natureza? Os teólogos?
Em sendo tão repetitivo se declarando, de forma totalmente espontânea, inferior a Deus e como sendo o Seu enviado, nos chega o pensamento que ele sabia o que seria feito pelo homem mais a frente e, por isso, tratou de ser enfático neste ponto
Para finalizar, um trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo, para elucidar o que Jesus representa para os espíritas: “mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. Ele viera ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; viera ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humano.
Espiritismo e Reforma Intima- Rino Curti
Evangelho Segundo Espiritismo
Biblia Sagrada
Livro Espiritos
Victor Passos
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Jesus e Emmanuel
Nota do compilador: O espírito Emmanuel conta nesta “passagem” de sua vida como o senador Públius Lentulus, o seu encontro com o Mestre ao lado do lago de Genesaré. A última encarnação de Emmanuel, segundo informes do Plano Espiritual, se deu como o padre Manuel da Nóbrega (1517-1570), quando fundou a aldeia de Piratininga e o Colégio de São Paulo, dando origem à cidade de São Paulo.
Das águas mansas do lago de Genesaré parecia-lhe emanar suavíssimos perfumes, casando-se deliciosamente ao aroma agreste da folhagem.
Foi nesse instante que, com o espírito como se estivesse sob o império de estranho e suave magnetismo, ouviu passos brandos de alguém que buscava aquele sítio.
Diante de seus olhos ansiosos, estacara personalidade inconfundível e única. Tratava-se de um homem ainda moço, que deixava transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos molduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.
Públio Lentulus não teve dificuldade em identificar aquela criatura impressionante, mas, no seu coração marulhavam ondas de sentimentos que, até então, lhe eram ignorados. Nem a sua apresentação a Tibério, nas magnificências de Capri, lhe havia imprimido tal emotividade ao coração. Lágrimas ardentes rolaram- lhe dos olhos, que raras vezes haviam chorado, e força misteriosa e invencível fê-lo ajoelhar-se na relva lavada em luar. Desejou falar, mas tinha o peito sufocado e opresso. Foi quando, então, num gesto de doce e soberana bondade, o meigo Nazareno caminhou para ele, qual visão concretizada de um dos deuses de suas antigas crenças, e, pousando carinhosamente a destra em sua fronte, exclamou em linguagem encantadora, que Públio entendeu perfeitamente, como se ouvisse o idioma patrício, dando-lhe a inesquecível impressão de que a palavra era de espírito para espírito, de coração para coração:
- Senador, porque me procuras? - e, espraiando o olhar profundo na paisagem, como se desejasse que a sua voz fosse ouvida por todos os homens do planeta, rematou com serena nobreza: - Fora melhor que me procurasses publicamente e na hora mais clara do dia, para que pudesses adquirir, de uma só vez e para toda a vida, a lição sublime da fé e da humildade... Mas, eu não vim ao mundo para derrogar as leis supremas da Natureza e venho ao encontro do teu coração desfalecido!...
Públio Lentulus nada pôde exprimir, além das suas lágrimas copiosas, pensando amargamente na filhinha; mas o profeta, como se prescindisse das suas palavras articuladas, continuou:
- Sim... não venho buscar o homem de Estado, superficial e orgulhoso, que só os séculos de sofrimento podem encaminhar ao regaço de meu Pai; venho atender às súplicas de um coração desditoso e oprimido e, ainda assim, meu amigo, não é o teu sentimento que salva a filhinha leprosa e desvalida pela ciência do mundo, porque tens ainda a razão egoísta e humana; é, sim, a fé e o amor de tua mulher, porque a fé é divina... Basta um raio só de suas energias poderosas para que se pulverizem todos os monumentos das vaidades da Terra...
Comovido e magnetizado, o senador considerou, intimamente, que seu espírito pairava numa atmosfera de sonho, tais as comoções desconhecidas e imprevistas que se lhe represavam no coração, querendo crer que os seus sentidos reais se achavam travados num jogo incompreensível de completa ilusão.
- Não, meu amigo, não estás sonhando... - exclamou meigo e enérgico o Mestre, adivinhando-lhe os pensamentos. - Depois de longos anos de desvio do bom caminho, pelo caminho dos erros clamorosos, encontras, hoje, um ponto de referência para a regeneração de toda a tua vida.
Está, porém, no teu querer o aproveitá-lo agora, ou daqui a alguns milênios... Se o desdobramento da vida humana está subordinado às circunstâncias, és obrigado a considerar que elas existem de toda a natureza, cumprindo às criaturas a obrigação de exercitar o poder da vontade e do sentimento, buscando aproximar seus destinos das correntes do bem e do amor aos semelhantes.
Soa para teu espírito, neste momento, um minuto glorioso, se conseguires utilizar tua liberdade para que seja ele, em teu coração, doravante, um cântico de amor, de humildade e de fé, na hora indeterminável da redenção, dentro da eternidade...
Mas, ninguém poderá agir contra a tua própria consciência, se quiseres desprezar indefinidamente este minuto ditoso!
Pastor das almas humanas, desde a formação deste planeta, há muitos milênios venho procurando reunir as ovelhas tresmalhadas, tentando trazer-lhes ao coração as alegrias eternas do reinado de Deus e de sua justiça!...
Públio fitou aquele homem extraordinário, cujo desassombro provocava admiração e espanto.
Humildade? Que credenciais lhe apresentava o profeta para lhe falar assim, a ele senador do Império, revestido de todos os poderes diante de um vassalo?
Num minuto, lembrou a cidade dos césares, coberta de triunfos e glórias, cujos monumentos e poderes acreditava, naquele momento, fossem imortais.
- Todos os poderes do teu império são bem fracos e todas as suas riquezas bem miseráveis...
As magnificências dos césares são ilusões efêmeras de um dia, porque todos os sábios, como todos os guerreiros, são chamados no momento oportuno aos tribunais da justiça de meu Pai que está no Céu. Um dia, deixarão de existir as suas águias poderosas, sob um punhado de cinzas misérrimas. Suas ciências se transformarão ao sopro dos esforços de outros trabalhadores mais dignos do progresso, suas leis iníquas serão tragadas no abismo tenebroso destes séculos de impiedade, porque só uma lei existe e sobreviverá aos escombros da inquietação do homem - a lei do amor, instituída por meu Pai, desde o princípio da criação...
Agora, volta ao lar, consciente das responsabilidades do teu destino...
Se a fé instituiu na tua casa o que consideras a alegria com o restabelecimento de tua filha, não te esqueças que isso representa um agravo de deveres para o teu coração, diante de nosso Pai, Todo-Poderoso!...
O senador quis falar, mas a voz tornara-se-lhe embargada de comoção e de profundos sentimentos.
Desejou retirar-se, porém, nesse momento, notou que o profeta de Nazaré se transfigurava, de olhos fitos no céu...
Aquele sítio deveria ser um santuário de suas meditações e de suas preces, no coração perfumado da Natureza, porque Públio adivinhou que ele orava intensamente, observando que lágrimas copiosas lhe lavavam o rosto, banhado então por uma claridade branda, evidenciando a sua beleza serena e indefinível melancolia...
Deviam ser vinte e uma horas.
Leve aragem acariciava os cabelos do senador e a Lua entornava seus raios argênteos no espelho carinhoso e imenso das águas.
(Espírito de Emmanuel - Médium: Francisco C. Xavier - Obra: Há Dois Mil Anos...)
