domingo, 29 de maio de 2016
Libertando-se do medo da morte
4. Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la
sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado
pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma
idéia tão exata quanto possível, o que denota da parte do
Espírito encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão
para desprender-se da matéria.
No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a
espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue
a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida
real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido,
desesperador.
Se, ao contrário, concentrarmos o pensamento, não
no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real a tudo sobrevivente,
lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte
de misérias e dores. Para isso, porém, necessita o Espírito
de uma força só adquirível na madureza.
O temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente
da vida futura, embora denote também a necessidade
de viver e o receio da destruição total; igualmente o estimula
secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado ainda
pela incerteza.
Esse temor decresce, à proporção que a certeza aumenta,
e desaparece quando esta é completa.
Eis aí o lado providencial da questão. Ao homem não
suficientemente esclarecido, cuja razão mal pudesse suportar
a perspectiva muito positiva e sedutora de um futuro
melhor, prudente seria não o deslumbrar com tal idéia,
desde que por ela pudesse negligenciar o presente, necessário
ao seu adiantamento material e intelectual.________________Livro O Céu e o Inferno
Medo da morte
1. O homem, seja qual for a escala de sua posição social,
desde selvagem tem o sentimento inato do futuro; diz-lhe a
intuição que a morte não é a última fase da existência e
que aqueles cuja perda lamentamos não estão irremissivelmente
perdidos.
A crença da imortalidade é intuitiva e muito mais generalizada
do que a do nada. Entretanto, a maior parte dos
que nela crêem apresentam-se-nos possuídos de grande
amor às coisas terrenas e temerosos da morte! Por quê?
2. Este temor é um efeito da sabedoria da Providência e
uma conseqüência do instinto de conservação comum a
todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está
suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura,
como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos
levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o
trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento.
Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga
intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente,
uma certeza apenas atenuada por secreto apego à
vida corporal.
3. À proporção que o homem compreende melhor a vida
futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a
sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e
serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso
às idéias, outro fito ao trabalho; antes dela nada que se
não prenda ao presente; depois dela tudo pelo futuro sem
desprezo do presente, porque sabe que aquele depende da
boa ou da má direção deste.
A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte,
de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um
só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente
em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e
coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre.
A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender
a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e
a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no
presente como no futuro.____________________Livro O Céu E o Inferno
sábado, 28 de maio de 2016
No Reino em Construção
Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para ai em expia-
ção-
Escutaste o pessimismo que se esmera em procurar as deficiências da Humanidade,
como quem se demora deliberadamente nas arestas agressivas do mármore de
obra-prima Inacabada e costumas dizer que a Terra está perdida.
Observa, porém, as multidões que se esforçam silenciosamente pela santificação do
porvir.
Compulsaste as folhas da imprensa, lendo a história do autor de homicídio lamentá-
vel e sob a
extrema revolta, trouxeste ao labirinto das opiniões contraditórias a tua própria
versão do acontecimento, asseverando que estamos todos no teatro do crime.
Recorda, contudo, os milhões de pais e mães, tocados de abnegação e heroísmo,
que abraçam todos os sacrifícios no lar para que a delinqüência desapareça.
Conheceis jovens que se transviaram. na leviandade, desvairando-se em golpes de
selvageria
e loucura e, examinando acremente determinados sucessos que devem estar catalogados
na patologia da mente, admites que a juventude moderna se encontra em
adiantado processo de desagregação do caráter.
Relaciona, todavia, os milhões de rapazes e meninas, debruçados sobre livros e
máquinas, através do labor e do estudo, em muitas circunstâncias imolando o pró-
prio corpo à fadiga precoce, para integrarem dignamente a legião do progresso.
Sabes que há companheiros habituados aos prazeres noturnos e, ao vê-los comprando
o próprio desgaste a prego de ouro, acreditas que toda a comunidade humana
jaz entregue à demência e ao desperdício.
Reflete, entretanto, nos milhões de cérebros e braços que atravessam a noite, no recinto das
fábricas e junto dos linotipos, em hospitais e escritórios, nas atividades da limpeza e da vigilância,
de modo a que a produção e a cultura, a saúde e a tranqüilidade do povo sejam asseguradas.
Marcaste o homem afortunado que enrijeceu mãos e bolsos, na sovinice, e esposas
a convicção de que todas as pessoas abastadas são modelos completos; de
avareza e crueldade.
