segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Ambiente Fluídico
“Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).
O pensamento como sabemos desempenha uma enorme influência nos fluidos espirituais, alterando as suas características. Os pensamentos bons impõem-lhes permitem vibrações elevadas que originam consolo e bem estar ao influenciado. Em contra partida pensamentos negativos geram a vibrações do mesmo teor da projeção do pensamento, desta forma os fluidos ficam carregados negativamente e provocam mal estar físico e psíquico.
Toda a Pessoa, Família, Comunidade, Nação ou Planeta, encontra-se envolvido por uma atmosfera espiritual fluídica, que varia vibratoriamente, conforme a índole moral dos Espíritos abrangidos.
Na mesma atmosfera fluídica agregam-se espíritos desencarnados com tendências morais e vibratórias por plena afinidade.
Os Espíritos superiores recomendam uma boa conduta, nas relações com a vida, para dessa forma estarmos ao nível do bem. A amargura, a tristeza e a desânimo aparecem, formando um quadro físico-psíquico deprimente, que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus, mas se for recalcado, os fluidos negativos, trarão espíritos de índole igual.
Item 16. Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, “A ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais tem conseqüências de importância direta e capital para os encarnados. Desde o instante em que tais fluidos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades boas ou más, dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos”).
Allan Kardec - Revista Espírita, Maio, 1867 -“Melhorando-se, a humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus. Se um dia a Terra chegar a não ser povoada senão por homens que, entre si, praticam as leis divinas do amor e da caridade, ninguém duvida que não se encontrem em condições de higiene física e moral completamente outras que as hoje existentes”.
Fluidos no Magnetismo
Algumas observações feitas por alguns magnetizadores (Deleuze, Aubin Gauthier e Ed. Bertholet), entre outros.
"- O fluido magnético, que se nos escapa continuamente, forma em torno do nosso corpo uma atmosfera. Não sendo impulsionado pela nossa vontade, não age sensivelmente sobre os indivíduos que nos cercam (...) (Observemos como a vontade tem um valor preponderante nas chamadas fluidificações ou influências fluídicas. Por outro lado, como toda regra tem exceção - diz a regra -, casos há em que pela excessiva sensibilidade alguém pode sentir e registrar as emanações fluídicas de uma outra pessoa, sem que seja necessariamente acionado o dispositivo da vontade do emissor; são os sensitivos em ação.)
" - O fluido penetra todos os corpos animados e inanimados.Possui odor, que varia segundo o estado de saúde física do indivíduo, das suas qualidades morais e espirituais, e do seu grau de evolução e pureza. (...) O odor e a coloração do fluido estão na razão direta do estado de evolução da alma ou do Espírito (...) (Portanto, nada de se pensar que apenas as condições físicas interessam à economia fluídica do indivíduo.) è visível pelos sonâmbulos como um vapor luminoso, mais ou menos brilhante (...) (Regra geral mas não única.)
O fluido magnético não é o fluido elétrico (...)
". - O fluido se propaga a grandes distâncias, o que depende, entretanto, da qualidade e da força do magnetizador, e igualmente da maior ou menor sensibilidade magnética do paciente. (Por "força do magnetizador" entenda-se "força fluídica" e não física.).E está também sujeito às leis de atração, repulsão e afinidade.Varia de indivíduo a indivíduo
"- A quantidade de fluido não é igual em todos os seres orgânicos, variando segundo as espécies, e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma espécie (...)
" - A ligação entre o fluido magnético e os corpos que o recebem é tão íntima que nenhuma força física ou química pode destruí-lo. Os reativos químicos e o fogo nenhum efeito têm sobre ele (...) (Mas o efeito da moralidade ou da falta dela são incontestáveis.)
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Quando o corpo está mergulhado no sono
Se mais não houvesse em nós que matéria, não veríamos, quando o corpo
está mergulhado no sono, o Espírito continuar a viver e agir sem auxílio algum
dos nossos cinco sentidos, e assim mostrar que uma atividade incessante é a
condição própria da sua natureza. A lucidez magnética, a visão a distância sem
o socorro dos olhos, a previsão de fatos, a penetração do pensamento são outras
tantas provas evidentes da existência da alma.
Assim, pois, fraco ou poderoso, Ignorante ou esclarecido, somos um
Espírito; regemos este corpo que mais não é, sob nossa direção, do que um
servidor, um simples instrumento. Esse Espírito que somos é livre e perfectivel,
por conseguinte, responsável. Pode, à vontade, melhorar-se, transformar-se e
inclinar-se para o bem.