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
A evolução da Alma
Desde a hora em que caiu na matéria, qual foi o caminho que seguiu para remontar até ao ponto atual da sua carreira? Precisou de passar vias escuras, revestir formas, anumar organismos que deixava ao sair de cada existência, como se faz com um vestuário inútil. Todos estes corpos de carne pereceram, o sopro dos destinos dispersou-lhes as cinzas, mas a alma persiste e permanece na sua perpetuidade, prossegue sua marcha ascendente, percorre as inumeráveis estações da sua viagem e dirige-se para um fim grande e apetecível, um fim que é a perfeição.
A alma contém, no estado virtual, todos os gérmens dos seus desenvolvimentos futuros. É destinada a conhecer, adquirir e possuir tudo. Como, pois, poderia ela conseguir tudo isso numa única existência? A vida é curta, e longe está da perfeição! Poderia a alma, numa vida única, desenvolver o seu entendimento, esclarecer a razão, fortificar a consciência, assimilar todos os elementos da sabedoria, da santidade, do gênio? Para realizar os seus fins, tem de percorrer, no tempo e no espaço, um campo sem limites. É passando por inúmeras transformações, no fim de milhares de séculos, que o mineral grosseiro se converte em diamante puro, refratando mil cintilações. Sucede o mesmo com a alma humana.
O objetivo da evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realizar por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste. Se há na Terra menos alegria que sofrimento, é que este é o instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante para o ser, que, sem ele, ficaria retardado nas vias da sensualidade. A dor, física e moral, forma a nossa experiência. A sabedoria é o prêmio.
Pouco a pouco, a alma se eleva e, conforme vai subindo, nela se vai acumulando uma soma sempre crescente de saber e virtude; sente-se mais estreitamente ligada aos seus semelhantes; comunica mais intimamente com o seu meio social e planetário. Elevando-se cada vez mais, não tarda a ligar-se por laços pujantes às sociedades do Espaço e depois do Ser Universal.
Assim, a vida do ser consciente é uma vida de solidariedade e liberdade. Livre dentro dos limites que lhe assinalam as leis eternas, faz-se arquiteto do seu destino. O seu adiantamento é obra sua. Nenhuma fatalidade o oprime, salvo a dos próprios atos, cujas consequências nele recaem; mas não pode desenvolver-se e medrar senão na vida coletiva com o recurso de cada um e em proveito de todos. Quanto mais sobe, tanto mais se sente viver e sofrer em todos e por todos. Na necessidade de elevar a si mesmo, atrai a si, para fazê-los chegar ao estado espiritual, todos os seres humanos que povoam os mundos onde viveram. Quer fazer por eles o que por ele fizeram seus irmãos mais velhos, os grandes Espíritos que o guiaram na sua marcha.
A lei de justiça requer que, por sua vez, sejam emancipadas, libertadas da vida inferior todas as almas. Todo ser que chega à plenitude da consciência deve trabalhar para preparar aos seus irmãos uma vida suportável, um estado social que só comporte a soma de males inevitáveis. Esses males, necessários ao funcionamento da lei de educação geral, nunca deixaram de existir em nosso mundo, representam uma das condições da vida terrestre. A matéria é o obstáculo útil; provoca o esforço e desenvolve a vontade; contribui para a ascensão dos seres, impondo-lhes necessidades que os obrigam a trabalhar. Como, sem a dor, havíamos de conhecer a alegria; sem a sombra, apreciar a luz; sem a privação, saborear o bem adquirido, a satisfação alcançada? Eis aqui a razão por que encontramos dificuldades de toda sorte em nós e em volta de nós.
Livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Parte 1, Cap. 9 – León Denis.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Reflexão...
Em cada indelicadeza que pratico
assassino um pouco aqueles que me amam
Em cada desatenção nao sou nem educado, nem cristão
Em cada olhar de desprezo, alguém termina magoado
Em cada gesto de impaciência, dou uma bofetada invisível
naqueles que convivem ao meu lado
Em cada ressentimento, revelo meu amor próprio ferido
Em cada palavra áspera que falo, perco uns pontinhos na contagem
Em cada omissão que pratico, desprezo os conselhos do Mestre,
Em cada oração que eu nao faço, me perco
Em cada fofoca que me envolvo, perco a oportunidade do silêncio
Porem para tudo há o reverso, pois
Em cada pranto que enxugo, eu torno alguém mais feliz
Em cada ato de fé que pratico, eu canto um hino à vida
Em cada sorriso que espalho, eu planto uma esperança
Em cada espinho que arranco, eu curo uma ferida
Em cada semente que espalho colho um pouco de Amor...
Cabe a nós mesmos saber que destino queremos dar
a nossa vida e ao nosso coração
Pois em cada passo certo que tomo, um Anjo diz Amém.....
( Do livro Conversa com o Travesseiro )
= texto de Roque Schneider =
Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/amizade/mensagens-para-reflexao/15/#ixzz1g7zouRP0
assassino um pouco aqueles que me amam
Em cada desatenção nao sou nem educado, nem cristão
Em cada olhar de desprezo, alguém termina magoado
Em cada gesto de impaciência, dou uma bofetada invisível
naqueles que convivem ao meu lado
Em cada ressentimento, revelo meu amor próprio ferido
Em cada palavra áspera que falo, perco uns pontinhos na contagem
Em cada omissão que pratico, desprezo os conselhos do Mestre,
Em cada oração que eu nao faço, me perco
Em cada fofoca que me envolvo, perco a oportunidade do silêncio
Porem para tudo há o reverso, pois
Em cada pranto que enxugo, eu torno alguém mais feliz
Em cada ato de fé que pratico, eu canto um hino à vida
Em cada sorriso que espalho, eu planto uma esperança
Em cada espinho que arranco, eu curo uma ferida
Em cada semente que espalho colho um pouco de Amor...
Cabe a nós mesmos saber que destino queremos dar
a nossa vida e ao nosso coração
Pois em cada passo certo que tomo, um Anjo diz Amém.....
( Do livro Conversa com o Travesseiro )
= texto de Roque Schneider =
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Voltemos à natureza do perispírito
Os Espíritos, portanto, são, como se vê, seres semelhantes a nós, constituindo, ao nosso derredor, toda urna população, invisível no estado normal. Dizemos - no estado normal, porque, conforme veremos, essa invisibilidade nada tem de absoluta.
57. Voltemos à natureza do perispírito, pois que isto é essencial para a explicação que temos de dar. Dissemos que, embora fluídico, o perispírito não deixa de ser uma espécie de matéria, o que decorre do fato das aparições tangíveis, a que volveremos. Sob a influência de certos médiuns, tem-se visto aparecerem mãos com todas as propriedades de mãos vivas, que, como estas, denotam calor, podem ser palpadas, oferecem a resistência de um corpo sólido, agarram os circunstantes e, de súbito, se dissipam, quais sombras. A ação inteligente dessas mãos, que evidentemente obedecem a uma vontade, executando certos movimentos, tocando até melodias num instrumento, prova que elas são parte visível de um ser inteligente invisível. A tangibilidade que revelam, a temperatura, a impressão, em suma, que causam aos sentidos, porquanto se há verificado que deixam marcas na pele, que dão pancadas dolorosas, que acariciam delicadamente, provam que são de uma matéria qualquer. Seus desaparecimentos repentinos provam, além disso, que essa matéria é eminentemente sutil e se comporta como certas substâncias que podem alternativamente passar do estado sólido ao estado fluídico e vice-versa.
58. A natureza íntima do Espírito propriamente dito, isto é, do ser pensante, desconhecemo-la por completo. Apenas pelos seus atos ele se nos revela e seus atos não nos podem impressionar os sentidos, a não ser por um intermediário material. O Espírito precisa, pois, de matéria, para atuar sobre a matéria. Tem por instrumento direto de sua ação o perispírito, como o homem tem o corpo. Ora, o perispírito é matéria, conforme acabamos de ver. Depois, serve-lhe também de agente intermediário o fluido universal, espécie de veículo sobre que ele atua, como nós atuamos sobre o ar, para obter determinados efeitos, por meio da dilatação, da compressão, da propulsão, ou das vibrações.
