segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
O nascimento
A união da Alma e do corpo começa com a concepção e só fica completa na ocasião do nascimento. É o invólucro fluídico que liga o Espírito ao gérmen; essa união se vai apertando cada vez mais, até tornar-se completa, e isto se dá quando a criança vê a luz do dia terrestre. No intervalo da concepção ao nascimento, as faculdades da Alma vão, pouco a pouco, sendo aniquiladas pelo poder sempre crescente da força vital recebida dos geradores, que diminui o movimento vibratório do perispírito, até o momento em que o Espírito na criança fica inteiramente inconsciente. Essa diminuição vibratória do movimento fluídico produz a perda da lembrança das vidas anteriores, de que breve trataremos.
O Espírito na criança dormita em seu invólucro material e, à medida que se aproxima o nascimento, suas idéias se apagam e, assim, o conhecimento do passado, de que não tem mais consciência quando abre os olhos à luz do dia. Essa consciência só voltará quando, pela desmaterialização final ou pelas influências profundas da exteriorização, na hipnose, a Alma retomar seu movimento vibratório e encontrar seu passado e o mundo adormecido de suas recordações. Eis a verdadeira gênese da vida humana.
As aquisições do passado são latentes em cada Alma: as faculdades não se destroem; têm raízes no inconsciente e sua aparência depende do progresso anteriormente capitalizado, dos conhecimentos, das impressões, das imagens, do saber e da experiência. É o que constitui o “caráter” de cada indivíduo vivo e lhe dá as aptidões originais e proporcionais a seu grau de evolução.
A criança adquire de seus pais apenas a força vital, à qual é preciso ajuntar certos elementos hereditários. Por ocasião da encarnação, o perispírito se une, molécula por molécula, à matéria do gérmen. Nesse gérmen, que deve mais tarde constituir o indivíduo, reside uma força inicial, que resulta da soma dos elementos de vida do pai e da mãe, no momento da geração. Esse gérmen contém uma energia potencial maior ou menor, que, transformando-se em energia ativa, durante o período total da vida, determina o grau de longevidade do ser.
É, pois, sob a influência dessa força vital, emanada dos geradores, que, por sua vez, a recebem dos antepassados, que o perispírito desenvolve suas propriedades funcionais. Assim, o duplo fluídico reproduz, sob a forma de movimentos, o traço indelével de todos os estados da Alma, desde seu primeiro nascimento; por outra parte, o gérmen material recebe a impressão de todos os estados sucessivos do perispírito: há aí um paralelismo vital absolutamente lógico e harmonioso. Torna-se assim o perispírito o regulador e o apoio da energia vital modificada pela hereditariedade. É por aí que se forma o tipo individual de cada um. Ele é o “mediador plástico” do filósofo escocês Wordsworth, a tessitura fluídica permanente, através da qual passa a torrente da matéria fluente que destrói e reconstrói incessantemente o organismo vivo. É a armadura invisível que sustém interiormente a estátua humana.
O perispírito é o princípio de identidade física e moral que mantém indefectível, no meio das vicissitudes do ser móvel e mutável, o princípio do eu consciente. A memória, que nos dá a certeza íntima de nossa identidade pessoal, é a irradiação reflexa desse perispírito.
Tal é a origem de nossa vida.
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Que a magia do Natal permaneça em nossos corações durante os próximos 365 dias!! Muita luz!!
ResponderExcluirFeliz Natal!! ♥
Muita Luz à vc também Mari....gratidão imensa por suas palavras carinhosas.
ExcluirFeliz 2014! Que a magia do Natal esteja em sua vida tb...abraços fraternos.