Confuso em uns, luminoso em outros, um ideal esclarece o caminho.
Quanto mais elevado é esse ideal tanto mais úteis e gloriosas são as obras que
inspira. Felis a alma que, em sua marcha, é sustentada por um nobre
entusiasmo: amor da verdade e da Justiça, amor da pátria e da Humanidade!
Sua ascensão será rápida, sua passagem por este mundo deixará traços
profundos, sulcos de onde colherá uma messe bendita.
está mergulhado no sono, o Espírito continuar a viver e agir sem auxílio algum
dos nossos cinco sentidos, e assim mostrar que uma atividade incessante é a
condição própria da sua natureza. A lucidez magnética, a visão a distância sem
o socorro dos olhos, a previsão de fatos, a penetração do pensamento são outras
tantas provas evidentes da existência da alma.
Assim, pois, fraco ou poderoso, Ignorante ou esclarecido, somos um
Espírito; regemos este corpo que mais não é, sob nossa direção, do que um
servidor, um simples instrumento. Esse Espírito que somos é livre e perfectivel,
por conseguinte, responsável. Pode, à vontade, melhorar-se, transformar-se e
inclinar-se para o bem.
Confuso em uns, luminoso em outros, um ideal esclarece o caminho.
Quanto mais elevado é esse ideal tanto mais úteis e gloriosas são as obras que
inspira. Felis a alma que, em sua marcha, é sustentada por um nobre
entusiasmo: amor da verdade e da Justiça, amor da pátria e da Humanidade!
Sua ascensão será rápida, sua passagem por este mundo deixará traços
profundos, sulcos de onde colherá uma messe bendita.
Léon Denis - Depois da Morte
Quando a vontade está de acordo com a Lei
Voltemos ao problema do mal, de que só incidentemente tratamos, e que a
tantos pensadores tem preocupado.
Por que Deus, causa primária de tudo quanto existe, perguntam os
cépticos, permite que no Universo subsista o mal?
Vimos que o mal físico, ou o que é considerado tal, em realidade não é mais
que uma ordem de fenômenos naturais. O caráter maléfico destes ficou
explicado desde que foi conhecida a verdadeira origem das coisas. A erupção
de um vulcão não é mais extraordinária que a ebulição de um vaso cheio
dágua. O raio que derriba edifícios e árvores é da mesma natureza que a
centelha elétrica, veículo do nosso pensamento. Outro tanto sucede com
qualquer fenômeno violento. Resta a dor física. Mas sabe-se que ela é a
conseqüência da sensibilidade, e isso é já um magnífico conhecimento
conquistado pelo ser depois de longos períodos que passou nas formas inferiores
da vida. A dor é uma advertência necessária, um estimulante à vontade
do homem, pois nos obriga a concentrarmos para refletir, e força-nos a domar
as paixões. A dor é o caminho do aperfeiçoamento.
Porém, o mal moral, dirão, o vicio, o crime, a Ignorância, a vitória do mau e
o infortúnio do justo, como explicá-los?
Primeiramente, em que ponto de vista se coloca quem pretende julgar estas
coisas? Se o homem não vê senão uma partícula do mundo em que habita, se
só considera a sua curta passagem pela Terra, como poderá conhecer a ordem
eterna e universal? Para avaliar o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o justo e
o injusto cumpre nos elevarmos acima dos estreitos limites da vida atual, e
considerar o conjunto dos nossos destinos. Então o mal aparece tal como é,
como um estado transitório inerente ao nosso mundo, como uma das fases
inferiores da evolução dos seres para o Bem. Não é em nosso mundo nem em
nossa época que se deve procurar o ideal perfeito, mas na imensidade dos
mundos e na eternidade dos tempos.
Entretanto, se seguirmos o aperfeiçoamento contínuo das condições vitais
do planeta, a lenta evolução das espécies e das raças através das idades; se
considerarmos o homem dos tempos pré-históricos, o antropóide das cavernas,
com instintos ferozes, e as condições de sua vida miserável, e, se
compararmos depois esse ponto de partida com os resultados obtidos pela
civilização atual, veremos claramente a tendência constante dos seres e das
coisas para um ideal de perfeição. A própria evidência, mostrando-nos que a
vida sempre se melhora, se transforma e se enriquece, que o montante do bem
aumenta sem cessar e que o dos males diminui, obriga-nos a reconhecer esse
encaminhamento gradual das humanidades para o melhor.