Considerada deste modo, facilmente se concebe a ação do Espírito sobre a matéria. Compreende-se, desde então, que todos os efeitos que daí resultam cabem na ordem dos fatos naturais e nada têm de maravilhosos. Só pareceram sobrenaturais, porque se lhes não conhecia a causa. Conhecida esta, desaparece o maravilhoso e essa causa se inclui toda nas propriedades semimateriais do perispírito. E uma ordem nova de fatos que uma nova lei vem explicar e dos quais, dentro de algum tempo, ninguém mais se admirará como ninguém se admira hoje de se corresponder com outra pessoa, a grande distância, em alguns minutos, por meio da eletricidade.
59. Perguntar-se-á, talvez, como pode o Espírito, com o auxilio de matéria tão sutil, atuar sobre corpos pesados e compactos, suspender mesas, etc. Semelhante objeção certo que não será formulada por um homem de ciência, visto que, sem falar das propriedades desconhecidas que esse novo agente pode possuir, não temos exemplos análogos sob as vistas? Não é nos gases mais rarefeitos, nos fluidos imponderáveis que a indústria encontra os seus mais possantes motores? Quando vemos o ar abater edifícios, o vapor deslocar enormes massas, a pólvora gaseificada levantar rochedos, a eletricidade lascar árvores e fender paredes, que dificuldades acharemos em admitir que o Espírito, com o auxilio do seu perispírito, possa levantar uma mesa, sobretudo sabendo que esse perispírito pode tornar-se visível, tangível e comportar-se como um corpo sólido?
Segunda Parte
Das manifestações espíritas
capítulo I - Livro dos Médiuns - Kardec
57. Voltemos à natureza do perispírito, pois que isto é essencial para a explicação que temos de dar. Dissemos que, embora fluídico, o perispírito não deixa de ser uma espécie de matéria, o que decorre do fato das aparições tangíveis, a que volveremos. Sob a influência de certos médiuns, tem-se visto aparecerem mãos com todas as propriedades de mãos vivas, que, como estas, denotam calor, podem ser palpadas, oferecem a resistência de um corpo sólido, agarram os circunstantes e, de súbito, se dissipam, quais sombras. A ação inteligente dessas mãos, que evidentemente obedecem a uma vontade, executando certos movimentos, tocando até melodias num instrumento, prova que elas são parte visível de um ser inteligente invisível. A tangibilidade que revelam, a temperatura, a impressão, em suma, que causam aos sentidos, porquanto se há verificado que deixam marcas na pele, que dão pancadas dolorosas, que acariciam delicadamente, provam que são de uma matéria qualquer. Seus desaparecimentos repentinos provam, além disso, que essa matéria é eminentemente sutil e se comporta como certas substâncias que podem alternativamente passar do estado sólido ao estado fluídico e vice-versa.
58. A natureza íntima do Espírito propriamente dito, isto é, do ser pensante, desconhecemo-la por completo. Apenas pelos seus atos ele se nos revela e seus atos não nos podem impressionar os sentidos, a não ser por um intermediário material. O Espírito precisa, pois, de matéria, para atuar sobre a matéria. Tem por instrumento direto de sua ação o perispírito, como o homem tem o corpo. Ora, o perispírito é matéria, conforme acabamos de ver. Depois, serve-lhe também de agente intermediário o fluido universal, espécie de veículo sobre que ele atua, como nós atuamos sobre o ar, para obter determinados efeitos, por meio da dilatação, da compressão, da propulsão, ou das vibrações.
Considerada deste modo, facilmente se concebe a ação do Espírito sobre a matéria. Compreende-se, desde então, que todos os efeitos que daí resultam cabem na ordem dos fatos naturais e nada têm de maravilhosos. Só pareceram sobrenaturais, porque se lhes não conhecia a causa. Conhecida esta, desaparece o maravilhoso e essa causa se inclui toda nas propriedades semimateriais do perispírito. E uma ordem nova de fatos que uma nova lei vem explicar e dos quais, dentro de algum tempo, ninguém mais se admirará como ninguém se admira hoje de se corresponder com outra pessoa, a grande distância, em alguns minutos, por meio da eletricidade.
59. Perguntar-se-á, talvez, como pode o Espírito, com o auxilio de matéria tão sutil, atuar sobre corpos pesados e compactos, suspender mesas, etc. Semelhante objeção certo que não será formulada por um homem de ciência, visto que, sem falar das propriedades desconhecidas que esse novo agente pode possuir, não temos exemplos análogos sob as vistas? Não é nos gases mais rarefeitos, nos fluidos imponderáveis que a indústria encontra os seus mais possantes motores? Quando vemos o ar abater edifícios, o vapor deslocar enormes massas, a pólvora gaseificada levantar rochedos, a eletricidade lascar árvores e fender paredes, que dificuldades acharemos em admitir que o Espírito, com o auxilio do seu perispírito, possa levantar uma mesa, sobretudo sabendo que esse perispírito pode tornar-se visível, tangível e comportar-se como um corpo sólido?
Segunda Parte
Das manifestações espíritas
capítulo I - Livro dos Médiuns - Kardec
Da Ação dos Espíritos Sobre a Matéria
Posta de lado a opinião materialista, porque condenada pela razão e pelos fatos, tudo se resume em saber se a alma, depois da morte, pode manifestar-se aos vivos. Reduzida assim à sua expressão mais singela, a questão fica extraordinariamente desembaraçada. Caberia, antes de tudo, perguntar por que não poderiam seres inteligentes, que de certo modo vivem no nosso meio, se bem que invisíveis por natureza, atestar-nos de qualquer forma sua presença. A simples razão diz que nisto nada absolutamente há de impossível, o que já é alguma coisa. Demais, esta crença tem a seu favor o assentimento de todos os povos, porquanto com ela deparamos em toda parte e em todas as épocas. Ora, nenhuma intuição pode mostrar-se tão generalizada, nem sobreviver ao tempo, se não tiver algum fundamento. Acresce que se acha sancionada pelo testemunho dos livros sagrados e pelo dos Pais da Igreja, tendo sido preciso o cepticismo e o materialismo do nosso século para que fosse lançada ao rol das idéias supersticiosas. Se estamos em erro, aquelas autoridades o estão igualmente. Mas, isso não passa de considerações de ordem moral. Uma causa, especialmente, há contribuído para fortalecer a dúvida, numa época tão positiva como a nossa, em que toda gente faz questão de se inteirar de tudo, em que se quer saber o porquê e o como de todas as coisas. Essa causa é a ignorância da natureza dos Espíritos e dos meios pelos quais se podem manifestar. Adquirindo o conhecimento daquela natureza e destes meios, as manifestações nada mais apresentam de espantosas e entram no cômputo dos fatos naturais.
53. A idéia que geralmente se faz dos Espíritos torna à primeira vista incompreensível o fenômeno das manifestações. Como estas não podem dar-se, senão exercendo o Espírito ação sobre a matéria, os que julgam que a idéia de Espírito implica a de ausência completa de tudo o que seja matéria perguntam, com certa aparência de razão, como pode ele obrar materialmente. Ora, aí o erro, pois que o Espírito não é uma abstração, é um ser definido, limitado e circunscrito. O Espírito encarnado no corpo constitui a alma. Quando o deixa, por ocasião da morte, não sai dele despido de todo o envoltório. Todos nos dizem que conservam a forma humana e, com efeito, quando nos aparecem, trazem as que lhes conhecíamos.
