quinta-feira, 28 de abril de 2011

Surtos evolutivos do planeta

Um modesto escorço da Historia faz entrever os laços eternos que ligam todas as gerações nos surtos evolutivos do planeta.
         Muita vez, o palco das civilizações foi modificado, sofrendo profundas renovações nos seus cenários, mas os atores são os mesmos, caminhando, nas lutas purificadoras, para a perfeição dAquele que é a Luz do princípio.
          Nos primórdios da Humanidade, o homem terrestre foi naturalmente conduzido às atividades exteriores, desbravando o caminho da natureza para a solução do problema vital, mas houve um tempo em que a sua maioridade espiritual foi proclamada pela sabedoria da Grécia e pelas organizações romanas.
          Nessa época, a vinda do Cristo ao planeta assinalaria o maior acontecimento para o mundo, de vez que o Evangelho seria a maior mensagem do Céu, ligando a Terra ao reino luminoso de Jesus, na hipótese da assimilação do homem espiritual, com respeito aos seus  ensinamentos divinos. Mas a pureza do Cristianismo não conseguiu manter-se intacta, tão logo regressaram ao plano invisível os auxiliares do Senhor, reencarnados no globo terrestre para a glorificação dos tempos apostólicos.
         O assedio das trevas avassalou o coração das criaturas.
         Decorridos três séculos da lição santificante de Jesus, surgiram a falsidade e a má-fé adaptando-se às conveniências dos poderes políticos do mundo, desvirtuando-se-lhe todos os princípios, por favorecer doutrinas de violência oficializada.
         Debalde enviou o Divino Mestre seus emissários e discípulos mais queridos ao ambiente das lutas planetárias. Quando não foram trucidados pelas multidões delinqüentes ou pelos verdugos das consciências, foram obrigados a capitular diante da ignorância, esperando o juízo longínquo da posteridade.
         Desde essa época, em que a mensagem evangélica dilatava a esfera da liberdade humana, em virtude da sua maturidade para o entendimento das grandes e consoladoras verdades da existência, estacionou o homem espiritual em seus surtos de progresso, impossibilitado de acompanhar o homem físico na sua marcha pelas estradas do conhecimento.

Trabalhemos por Jesus, ainda que a nossa oficina esteja localizada no deserto das consciências.
          Todos  somos dos chamados ao grande labor e o nosso mais sublime dever é responder aos apelos do escolhido.
          Revendo os quadros da historia do mundo, sentimos um frio cortante neste crepúsculo doloroso da civilização ocidental. Lembremos a misericórdia do Pai e façamos as nossas preces. A noite não tarda  e, no bojo de suas sombras compactas, não nos esqueçamos de Jesus, cuja misericórdia infinita, como sempre, será a claridade imortal da alvorada futura, feita de paz, de fraternidade e de redenção.  


 – Emmanuel/Chico Xavier.
           (O texto é do livro: A Caminho da Luz, capítulo XXV.)  

As grandes partidas coletivas

As grandes partidas coletivas não tem somente por objetivo ativar as saídas, mas transformar mais rapidamente o espírito da massa, desembaraçando-a das más influências e dando mais ascendência às idéias novas.
            É porque muitos, apesar de suas imperfeições, estão maduros para essa transformação, que muitos partem a fim de irem se retemperar numa fonte mais pura. Ao passo que se tivessem permanecido no mesmo meio e sob as mesmas influências, teriam persistido em suas opiniões e na sua maneira de ver as coisas. Uma permanência no mundo dos Espíritos basta para lhes abrir os olhos, porque ali vêem o que não podiam ver sobre a Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista poderão,  pois, retornar com idéias inatas de fé, tolerância e de liberdade. Em seu retorno, encontrarão as coisas mudadas, e suportarão o ascendente do novo meio onde terão nascido. Em lugar de fazer oposição às idéias novas, delas serão os auxiliares.
           A regeneração da Humanidade não tem, pois, absolutamente necessidade da renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação nas suas disposições morais; esta modificação se opera em todos aqueles que a ela estão predispostos, quando são subtraídos à influencia perniciosa do mundo. Aqueles que retornam, então, não são sempre outros Espíritos, mas, freqüentemente, os mesmos Espíritos pensando e sentido de outro modo.
           Quando esse melhoramento é isolado e individual,  passa despercebido, e sem influência ostensiva sobre o mundo.
            O efeito é diferente quando se opera simultaneamente em grandes massas; porque, então, segundo as proporções, em uma geração, as idéias de um povo ou de uma raça podem ser profundamente modificadas.
            É o que se nota sempre depois dos grandes abalos que dizimam as populações. Os flagelos destruidores não destroem senão o corpo, mas não atingem o Espírito; eles ativam o movimento de vai-e-vem entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual, e por conseqüência um movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de notar-se que, em todas as épocas da historia, as grandes crises sociais foram seguidas de uma era de progresso.
           É um desses movimentos gerais que se opera neste momento, e que deve trazer o remanejamento da Humanidade.  A multiplicidade das causas de destruição é sinal característico dos tempos, porque elas devem  apressar a eclosão de novos germes. São folhas de outono que caem, e as quais sucederão novas folhas cheias de vida, porque a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas idades. As folhas mortas da Humanidade caem levadas pelas rajadas e golpes de vento, mas para renasceram mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.
          Para um materialista, os flagelos destruidores são calamidades sem compensações, sem resultados úteis, uma vez que, segundo ele, aniquilam os seres sem retorno. Mas para aquele que sabe que a morte não destrói senão o envoltório, eles não têm as mesmas conseqüências, e não lhe causam o menor medo; compreende-lhe o objetivo, e sabe também que os homens não perdem mais morrendo em conjunto do que morrendo isoladamente, uma vez que, de uma forma ou de outra, é necessário sempre lá chegar.

Allan Kardec - (O texto é do livro: A Gênese, capítulo XVIII.  Itens 32 a 35)

domingo, 17 de abril de 2011

Alma querida

Alma querida! Batida pelo vendaval, sacudida pelas incertezas sob chuva de calhaus, sobre espículos cruéis.
É noite, e as sombras desenham fantasmas. Tu tremes, choras...
Dói-te o peito, represado de angústias e cambaleiam as tuas pernas fragilizadas.
Tuas mãos, sempre ágeis, descem e se negam a transformar-se em asas para voar.
Alma querida! Fita além da noite e verás, verás o amanhecer longínquo que chegará a ti, pleno de luz, apagando todas as sombras, diminuindo todas as aflições.
Não pares! Ergue a cabeça e avança, alma solitária e triste!
O Sol da eterna crença, avança no teu rumo, aguardando que sigas na Sua direção, no encontro, quando nimbada de luz, alma feliz, bendirás todas as dores, todas as humilhações, que são os tesouros imarcessíveis da vida, coroando-te de estrelas.
Almas queridas! Não canseis de lutar!
Cada um de nós é alma em reajustamento. Experimentamos aqui, outra vez, o seu quadro de testemunho, mas o nosso Modelo, quando aceitou a Cruz, transformou-a em dois braços que afagam e não numa trave hedionda de horror.
Ide! Avante, Almas queridas, bendizendo a noite com vossas preces, que se transformarão em estrelas, com vossas lágrimas que se converterão em pingentes de luar, para que nunca mais haja escuridão.
Deus vos abençoe, almas queridas!

São os votos da servidora humílima e maternal de sempre... Joanna de Ângelis