Amar é...
Quando sabemos que estamos amando? No início da gostosa fase dos namoricos, encontros e reencontros, quando finalmente firmamos um compromisso um pouco mais sério, qual o sentimento que nos indica a hora de dizer o primeiro “eu te amo”? Quando a saudade da pessoa dói demais? Quando não podemos viver sem ela? Quando sua companhia torna o dia completo e as horas as mais agradáveis?
Se somos assim com nossos sentimentos falhos e pueris da vida, que dirá sobre o nosso sentimento para com Deus? Será que já evoluímos nosso sentir para um compromisso mais sério com o amor magnânimo do Pai? Já dissemos a Ele, com o coração cheio de amor, “Eu te amo”? Será que já compreendemos que, com ele, nosso dia é completo e nossas horas as mais agradáveis?
“Amar a Deus sobre todas as coisas”, disse Jesus, com a simplicidade de seu espírito repleto desse sentimento que nós, mesquinhos e imperfeitos, estamos talvez longe de compreender. Talvez também por isso um fabricante de figurinhas pré-adolescentes fez muito sucesso nos anos 90, com as famosas “Amar é...”. Em cada pacotinho, três graciosas figurinhas traziam exemplos práticos de como o amor se manifestava nas atitudes do casalzinho, como “Amar é... ficar feliz quando ela está feliz”. Assim, levando a divertida e pragmática fórmula para o mais importante mandamento bíblico, poderíamos ter uma visão mais prática do que é amar a Deus em atitudes. Vejamos:
AMAR A DEUS É...
– Perceber que Ele está por perto nas coincidências do dia-a-dia;
– Sentir que alguma voz nos acalma quando o espírito parece desmoronar;
– Ter afeição pelas suas criaturas;
– Observar que as pessoas que vieram para sua família são exatamente aquelas que você deveria – ou sonhava – reencontrar;
– Agradecer pelo café ter um cheirinho tão bom e o nosso corpo ter o olfato desenvolvido para perceber isso;
– Ter calma de que as coisas vão se resolver da melhor maneira possível;
– Ter certeza de que você não está sozinho;
– Querer bem àqueles que o mundo geralmente julga mal;
– Ter ternura por aqueles que precisam dela, e nem sempre encontram nas mães do mundo;
– Perdoar o outro filho D’Ele, que ainda não entendeu a Lei;
– Aceitar as coisas boas e ruins, confiante de que todas as experiências foram cautelosamente escolhidas por Ele especialmente para o seu aprendizado;
– Fazer todos os esforços para vê-lo feliz, fazendo o que Ele te pediu em relação aos semelhantes...
Ah! Quantas opções! E quantas outras mais cada um de nós poderia acrescentar nesta lista, tendo em vista a imensidão de momentos em que Deus nos toca com seu amor e nós temos a oportunidade de retribuir! Mas Jesus fez também uma ressalva: “Amar a Deus SOBRE TODAS AS COISAS”. Emprestando novamente a fórmula das figurinhas:
AMAR A DEUS SOBRE...
– Os vícios
– O dinheiro
– Nossa ansiedade de que as coisas aconteçam agora
– A necessidade de ter razão
– As vontades e os caprichos do eu
– As paixões mundanas
“Que não amemos de palavras ou de língua, mas de obras e de verdade”, disse o apóstolo João (3:18). Ou seja, amar é um verbo de ação. Amar é agir. Que saibamos enfim identificar nos muitos minutos do nosso dia as imensas oportunidades de nos ligarmos a Deus, agindo com amor, vivendo com amor, amando-O em nossas atitudes. Que saibamos, enfim, e possamos dizer, como naquele difícil e emocionante momento dos recém-namorados, nosso primeiro dos muitos “eu te amo” que falaremos ao Pai daqui para a frente.