Considera, no entanto, os milhões de tarefeiros do serviço e da beneficência, que
diariamente colocam o dinheiro em circulação, a fim de que os homens conheçam
a honra de trabalhar e a alegria de viver.
Não condenes a Terra pelo desequilíbrio de a1guns.
Medita, em todos os que se encontram suando e sofrendo, lutando e amando,
no levantamento do futuro melhor, e reconhecerás que o Divino Construtor do
Reino de Deus no mundo está esperando também por ti._____________________________________________Livro da Esperança de Euripedes Barsanulfo
Perante o Mundo
“A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas São os Mundos que circulam
no espaço infinito e oferecem aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes
ao adiantamento dos mesmos Espíritos.”
Clamas que não encontraste a felicidade no mundo, quando o mundo, - bendita
universidade do espírito,dilapidada, por inúmeras gerações,te inclui entre aqueles
de quem espera cooperação para construir a própria felicidade.
Quando atingiste o diminuto porto do berço, com a fadiga da ave que tomba inerme,
depois de haver planado longo tempo, sobre mares enormes, conquanto chorasses,
argamassavas com teus vagidos, a alegria. e a esperança dos pais que te acolhiam,
entusiasmados e jubilosos, para seres em casa o esteio da segurança.
Alcançaste o verde refúgio da meninice embora mostrasses a inconsciência afável da.
infância, foste para os mestres que te afagaram na escola a promessa viva de luz e
realização que lhes emblemava o porvir.Chegaste ao róseo distrito da juventude e
apesar da inexperiência em que se te esfloravam todos os sonhos, os dirigentes de
serviço, na pro fissão que abraçaste, contavam contigo para dignificar o trabalho e
clarear os caminhos.
Constituíste o lar próprio e, não obstante tateasses os domínios da responsabilidade,
em meio de flores e aspirações, espíritos, afeiçoados e amigos te aguardavam generoso
concurso para se corporificarem, na condição de teus filhos, através da reencarna-
ção.
Penetraste os círculos da fé renovadora que te honra os anseios de perfeição espiritual
e se bem que externasses imediata necessidade de esclarecimento e socorro, companheiros
de ideal saudaram-te a presença, na certeza de teu apoio ao levantamento das
iniciativas mais nobres.
Casa que habitas, campo que lavras, plano que arquitetas e obras que edificas
solicitam-te paz e trabalho. Amigos que te ouvem rogam-te bom amimo.
Doentes que te buscam suspiram por melhoras.
Criaturas que te rodeiam pedem-te amparo e compreensão para que lhes acrescentes
a coragem.
Cousas que te cercam requisitam-te proteção e entendimento para que se lhes aprimore
o dom de servir. Tudo é ansiosa expectativa, ao redor de teus passos.
Não maldigais a Terra que te abençoa.
Afirmas que esperas, em vão, pelo auxílio do mundo... Entretanto é o mundo que
espera confiantemente por ti._______________________________________Livro da Esperança - Eurípedes Barsanulfo
sábado, 21 de maio de 2016
Pensamento e reforma íntima
Tudo o que existe no universo tem a sua origem no pensamento. A criação, princípio de tudo podemos dizer que teve a ação de uma força inteligente (o pensamento), senão como conceber tanta perfeição em a natureza?. Deus, o criador, é o pensamento universal.
Assim também somos nós, com as nossas criações. Todas as coisas que inventamos tiveram início em nossa mente e foi se realizando passo a passo; somos enfim, coadjuvantes da obra de Deus. As nossas realizações a serviço do bem são os nossos pensamentos positivos materializados em harmonia com a obra divinal, e tudo que se faz contrário a essa ação, são os nossos pensamentos negativos desestruturando o nosso meio e todo o universo.
Por tudo isso, é certo afirmar que “somos o que pensamos”, temos a capacidade de construirmos a nossa felicidade ou a nossa desdita e o agora se faz o momento oportuno de buscarmos mudanças em nosso padrão vibracional. Não se trata aqui, de enganar os nossos pensamentos e sim sentarmos diante deles, livrando-se dos julgamentos e rótulos que normalmente damos para cada um: (inveja, ódio, ciúme, avareza...) e dialogarmos amorosamente numa firme resolução de vencê-los.