Mesmo pondo em linha de conta os tempos de parada e, algumas vezes,
até os retrocessos nesse grande movimento, ninguém deve esquecer que o
homem é livre e pode dirigir-se à vontade num sentido ou em outro, não sendo
possível o seu aperfeiçoamento senão quando a vontade está de acordo com a
lei.
Léon Denis - Depois da Morte
tantos pensadores tem preocupado.
Por que Deus, causa primária de tudo quanto existe, perguntam os
cépticos, permite que no Universo subsista o mal?
Vimos que o mal físico, ou o que é considerado tal, em realidade não é mais
que uma ordem de fenômenos naturais. O caráter maléfico destes ficou
explicado desde que foi conhecida a verdadeira origem das coisas. A erupção
de um vulcão não é mais extraordinária que a ebulição de um vaso cheio
dágua. O raio que derriba edifícios e árvores é da mesma natureza que a
centelha elétrica, veículo do nosso pensamento. Outro tanto sucede com
qualquer fenômeno violento. Resta a dor física. Mas sabe-se que ela é a
conseqüência da sensibilidade, e isso é já um magnífico conhecimento
conquistado pelo ser depois de longos períodos que passou nas formas inferiores
da vida. A dor é uma advertência necessária, um estimulante à vontade
do homem, pois nos obriga a concentrarmos para refletir, e força-nos a domar
as paixões. A dor é o caminho do aperfeiçoamento.
Porém, o mal moral, dirão, o vicio, o crime, a Ignorância, a vitória do mau e
o infortúnio do justo, como explicá-los?
Primeiramente, em que ponto de vista se coloca quem pretende julgar estas
coisas? Se o homem não vê senão uma partícula do mundo em que habita, se
só considera a sua curta passagem pela Terra, como poderá conhecer a ordem
eterna e universal? Para avaliar o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o justo e
o injusto cumpre nos elevarmos acima dos estreitos limites da vida atual, e
considerar o conjunto dos nossos destinos. Então o mal aparece tal como é,
como um estado transitório inerente ao nosso mundo, como uma das fases
inferiores da evolução dos seres para o Bem. Não é em nosso mundo nem em
nossa época que se deve procurar o ideal perfeito, mas na imensidade dos
mundos e na eternidade dos tempos.
Entretanto, se seguirmos o aperfeiçoamento contínuo das condições vitais
do planeta, a lenta evolução das espécies e das raças através das idades; se
considerarmos o homem dos tempos pré-históricos, o antropóide das cavernas,
com instintos ferozes, e as condições de sua vida miserável, e, se
compararmos depois esse ponto de partida com os resultados obtidos pela
civilização atual, veremos claramente a tendência constante dos seres e das
coisas para um ideal de perfeição. A própria evidência, mostrando-nos que a
vida sempre se melhora, se transforma e se enriquece, que o montante do bem
aumenta sem cessar e que o dos males diminui, obriga-nos a reconhecer esse
encaminhamento gradual das humanidades para o melhor.
Mesmo pondo em linha de conta os tempos de parada e, algumas vezes,
até os retrocessos nesse grande movimento, ninguém deve esquecer que o
homem é livre e pode dirigir-se à vontade num sentido ou em outro, não sendo
possível o seu aperfeiçoamento senão quando a vontade está de acordo com a
lei.
Léon Denis - Depois da Morte
sábado, 15 de outubro de 2011
A Lei do amor
SANSÃO
Membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863
Meus queridos condiscípulos, os Espíritos aqui presentes vos dizem pela minha voz: Amai muito, para serdes amados! Tão justo é este pensamento, que nele encontrareis tudo quanto consola e acalma as penas de cada dia. Ou melhor: fazendo isso, de tal maneira vos elevareis acima da matéria que vos espiritualizareis antes mesmo de despirdes o vosso corpo terreno. Os estudos espíritas ampliaram a vossa visão do futuro, e tendes agora uma certeza: a do vosso progresso para Deus, com todas as promessas que correspondem às aspirações da vossa alma. Deveis também vos elevar bem alto, para julgar sem as restrições da matéria, e assim não condenar o vosso próximo, antes de haver dirigido o vosso pensamento a Deus.