Observemo-los atentamente, no instante em que acabem de deixar a vida; acham-se em estado de perturbação; tudo se lhes apresenta confuso, em tomo; vêem perfeito ou mutilado, conforme o gênero da morte, o corpo que tiveram; por outro lado se reconhecem e sentem vivos; alguma coisa lhes diz que aquele corpo lhes pertence e não compreendem como podem estar separados dele. Continuam a ver-se sob a forma que tinham antes de morrer e esta visão, nalguns, produz, durante certo tempo, singular ilusão: a de se crerem ainda vivos. Falta-lhes a experiência do novo estado em que se encontram, para se convencerem da realidade. Passado esse primeiro momento de perturbação, o corpo se lhes torna uma veste imprestável de que se despiram e de que não guardam saudades. Sentem-se mais leves e como que aliviados de um fardo. Não mais experimentam as dores físicas e se consideram felizes por poderem elevar-se, transpor o espaço, como tantas vezes o fizeram em sonho, quando vivos (1). Entretanto, mau grado à falta do corpo, comprovam suas personalidades; têm uma forma, mas que os não importuna nem os embaraça; têm, finalmente, a consciência de seu eu e de sua individualidade. Que devemos concluir daí? Que a alma não deixa tudo no túmulo, que leva consigo alguma coisa.
Numerosas observações e fatos irrecusáveis, de que mais tarde falaremos, levaram à consequência de que há no homem três componentes: 1º, a alma, ou Espírito, princípio inteligente, onde tem sua sede o senso moral;
2º, o corpo, invólucro grosseiro, material, de que ele se revestiu temporariamente, em cumprimento de certos desígnios providenciais;
3º, o perispírito, envoltório fluídico, semimaterial, que serve de ligação entre a alma e o corpo.
A morte é a destruição, ou, antes, a desagregação do envoltório grosseiro, do invólucro que a alma abandona. O outro se desliga deste e acompanha a alma que, assim, fica sempre com um envoltório. Este último, ainda que fluídico, etéreo, vaporoso, invisível, para nós, em seu estado normal, não deixa de ser matéria, embora até ao presente não tenhamos podido assenhorear-nos dela e submetê-la à análise.
Esse segundo invólucro da alma, ou perispírito, existe, pois, durante a vida corpórea; é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe e pelo qual transmite sua vontade ao exterior e atua sobre os órgãos do corpo. Para nos servirmos de uma comparação material, diremos que é o fio elétrico condutor, que serve para a recepção e a transmissão do pensamento; é, em suma, esse agente misterioso, imperceptível, conhecido pelo nome de fluido nervoso, que desempenha tão grande papel na economia orgânica e que ainda não se leva muito em conta nos fenômenos fisiológicos e patológicos.
Tomando em consideração apenas o elemento material ponderável, a Medicina, na apreciação dos fatos, se priva de uma causa incessante de ação. Não cabe, aqui, porém, o exame desta questão. Somente faremos notar que no conhecimento do perispírito está a chave de inúmeros problemas até hoje insolúveis.
O perispírito não constitui uma dessas hipóteses de que a ciência costuma valer-se, para a explicação de um fato. Sua existência não foi apenas revelada pelos Espíritos, resulta de observações, como teremos ocasião de demonstrar. Por ora e por nos não anteciparmos, no tocante aos fatos que havemos de relatar, limitar-nos-emos a dizer que, quer durante a sua união com o corpo, quer depois de separar-se deste, a alma nunca está desligada do seu perispírito.
55. Hão dito que o Espírito é uma chama, uma centelha. Isto se deve entender com relação ao Espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, a que se não poderia atribuir forma determinada. Mas, qualquer que seja o grau em que se encontre, o Espírito está sempre revestido de um envoltório, ou perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que ele se depura e eleva na hierarquia espiritual. De sorte que, para nós, a idéia de forma é inseparável da de Espírito e não concebemos uma sem a outra. O perispírito faz, portanto, parte integrante do Espírito, como o corpo o faz do homem. Porém, o perispírito, só por só, não é o Espírito, do mesmo modo que só o corpo não constitui o homem, porquanto o perispírito não pensa. Ele é para o Espírito o que o corpo é para o homem: o agente ou instrumento de sua ação.
56. Ele tem a forma humana e, quando nos aparece, é geralmente com a que revestia o Espírito na condição de encarnado. Daí se poderia supor que o perispírito, separado de todas as partes do corpo, se modela, de certa maneira, por este e lhe conserva o tipo; entretanto, não parece que seja assim. Com pequenas diferenças quanto às particularidades e exceção feita das modificações orgânicas exigidas pelo meio em o qual o ser tem que viver, a forma humana se nos depara entre os habitantes de todos os globos. Pelo menos, é o que dizem os Espíritos. Essa igualmente a forma de todos os Espíritos não encarnados, que só têm o perispírito; a com que, em todos os tempos, se representaram os anjos, ou Espíritos puros. Devemos concluir de tudo isto que a forma humana é a forma tipo de todos os seres humanos, seja qual foro grau de evolução em que se achem. Mas a matéria sutil do perispírito não possui a tenacidade, nem a rigidez da matéria compacta do corpo; é, se assim nos podemos exprimir, flexível e expansível, donde resulta que a forma que toma, conquanto decalcada na do corpo, não é absoluta, amolga-se à vontade do Espírito, que lhe pode dar a aparência que entenda, ao passo que o invólucro sólido lhe oferece invencível resistência.
Livre desse obstáculo que o comprimia, o perispírito se dilata ou contrai, se transforma: presta-se, numa palavra, a todas as metamorfoses, de acordo com a vontade que sobre ele atua. Por efeito dessa propriedade do seu envoltório fluídico, é que o Espírito que quer dar-se a conhecer pode, em sendo necessário, tomar a aparência exata que tinha quando vivo, até mesmo com os acidentes corporais que possam constituir sinais para o reconhecerem.
Livro dos Médiuns - Kardec
53. A idéia que geralmente se faz dos Espíritos torna à primeira vista incompreensível o fenômeno das manifestações. Como estas não podem dar-se, senão exercendo o Espírito ação sobre a matéria, os que julgam que a idéia de Espírito implica a de ausência completa de tudo o que seja matéria perguntam, com certa aparência de razão, como pode ele obrar materialmente. Ora, aí o erro, pois que o Espírito não é uma abstração, é um ser definido, limitado e circunscrito. O Espírito encarnado no corpo constitui a alma. Quando o deixa, por ocasião da morte, não sai dele despido de todo o envoltório. Todos nos dizem que conservam a forma humana e, com efeito, quando nos aparecem, trazem as que lhes conhecíamos.
Observemo-los atentamente, no instante em que acabem de deixar a vida; acham-se em estado de perturbação; tudo se lhes apresenta confuso, em tomo; vêem perfeito ou mutilado, conforme o gênero da morte, o corpo que tiveram; por outro lado se reconhecem e sentem vivos; alguma coisa lhes diz que aquele corpo lhes pertence e não compreendem como podem estar separados dele. Continuam a ver-se sob a forma que tinham antes de morrer e esta visão, nalguns, produz, durante certo tempo, singular ilusão: a de se crerem ainda vivos. Falta-lhes a experiência do novo estado em que se encontram, para se convencerem da realidade. Passado esse primeiro momento de perturbação, o corpo se lhes torna uma veste imprestável de que se despiram e de que não guardam saudades. Sentem-se mais leves e como que aliviados de um fardo. Não mais experimentam as dores físicas e se consideram felizes por poderem elevar-se, transpor o espaço, como tantas vezes o fizeram em sonho, quando vivos (1). Entretanto, mau grado à falta do corpo, comprovam suas personalidades; têm uma forma, mas que os não importuna nem os embaraça; têm, finalmente, a consciência de seu eu e de sua individualidade. Que devemos concluir daí? Que a alma não deixa tudo no túmulo, que leva consigo alguma coisa.
