terça-feira, 5 de dezembro de 2017
Estudando o Orgulho
“Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo,os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente.Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap.X – item 10)_________________________________O projeto de melhoria individual de todos nós esbarrará ainda por longo tempo com essa mazela moral que constitui a raiz de larga soma de atitudes humanas.O estudo atento do orgulho será um caminho de infinitas descobertas para todo aquele que anseia pelas conquistas interiores. Orgulho é o sentimento de superioridade pessoal resultante do processo natural de crescimento do espírito; um “subproduto” do instinto de conservação, um
princípio que foi colocado no homem para o bem<1>,
porque sem o “sentimento de valor pessoal” e a "necessidade de estima” não encontraríamos motivação para existir e não formaríamos um autoconceito pessoal.O problema não é o sentimento de orgulho, mas o descontrole de seus efeitos. No atual estágio de aprendizado, ainda não temos plena capacidade de controlá-la. Ele está presente em quase tudo o que fazemos. Isso o torna uma paixão ou, como dizem os bondosos Guias da Verdade, “o excesso de que se acresceu a vontade.">
Conceituemo-la, portanto, como uma paixão crônica por si mesmo, impropriamente denominado como “amor” próprio. A esserespeito afirma Allan Kardec:
“Todas as paixões têm seu princípio num sentimento, ou numa necessidade natural. O princípio das paixões não é,assim, um mal, pois que assenta numa das condições providenciais da nossaexistência. A paixão propriamente dita é a exageração de uma necessidadeou de um sentimento. Está no excesso e não na causa e este excesso se tornaum mal, quando tem como conseqúência um mal qualquer.”<3>
Seu principal reflexo na vida interior dá-se no departamento mental da imaginação, no qual está armazenada a “matriz superdimensionada” da imagem que fazemos de nós. A partir dessa matriz, que tem “vida própria”como uma “segunda personalidade”, processa-se e dinamiza-se todo um complexo de valores morais e afetivos que regulam a rotina de boa parte das operações psíquicas e emocionais do ser, determinando atitudes, palavras, escolhas, aspirações e gostos.______________________Mereça Ser Feliz - Ermance-Dufaux
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