Amar, no sentido profundo do termo, é ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros aquilo que se deseja para si mesmo. É buscar em torno de si a razão íntima de todas as dores que acabrunham o próximo, para dar-lhes alívio. É encarar a grande família humana como a sua própria, porque essa família irá reencontrar um dia em mundos mais adiantados, pois os Espíritos que a constituem são, como vós, filhos de Deus, marcados na fronte para se elevarem ao infinito. É por isso que não podeis recusar aos vossos irmãos aquilo que Deus vos deu com liberalidade, pois, de vossa parte, seríeis muito felizes se vossos irmãos vos dessem aquilo de que tendes necessidade. A todos os sofrimentos, dispensai pois uma palavra de ajuda e de esperança, para vos fazerdes todo amor e todo justiça.
Crede que estas sábias palavras: “Amai muito, para serdes amados”, seguirão os seus cursos. Esta máxima é revolucionária e segue uma rota firme e invariável. Mas vós já haveis progredido, vós que me escutais: sois infinitamente melhores do que há cem anos; de tal maneira vos modificastes para melhor, que aceitais hoje sem repulsa uma infinidade de idéias novas sobre a liberdade e a fraternidade, que antigamente teríeis rejeitado. Pois daqui a cem anos aceitará também, com a mesma facilidade, aquelas que ainda não puderam entrar na vossa cabeça.
Hoje, que o movimento espírita avançou bastante, vede com que rapidez as idéias de justiça e de renovação, contidas nos ditados dos Espíritos, são aceitas pela metade das pessoas inteligentes. É que essas idéias correspondem ao que há de divino em vós. É que estais preparados por uma semeadura fecunda: a do último século, que implantou na sociedade as grandes idéias de progresso. E como tudo se encadeia, sob as ordens do Altíssimo, todas as lições recebidas e assimiladas resultarão nessa mudança universal do amor ao próximo. Graças a ela, os Espíritos encarnados, melhor julgando e melhor sentindo, dar-se-ão as mãos até os confins do vosso planeta. Todos se reunirão, para entender-se e amar-se, destruindo todas as injustiças, todas as causas de desentendimento entre os povos.
Grande pensamento de renovação pelo Espiritismo tão bem exposto em O Livro dos Espíritos, tu produzirás o grande milagre do século futuro, o da reunião de todos os interesses materiais e espirituais dos homens, pela aplicação desta máxima bem compreendida: Amai muito, para serdes amados!
FÉNELON
Bordeaux, 1861
O amor é de essência divina. Desde o mais elevado até o mais humilde, todos vós possuís, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. É um fato que tendes podido constatar muitas vezes: o homem mais abjeto, o mais vil, o mais criminoso, tem por um ser ou um objeto qualquer uma afeição viva e ardente, à prova de todas as vicissitudes, atingindo freqüentemente alturas sublimes.
Disse por um ser ou um objeto qualquer, porque existem, entre vós, indivíduos que dispensam tesouros de amor, que lhes transbordam do coração, aos animais, às plantas, e até mesmo aos objetos materiais. Espécies de misantropos a se lamentarem da humanidade em geral, resistem à tendência natural da alma, que busca em seu redor afeição e simpatia. Rebaixam a lei do amor à condição do instinto. Mas, façam o que quiserem, não conseguirão sufocar o germe vivaz que Deus depositou em seus corações, no ato da criação. Esse germe se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência, e embora freqüentemente comprimido pelo egoísmo, é a fonte das santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e duradouras que vos ajudam a transpor a rota escarpada e árida da existência humana.
Há algumas pessoas a quem repugna a prova da reencarnação, pela idéia de que outros participarão das simpatias afetivas de que são ciosas. Pobres irmãos! O vosso afeto vos torna egoísta. Vosso amor se restringe a um círculo estreito de parentes ou de amigos, e todos os demais vos são indiferentes. Pois bem: para praticar a lei do amor, como Deus a quer, é necessário que chegueis a amar, pouco a pouco, e indistintamente, a todos os vossos irmãos. A tarefa é longa e difícil, mas será realizada. Deus o quer, e a lei do amor é o primeiro e o mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que deve um dia matar o egoísmo, sob qualquer aspecto em que se apresente, pois além do egoísmo pessoal, há ainda o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Jesus disse: “Amai ao vosso próximo como a vós mesmos”; ora, qual é o limite do próximo? Será a família, a seita, a nação? Não: é toda a humanidade! Nos mundos superiores, é o amor recíproco que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam. E o vosso planeta, destinado a um progresso que se aproxima, para a sua transformação social, verá seus habitantes praticarem essa lei sublime, reflexo da própria Divindade.