Numerosas observações e fatos irrecusáveis, de que mais tarde falaremos, levaram à consequência de que há no homem três componentes: 1º, a alma, ou Espírito, princípio inteligente, onde tem sua sede o senso moral;
2º, o corpo, invólucro grosseiro, material, de que ele se revestiu temporariamente, em cumprimento de certos desígnios providenciais;
3º, o perispírito, envoltório fluídico, semimaterial, que serve de ligação entre a alma e o corpo.
A morte é a destruição, ou, antes, a desagregação do envoltório grosseiro, do invólucro que a alma abandona. O outro se desliga deste e acompanha a alma que, assim, fica sempre com um envoltório. Este último, ainda que fluídico, etéreo, vaporoso, invisível, para nós, em seu estado normal, não deixa de ser matéria, embora até ao presente não tenhamos podido assenhorear-nos dela e submetê-la à análise.
Esse segundo invólucro da alma, ou perispírito, existe, pois, durante a vida corpórea; é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe e pelo qual transmite sua vontade ao exterior e atua sobre os órgãos do corpo. Para nos servirmos de uma comparação material, diremos que é o fio elétrico condutor, que serve para a recepção e a transmissão do pensamento; é, em suma, esse agente misterioso, imperceptível, conhecido pelo nome de fluido nervoso, que desempenha tão grande papel na economia orgânica e que ainda não se leva muito em conta nos fenômenos fisiológicos e patológicos.
Tomando em consideração apenas o elemento material ponderável, a Medicina, na apreciação dos fatos, se priva de uma causa incessante de ação. Não cabe, aqui, porém, o exame desta questão. Somente faremos notar que no conhecimento do perispírito está a chave de inúmeros problemas até hoje insolúveis.
O perispírito não constitui uma dessas hipóteses de que a ciência costuma valer-se, para a explicação de um fato. Sua existência não foi apenas revelada pelos Espíritos, resulta de observações, como teremos ocasião de demonstrar. Por ora e por nos não anteciparmos, no tocante aos fatos que havemos de relatar, limitar-nos-emos a dizer que, quer durante a sua união com o corpo, quer depois de separar-se deste, a alma nunca está desligada do seu perispírito.
55. Hão dito que o Espírito é uma chama, uma centelha. Isto se deve entender com relação ao Espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, a que se não poderia atribuir forma determinada. Mas, qualquer que seja o grau em que se encontre, o Espírito está sempre revestido de um envoltório, ou perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que ele se depura e eleva na hierarquia espiritual. De sorte que, para nós, a idéia de forma é inseparável da de Espírito e não concebemos uma sem a outra. O perispírito faz, portanto, parte integrante do Espírito, como o corpo o faz do homem. Porém, o perispírito, só por só, não é o Espírito, do mesmo modo que só o corpo não constitui o homem, porquanto o perispírito não pensa. Ele é para o Espírito o que o corpo é para o homem: o agente ou instrumento de sua ação.
56. Ele tem a forma humana e, quando nos aparece, é geralmente com a que revestia o Espírito na condição de encarnado. Daí se poderia supor que o perispírito, separado de todas as partes do corpo, se modela, de certa maneira, por este e lhe conserva o tipo; entretanto, não parece que seja assim. Com pequenas diferenças quanto às particularidades e exceção feita das modificações orgânicas exigidas pelo meio em o qual o ser tem que viver, a forma humana se nos depara entre os habitantes de todos os globos. Pelo menos, é o que dizem os Espíritos. Essa igualmente a forma de todos os Espíritos não encarnados, que só têm o perispírito; a com que, em todos os tempos, se representaram os anjos, ou Espíritos puros. Devemos concluir de tudo isto que a forma humana é a forma tipo de todos os seres humanos, seja qual foro grau de evolução em que se achem. Mas a matéria sutil do perispírito não possui a tenacidade, nem a rigidez da matéria compacta do corpo; é, se assim nos podemos exprimir, flexível e expansível, donde resulta que a forma que toma, conquanto decalcada na do corpo, não é absoluta, amolga-se à vontade do Espírito, que lhe pode dar a aparência que entenda, ao passo que o invólucro sólido lhe oferece invencível resistência.
Livre desse obstáculo que o comprimia, o perispírito se dilata ou contrai, se transforma: presta-se, numa palavra, a todas as metamorfoses, de acordo com a vontade que sobre ele atua. Por efeito dessa propriedade do seu envoltório fluídico, é que o Espírito que quer dar-se a conhecer pode, em sendo necessário, tomar a aparência exata que tinha quando vivo, até mesmo com os acidentes corporais que possam constituir sinais para o reconhecerem.
Livro dos Médiuns - Kardec
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Mediunidade, o sacerdócio da doação incondicional
O codificador do espiritismo, Allan Kardec, ao pesquisar criteriosa e exaustivamente os fenômenos psíquicos que invadiram todos os continentes, na metade do século IXX, concluía que o dom da mediunidade, por se encontrar em toda parte, nunca foi um privilégio. Pretender o médium fazer da mediunidade um meio de vida, seria desviá-la de sua finalidade providencial.
DOM GRATUITO RECEBIDO DE DEUS
Os médiuns modernos, assim como os apóstolos, que também tinham mediunidade, receberam igualmente de Deus um dom gratuito, que é o de serem intérpretes dos espíritos, para instruírem os homens, para lhes ensinarem o caminho do bem e levá-los a fé, e não para lhes venderem palavras que não lhes pertencem, pois que não se originam de suas idéias, nem nas suas pesquisas, nem em qualquer outra espécie de seu trabalho pessoal.
O MAIS POBRE NÃO PODE SER DESERDADO POR TER COMO PAGAR
É desejo de Deus que a luz atinja a todos, e não que o mais pobre seja deserdado e possa dizer: Não tenho fé, porque não pude pagar; não tive a consolação de receber o estímulo e o testemunho de afeição daqueles por quem choro, pois sou pobre.
OS BONS ESPÍRITOS REPUDIAM FORMAS DE INTERCÂMBIO EGOÍSTA
Allan Kardec adverte que os bons espíritos comunicantes sentem grande repulsa a todas as formas de interesse egoísta, e o menor deslize moral da parte do médium é suficiente para que se afastem.
Enfatizava o codificador que os bons espíritos jamais estarão à disposição do primeiro que os convocar cobrando valores materiais por uma sessão.
INTENÇÕES LEVIANAS ATRAEM COMUNICAÇÕES LEVIANAS
Seria uma profanação, evocar por dinheiro os seres que respeitamos ou que nos são caros. Não há dúvida que é possível obter manifestações dessa maneira, mas certamente, não há como garantir-lhes a veracidade. Os espíritos levianos, mentirosos e espertos, e toda a turba de espíritos inferiores, muito pouco escrupulosos, atendem sempre a esses chamados, e estão prontos a responder ao que lhes perguntarem, sem a menor preocupação com a verdade.
A PRIMEIRA CONDIÇÃO PARA COSEGUIR A BOA VONTADE DOS ESPÍRITOS
Allan Kardec apresenta os fundamentos do processo de intercâmbio mediúnico em termos muito bem definidos: "Aquele que deseja comunicações sérias, deve primeiro procurá-las com seriedade, esclarecendo-se quanto à natureza das ligações do médium com os seres do mundo espiritual". E acrescenta: "A primeira condição de se conseguir a boa vontade dos bons espíritos é a que decorre da humildade, do devotamento e da abnegação: o mais absoluto desinteresse moral e material.