Chamamos a esse permanente esforço de “o bom combate” ou “reforma íntima”, quando mergulhamos sem culpas em nosso interior a procura do auto-conhecimento. Encaramos tête-à-tête todas as nossas mazelas, começamos a lidar com elas no perseverante exercício da renovação e a sentir que a cada dia, vamos galgando um passo a mais na caminhada, lembrando-se que toda virtude adquirida constitui-se patrimônio espiritual conquistado.___________________________________________________________________________Arquivo do autor:ceacgallo
sábado, 14 de maio de 2016
Os Mensageiros
- Segundo livro da série, retrata a renovação de André Luiz, o tédio com o passado e o desejo sincero de trabalhar em benefício do próximo. Narra o próprio André:
"Desligando-me dos laços inferiores que me prendiam às atividades terrestres, elevado entendimento felicitou-me o espírito.
Semelhante libertação, contudo, não se fizera espontânea.
Sabia, no fundo, quanto me custara abandonar a paisagem doméstica, suportar a incompreensão da esposa e a divergência dos filhos amados.
Guardava a certeza de que amigos espirituais, abnegados e poderosos, me haviam a auxiliado a alma pobre e imperfeita, na grande transição.
Antes, a inquietude relativa à companheira torturava-me incessantemente o coração; mas agora, vendo-a profundamente identificada com o segundo marido, não via recurso outro que procurar diferentes motivos de interesse.
Foi assim que, eminentemente surpreendido, observei minha própria transformação, no curso dos acontecimentos."
Pensando desta forma, feliz e renovada, é levado por Tobias, seu companheiro de trabalho nas Câmeras de Retificação, até Aniceto, nobre Instrutor no Ministério da Comunicação.
Aprovado para ingressar no quadro de aprendizes, André Luiz tem a oportunidade de conhecer o fascinante serviço de formação de médiuns para fins de tarefas específicas na Crosta.
Em companhia de Tobias, já no Ministério, André espanta-se:
- "Mas esta organização imensa restringe-se ao movimento de transmissão de mensagens?" - perguntei curioso.
O companheiro sorriu significativamente e esclareceu:
- "Não suponha se encontre aqui localizado o serviço de correio, simplesmente. O Centro prepara entidades a fim de que se transformem em cartas vivas de socorro e auxílio aos que sofrem no Umbral, na Crosta e nas Trevas. Acreditaria, porventura, que tanto trabalho se destinasse apenas a mera movimentação de noticiário? Amplie suas vistas. Este serviço é a cópia de quantos se vêm fazendo nas mais diversas cidades espirituais dos planos superiores. Preparam-se aqui numerosos companheiros para a difusão de esperanças e consolos, instruções e avisos, nos diversos setores da evolução planetária. Não me refiro tão só a emissários invisíveis. Organizamos turmas compactas de aprendizes para a reencarnação. Médiuns e doutrinadores saem daqui às centenas, anualmente. Tarefeiros do conforto espiritual encaminham-se para os círculos carnais, em quantidade considerável, habilitados pelo nosso Centro de Mensageiros."
Mais tarde, em companhia de Aniceto e Vicente, outro médico, André Luiz tem a oportunidade de realizar aprendizado na Terra, junto aos encarnados, fornecendo bastas e enriquecedoras notícias do desdobramento das tarefas que, segundo Emmanuel, no prefácio do livro, constituíram o relatório incompleto de uma semana de trabalho espiritual dos mensageiros do Bem, junto aos homens.
De que estrela me vem
"- Amigos, por quem sois, explicai-me em que novo mundo me encontro... De que estrela me vem, agora, esta luz confortadora e brilhante?
Um deles afagou-me a fronte, como se fora conhecido pessoal de longo tempo e acentuou:
- Estamos nas esferas espirituais vizinhas da Terra, e o Sol que nos ilumina, neste momento, é o mesmo que nos vivificava o corpo físico. Aqui, entretanto, nossa percepção visual é muito mais rica. A estrela que o Senhor acendeu para os nossos trabalhos terrestres é mais preciosa e bela do que a supomos quando no círculo carnal. Nosso Sol é a divina matriz da vida, e a claridade que irradia provém do Autor da Criação.
Meu ego, como que absorvido em onda de infinito respeito, fixou a luz branda que invadia o quarto, através das janelas, e perdi-me no curso de profundas cogitações. Recordei, então, que nunca fixara o Sol, nos dias terrestres, meditando na imensurável bondade dAquele que no-lo concede para o caminho eterno da vida. Semelhava-me assim ao cego venturoso, que abre os olhos para a Natureza sublime, depois de longos séculos de escuridão." -_______________________________________________________________ André Luiz - Clarêncio, cap.2 - Nosso Lar
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