A MEDIUNIDADE NÃO DEVE SER UMA PROFISSÃO
Além da questão moral, hà ainda um outro fator que se refere à própria natureza da faculdade: "A mediunidade séria não pode e jamais será uma profissão, não somente porque isso a desacreditaria no plano moral, colocando os médiuns na mesma posição dos ledores de sorte, mas, porque existe ainda uma dificuldade material para isso: é que se trata de uma faculdade essencialmente instável, fugidia, variável, com a qual ninguém pode contar na certa".
Sendo assim, a mediunidade passa a ser, para o seu explorador, um campo inteiramente incerto, que poderia escapar-lhe no momento mais necessário.
NÃO É UMA ARTE, MUITO MENOS UMA HABILIDADE
Esclarece o missionário de Lyon que a mediunidade, longe de ser uma arte ou uma habilidade adquirida, não pode ser profissionalizada, pois ela só existe graças ao concurso dos espíritos. Se estes faltam, não há mediunidade.
"Não há um único médium no mundo que possa garantir a obtenção de um fenômeno espírita em determinado momento. Explorar a mediunidade, como se vê, é querer dispor de uma coisa que realmente não se possui. Afirmar o contrário é enganar os que pagam", adverte Kardec aos imprevidentes.
SAGRADA MISSÃO
É repugnante o fato de colocar-se à venda o concurso dos mortos e foi justamente esse tráfico, degenerado pelo abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, a credulidade e a supertistição, que provocou a proibição de Moisés.
O espiritismo moderno, esclarece Allan Kardec, compreendendo o aspecto sério do assunto, lançou o descrédito sobre essa exploração, e elevou a mediunidade à categoria de missão. Por esse motivo, o espírita que estuda e se orienta pelas obras do codificador entende a mediunidade como uma coisa sagrada, que deve ser praticada santamente, religiosamente.
OPORTUNA ADVERTÊNCIA AOS MÉDIUNS
Kardec ainda deixa uma oportuna advertência aos que acalentam segundas intenções ao se descobrirem possuidores de faculdades mediúnicas: "Que aquele, pois, que não tem do que viver, procure outros recursos que não os da mediunidade; e que não lhe consagre, se necessário, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os espíritos levarão em conta o seu devotamento e os seus sacrifícios, enquanto se afastarão dos que pretendem fazer da mediunidade um meio de subir na vida."
Não é possível entender o espiritismo sem conhecer a obra de Allan Kardec. Assim, conhecer sua obra significa entender, entre outras revelações, os mecanismos que regem a fenomenologia mediúnica.
Continuemos analisando essa questão do ponto de vista do exercíco da mediunidade, quanto a sua coerência aos princípios éticos espirituais.
NÃO COBRAR POR AQUILO QUE NADA SE APAGOU
"Dai de graça o que de graça recebestes", diz Jesus aos seus discípulos, estabelecendo o preceito da doação incondicional, uma vez que não se deve cobrar por aquilo que nada se pagou. E o que, na verdade, os discípulos haviam recebido de graça era a faculdade de curar doentes e de expulsar espíritos impuros. Esse dom lhes fora dado gratuitamente por Deus, para alívio dos que sofrem e para ajudar a propagação da fé. A advertência do Mestre é clara, alertando-os para não transformarem o dom sublime em objeto de comércio ou de especulação, nem de meio de vida.
INTERMEDIÁRIOS ASSALARIADOS
Um outro fator muito importante do espiritismo está no fato de Allan Kardec ter recebido instruções sobre a questão das preces pagas. Explicam o espíritos que Jesus nos alertou para que não pagássemos e nem cobrássemos por nossas preces: "Não façais que as vossas preces sejam pagas, não façais como os escribas, que 'a pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas', o que quer dizer: apossam-se de suas fortunas. Fazer pagar aquelas que dirigimos a Deus pelos outros (e há muitas formas de receber esse pagamento) é nos transformarmos em intermediários assalariados".
"A PRECE É UM ATO DE CARIDADE, UM IMPULSO DO CORAÇÃO"
Segundo os espíritos que assessoraram Allan Kardec, a prece deve ser um "ato de caridade, um impulso do coração", caso contrário, transforma-se, então, numa fórmula que é cobrada segundo o seu tamanho.
E aí raciocina o codificador do espiritismo: "Ora, das duas, uma: Deus mede ou não mede as suas graças pelo número de palavras; e se forem necessárias muitas, como dizer apenas algumas, ou quase nada, por aquele que não pode pagar? Isso é uma falta de caridade. E se uma palavra é suficiente, as demais são inúteis. Então, por que cobrá-las? É uma prevaricação".
DEUS NÃO VENDE SEUS BENEFÍCIOS, MAS CONCEDE-OS
E aqui está um dos motivos que a lucidez de Allan Kardec incomoda os "intermediários assalariados", sejam eles padres, pastores, médiuns, magos ou gurus: "Deus não vende seus benefícios, mas concede-os. Como, pois, aquele que nem sequer é o seu distribuidor, e que não pode garantir a sua obtenção, cobra um pedido que talvez nem seja atendido? Deus não pode subordinar um ato de clemência, de bondade ou de justiça, que se solicita de sua misericórdia, a um determinado pagamento; mesmo porque, se o fizesse, o pagamento não sendo efetuado, ou sendo insuficiente, a justiça, a bondade e a clemência de Deus ficariam em suspenso. A razão, o bom-senso, a lógica, dizem-nos que Deus é como o Sol, que se distribui para todos, para o pobre como para o rico. Se considerarmos imoral traficar com as graças de um soberano terreno, seria lícito vender as do Soberano do Universo?"
É LÍCITO REDUZIR A EFICÁCIA DA PRECE AO VALOR DA MOEDA CORRENTE?
Refletindo sobre as instruções dos espíritos em seus trabalhos de codificação, o mestre de Lyon incomoda mais ainda ao aprofundar seu racionício irrefutável sobre esse assunto: "As preces pagas têm ainda um outro inconveniente: é que aquele que as compra se julga, no mais das vezes, dispensado de orar por si mesmo, pois considera-se livre dessa obrigação, desde que deu o seu dinheiro. Sabemos que os espíritos são tocados pelo fervor do pensamento dos que se interessam por eles. Mas qual pode ser o fervor daquele que paga um terceiro para orar por ele? E qual o fervor desse terceiro, quando delega o mandato a outro, e este a outro, e assim por diante? Não é isso reduzir a eficácia da prece ao valor da moeda corrente?"
EXPULSANDO OS VENDILHÕES DO TEMPLO
Atualmente o espiritismo nos convida à maturidade espiritual, assim como Jesus já nos convidava, através des seus exemplos. É necessário que também nós expulsemos os vendilhões dos templos modernos, quer seja dominando nossa indisfarçável inclinação a Mamom, quer seja desconsiderando a falsa necessidade de intermediários assalariados. Pois, "Jesus, ao expulsar os vendilhões do templo, condenou assim o tráfico das coisas santas, sob qualquer forma que seja. Deus não vende a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no Reino dos Céus. O homem não tem, portanto, o direito de cobrar nada disso".
http://eduardobarros.multiply.com/journal/item/261
DOM GRATUITO RECEBIDO DE DEUS
Os médiuns modernos, assim como os apóstolos, que também tinham mediunidade, receberam igualmente de Deus um dom gratuito, que é o de serem intérpretes dos espíritos, para instruírem os homens, para lhes ensinarem o caminho do bem e levá-los a fé, e não para lhes venderem palavras que não lhes pertencem, pois que não se originam de suas idéias, nem nas suas pesquisas, nem em qualquer outra espécie de seu trabalho pessoal.
O MAIS POBRE NÃO PODE SER DESERDADO POR TER COMO PAGAR
É desejo de Deus que a luz atinja a todos, e não que o mais pobre seja deserdado e possa dizer: Não tenho fé, porque não pude pagar; não tive a consolação de receber o estímulo e o testemunho de afeição daqueles por quem choro, pois sou pobre.
OS BONS ESPÍRITOS REPUDIAM FORMAS DE INTERCÂMBIO EGOÍSTA
Allan Kardec adverte que os bons espíritos comunicantes sentem grande repulsa a todas as formas de interesse egoísta, e o menor deslize moral da parte do médium é suficiente para que se afastem.
Enfatizava o codificador que os bons espíritos jamais estarão à disposição do primeiro que os convocar cobrando valores materiais por uma sessão.
INTENÇÕES LEVIANAS ATRAEM COMUNICAÇÕES LEVIANAS
Seria uma profanação, evocar por dinheiro os seres que respeitamos ou que nos são caros. Não há dúvida que é possível obter manifestações dessa maneira, mas certamente, não há como garantir-lhes a veracidade. Os espíritos levianos, mentirosos e espertos, e toda a turba de espíritos inferiores, muito pouco escrupulosos, atendem sempre a esses chamados, e estão prontos a responder ao que lhes perguntarem, sem a menor preocupação com a verdade.
A PRIMEIRA CONDIÇÃO PARA COSEGUIR A BOA VONTADE DOS ESPÍRITOS
Allan Kardec apresenta os fundamentos do processo de intercâmbio mediúnico em termos muito bem definidos: "Aquele que deseja comunicações sérias, deve primeiro procurá-las com seriedade, esclarecendo-se quanto à natureza das ligações do médium com os seres do mundo espiritual". E acrescenta: "A primeira condição de se conseguir a boa vontade dos bons espíritos é a que decorre da humildade, do devotamento e da abnegação: o mais absoluto desinteresse moral e material.
A MEDIUNIDADE NÃO DEVE SER UMA PROFISSÃO
Além da questão moral, hà ainda um outro fator que se refere à própria natureza da faculdade: "A mediunidade séria não pode e jamais será uma profissão, não somente porque isso a desacreditaria no plano moral, colocando os médiuns na mesma posição dos ledores de sorte, mas, porque existe ainda uma dificuldade material para isso: é que se trata de uma faculdade essencialmente instável, fugidia, variável, com a qual ninguém pode contar na certa".
Sendo assim, a mediunidade passa a ser, para o seu explorador, um campo inteiramente incerto, que poderia escapar-lhe no momento mais necessário.
NÃO É UMA ARTE, MUITO MENOS UMA HABILIDADE
Esclarece o missionário de Lyon que a mediunidade, longe de ser uma arte ou uma habilidade adquirida, não pode ser profissionalizada, pois ela só existe graças ao concurso dos espíritos. Se estes faltam, não há mediunidade.
"Não há um único médium no mundo que possa garantir a obtenção de um fenômeno espírita em determinado momento. Explorar a mediunidade, como se vê, é querer dispor de uma coisa que realmente não se possui. Afirmar o contrário é enganar os que pagam", adverte Kardec aos imprevidentes.
SAGRADA MISSÃO
É repugnante o fato de colocar-se à venda o concurso dos mortos e foi justamente esse tráfico, degenerado pelo abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, a credulidade e a supertistição, que provocou a proibição de Moisés.
O espiritismo moderno, esclarece Allan Kardec, compreendendo o aspecto sério do assunto, lançou o descrédito sobre essa exploração, e elevou a mediunidade à categoria de missão. Por esse motivo, o espírita que estuda e se orienta pelas obras do codificador entende a mediunidade como uma coisa sagrada, que deve ser praticada santamente, religiosamente.
OPORTUNA ADVERTÊNCIA AOS MÉDIUNS
Kardec ainda deixa uma oportuna advertência aos que acalentam segundas intenções ao se descobrirem possuidores de faculdades mediúnicas: "Que aquele, pois, que não tem do que viver, procure outros recursos que não os da mediunidade; e que não lhe consagre, se necessário, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os espíritos levarão em conta o seu devotamento e os seus sacrifícios, enquanto se afastarão dos que pretendem fazer da mediunidade um meio de subir na vida."
Não é possível entender o espiritismo sem conhecer a obra de Allan Kardec. Assim, conhecer sua obra significa entender, entre outras revelações, os mecanismos que regem a fenomenologia mediúnica.
Continuemos analisando essa questão do ponto de vista do exercíco da mediunidade, quanto a sua coerência aos princípios éticos espirituais.
NÃO COBRAR POR AQUILO QUE NADA SE APAGOU
"Dai de graça o que de graça recebestes", diz Jesus aos seus discípulos, estabelecendo o preceito da doação incondicional, uma vez que não se deve cobrar por aquilo que nada se pagou. E o que, na verdade, os discípulos haviam recebido de graça era a faculdade de curar doentes e de expulsar espíritos impuros. Esse dom lhes fora dado gratuitamente por Deus, para alívio dos que sofrem e para ajudar a propagação da fé. A advertência do Mestre é clara, alertando-os para não transformarem o dom sublime em objeto de comércio ou de especulação, nem de meio de vida.
INTERMEDIÁRIOS ASSALARIADOS
Um outro fator muito importante do espiritismo está no fato de Allan Kardec ter recebido instruções sobre a questão das preces pagas. Explicam o espíritos que Jesus nos alertou para que não pagássemos e nem cobrássemos por nossas preces: "Não façais que as vossas preces sejam pagas, não façais como os escribas, que 'a pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas', o que quer dizer: apossam-se de suas fortunas. Fazer pagar aquelas que dirigimos a Deus pelos outros (e há muitas formas de receber esse pagamento) é nos transformarmos em intermediários assalariados".
"A PRECE É UM ATO DE CARIDADE, UM IMPULSO DO CORAÇÃO"
Segundo os espíritos que assessoraram Allan Kardec, a prece deve ser um "ato de caridade, um impulso do coração", caso contrário, transforma-se, então, numa fórmula que é cobrada segundo o seu tamanho.
E aí raciocina o codificador do espiritismo: "Ora, das duas, uma: Deus mede ou não mede as suas graças pelo número de palavras; e se forem necessárias muitas, como dizer apenas algumas, ou quase nada, por aquele que não pode pagar? Isso é uma falta de caridade. E se uma palavra é suficiente, as demais são inúteis. Então, por que cobrá-las? É uma prevaricação".
DEUS NÃO VENDE SEUS BENEFÍCIOS, MAS CONCEDE-OS
E aqui está um dos motivos que a lucidez de Allan Kardec incomoda os "intermediários assalariados", sejam eles padres, pastores, médiuns, magos ou gurus: "Deus não vende seus benefícios, mas concede-os. Como, pois, aquele que nem sequer é o seu distribuidor, e que não pode garantir a sua obtenção, cobra um pedido que talvez nem seja atendido? Deus não pode subordinar um ato de clemência, de bondade ou de justiça, que se solicita de sua misericórdia, a um determinado pagamento; mesmo porque, se o fizesse, o pagamento não sendo efetuado, ou sendo insuficiente, a justiça, a bondade e a clemência de Deus ficariam em suspenso. A razão, o bom-senso, a lógica, dizem-nos que Deus é como o Sol, que se distribui para todos, para o pobre como para o rico. Se considerarmos imoral traficar com as graças de um soberano terreno, seria lícito vender as do Soberano do Universo?"
É LÍCITO REDUZIR A EFICÁCIA DA PRECE AO VALOR DA MOEDA CORRENTE?
Refletindo sobre as instruções dos espíritos em seus trabalhos de codificação, o mestre de Lyon incomoda mais ainda ao aprofundar seu racionício irrefutável sobre esse assunto: "As preces pagas têm ainda um outro inconveniente: é que aquele que as compra se julga, no mais das vezes, dispensado de orar por si mesmo, pois considera-se livre dessa obrigação, desde que deu o seu dinheiro. Sabemos que os espíritos são tocados pelo fervor do pensamento dos que se interessam por eles. Mas qual pode ser o fervor daquele que paga um terceiro para orar por ele? E qual o fervor desse terceiro, quando delega o mandato a outro, e este a outro, e assim por diante? Não é isso reduzir a eficácia da prece ao valor da moeda corrente?"
EXPULSANDO OS VENDILHÕES DO TEMPLO
Atualmente o espiritismo nos convida à maturidade espiritual, assim como Jesus já nos convidava, através des seus exemplos. É necessário que também nós expulsemos os vendilhões dos templos modernos, quer seja dominando nossa indisfarçável inclinação a Mamom, quer seja desconsiderando a falsa necessidade de intermediários assalariados. Pois, "Jesus, ao expulsar os vendilhões do templo, condenou assim o tráfico das coisas santas, sob qualquer forma que seja. Deus não vende a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no Reino dos Céus. O homem não tem, portanto, o direito de cobrar nada disso".
http://eduardobarros.multiply.com/journal/item/261
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
O perispírito e suas modelações
Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento.
É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestimenta se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
Não possuem meios para a ascese imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.
Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.
Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.
A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente.
Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.
Emmanuel
In “Roteiro” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Visão espírita da pedofilia
Como o espiritismo vê a questão da pedofilia?
Como um grave desequilíbrio mental e espiritual, necessitando severo tratamento multidisciplinar, isto é envolvendo diversos profissionais além de tratamento espiritual complementar.
Qual a razão de existirem pedófilos?
A mesma razão de existirem quaisquer outros desequilíbrios psíquicos. São atitudes doentias que se estruturaram ao longo de uma ou mais existências ou seja reencarnações. Ninguém foi criado pedófilo.
O que se passa nas suas mentes?
Cada um deles tem uma história. Não há como colocar todos em um mesmo rótulo. Mas poder-se-ia dizer que tem um impulso sexual doente e destituído de ética.
Quais os traumas que eles têm?
Diversos, e variam conforme cada caso. Podem ter sofrido: violência infantil, abandono, desprezo, presenciado quando em tenra idade, sexo entre os pais, enfim outras distorções de educação ou de vivência.
Como se explica tal comportamento?
A resposta é tão difícil como explicar qualquer outra grave alteração de comportamento. São espíritos que pelo seu atraso, imaturidade, ignorância e sobretudo pelo livre arbítrio desviaram-se da linha normal de conduta.
E as vitimas, por que isso?
Em diversas oportunidades, quando fizemos palestra sobre reencarnação, fomos questionados posteriormente sobre a dolorosa e delicada circunstância da pedofilia. Principalmente, ao se propiciar perguntas nos serem dirigidas por escrito viabilizava-se este questionamento.
Embora o tema seja potencialmente polêmico e desagradável, não há como ignorá-lo no contexto de nossa situação planetária.
Nossa abordagem será pelo ângulo transcendental e reencarnacionista considerando que são dois espíritos, no mínimo, envolvidos na tragédia em questão. Cumpre-nos esclarecer que o livre arbítrio é o maior patrimônio que nós, espíritos humanos, temos alcançado ao atingirmos a faixa evolutiva pensante. Livre arbítrio que não legitima atitudes, mas oportuniza às criaturas decidir e se responsabilizar pelas consequências de seus atos posteriores.
Outra premissa que deveremos estabelecer é aquela da maior ou menor repercussão dos atos perante a Lei Universal, em função do nível de esclarecimento que possuímos. Importante também salientar que não há atos perversos que tenham sido planejados pela espiritualidade superior. Seria de uma miopia intelectual sem limites, a ideia de que alguém deve reencarnar a fim de ser violentado ou sofrer pedofilia. A concepção do Deus punitivo e vingativo já não cabe mais no dicionário dos esclarecidos sobre a vida espiritual. Deus é a fonte inesgotável de amor. É a Lei maior que a tudo preside, uma lei de amor que coordena as leis da natureza.
Então, como conceber a violência física? Como enquadrar a onipresença divina em situações e sofrimentos que observamos? Deus estaria ausente nestas circunstâncias? Ou estaria presente? Para muitos indivíduos se estivesse presente já seria motivo para não crer na sua existência ou na sua infinita bondade e onisciência.
Outra questão importante: Quem é a “vítima”? Analisemos. Cada um de nós ao reencarnar trouxe todo o seu passado impresso indelevelmente em si mesmo, são os núcleos energéticos que trazemos em nosso inconsciente construídos no passado.
Espíritos que somos e pelas inúmeras viagens que percorremos, representadas pelas inúmeras vidas, possuímos no nosso “passaporte” inúmeros “carimbos” das pousadas onde estagiamos em vidas anteriores. Hoje, a somatória dessas experiências se traduzem em manancial energético que irradia constantemente do nosso interior para a superfície desta vida.
Assim, é também a “vítima”. A criança, que hoje se apresenta de forma diferente, podem trazer de seu passado profunda marcas de atitudes prejudiciais a irmãos seus. Atitudes de desequilíbrio que são gravadas em si mesma.
Algumas dessas, hoje crianças, participaram intelectualmente de verdadeiras emboscadas visando atingir de maneira dolorosa a intimidade sexual de criaturas; outras foram executoras diretas, pela autoridade que eram investidas, de crimes nesta área. Enfim, são múltiplas as situações geradoras da desarmonia energética que agora pulsa constantemente nos arquivos vibratórios da criança, nossa personagem neste drama.
Pela Lei Universal da sintonia de vibrações, poderá ocorrer, em um dado momento, uma surpresa desagradável. O espírito, criança agora, poderá atrair e sintonizar com o agressor, ou seja, o pedófilo, e ser agredida.
Identificados dois dos protagonistas (agressor e criança), temos também que considerar o frequente processo obsessivo que vinha se desenvolvendo. Uma outra entidade pode estar fixa perifericamente ou até profundamente à trama perispiritual de um ou dos dois envolvidos no processo.
Lembramos, novamente, não foi em hipótese alguma programada a violência ou o estupro, nem ele em qualquer circunstância teria justificativa. No entanto, o crime existindo, necessário compreender em uma visão mais ampla o que está acontecendo. A espiritualidade sempre fará o máximo para evitar o “mal” ou não sendo possível, apoiar aos que sofrem.
O espírito submetido à violência da pedofilia sofre intensamente no processo, conforme o seu grau de maturidade espiritual. Não houve a programação, mas a tendencia que trazia era forte e havia o risco em passar por algo do gênero, que a espiritualidade não conseguiu evitar.
A violência da pedofilia gera, muitas vezes, profundos traumas em todos os envolvidos, exacerbando a dolorosa situação cármica da constelação familiar.
Há, também, espíritos afins e benfeitores que visam amparar os envolvidos nesta dor. Amigos do extrafísico cheios de ternura em seu coração, com projetos de dedicação e amparo, sempre se fazem presentes. O tempo se encarregará de cicatrizar os ferimentos da alma.
Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 76. Escrito por Dr. Ricardo Di Bernardi
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