Os efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrena. Os mais rebeldes e os mais viciosos deverão reformar-se, quando presenciarem os benefícios produzidos pela prática deste princípio: “Não façais aos outros os que não quereis que os outros vos façam, mas fazei, pelo contrário, todo o bem que puderdes”.
Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano, que cederá, mesmo de malgrado, ao verdadeiro amor. Este é um imã a que ele não poderá resistir, e o seu contato vivifica e fecunda os germes dessa virtude, que estão latentes em vossos corações. A Terra, morada de exílio e de provas, será então purificada por esse fogo sagrado, e nela se praticarão a caridade, a humildade, a paciência, a abnegação, a resignação, o sacrifício, todas essas virtudes filhas do amor. Não vos canseis, pois, de escutar as palavras de João Evangelista. Sabeis que, quando a doença e a velhice interrompem o curso de suas pregações, ele repetia apenas estas doces palavras: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros!”.
Queridos irmãos, utilizai com proveito essas lições: sua prática é difícil, mas delas retira a alma imenso benefício. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: “Amai-vos”, e vereis, muito em breve, a Terra modificada tornar-se um novo Eliseu, em que as almas dos justos virão gozar o merecido repouso.
Lázaro - Paris, 1862
O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento. Não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior, que reúne e condensa em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais. Feliz aquele que, sobrelevando-se à humanidade, ama com imenso amor os seus irmãos em sofrimento! Feliz aquele que ama, porque não conhece as angústias da alma, nem as do corpo! Seus pés são leves, e ele vive como transportado fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou essa palavra divina, — amor — fez estremecerem os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo, por sua vez, vem pronunciar a segunda palavra do alfabeto divino. Ficai atentos, porque essa palavra levanta a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, vencendo a morte, revela ao homem deslumbrado o seu patrimônio intelectual. Mas já não é mais aos suplícios que ela conduz, e sim à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito, e o Espírito deve agora resgatar o homem da matéria.
Disse que o homem, no seu início, tem apenas instintos. Aquele, pois, em que os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida que do alvo. Para avançar em direção ao alvo, é necessário vencer os instintos a favor dos sentimentos, ou seja, aperfeiçoar a estes, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões dos sentimentos. Trazem consigo o progresso, como a bolota oculta o carvalho. Os seres menos adiantados são os que, libertando-se lentamente de sua crisálida, permanecem subjugados pelos instintos.
O Espírito deve ser cultivado como um campo. Toda a riqueza futura depende do trabalho atual. E mais que os bens terrenos, ele vos conduzirá à gloriosa elevação. Será então que, compreendendo a lei do amor, que une a todos os seres, nela buscareis os suaves prazeres da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes
1
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Mansidão
A delicadeza e a civilidade são filhas diletas da mansidão.
Pela mansidão o homem conquista amizades na Terra e bem-aventurança no Céu
Inimiga da irritabilidade que gera a cólera, a mansidão sempre triunfa nas lutas, vence as dificuldades, enfrenta os sacrifícios.
: Os mansos e os humildes de coração possuirão a Terra, porque se elevam na hierarquia espiritual e se constituem outros tantos propugnadores invisíveis do progresso de seus irmãos, guiando-lhes os passos nas veredas do Amor e da Ciência—nobres ideais que nos conduzem a Deus!
"Aprendei de mim, disse Jesus, que sou humilde e manso de coração."
É em Jesus que devemos buscar as lições de mansidão de que tanto carecemos nas lutas da vida.Embora enérgico, quando as circunstâncias o exigiam, o Sublime Redentor sábia fazer prevalecer a sua Palavra pelo poder da verdade que a embalsamava, e sem ódio, sem fel. combatia os vícios, os embustes que deprimiam as almas.
Sempre bom, lhano, sincero, caritativo, prodigalizava a seus ouvintes os meios de adquirirem o necessário à vida na Terra e a felicidade no Céu.
"Não vos encolerizeis para que não sejais condenados . "
A irritabilidade produz a cólera e a cólera é uma das causas predominantes de enfermidades físicas e males psíquicos.
A cólera engendra a neurastenia, as afecções nervosas, as moléstias do coração: é um fogo abrasador que corrompe o nosso organismo, é o vírus peçonhento que macula nossa alma.Filha do ódio, a cólera é um sentimento mesquinho das almas baixas, dos Espíritos inferiores.
Sem mansidão não há piedade, sem piedade não ha paciência, sem paciência não há salvação!
A mansidão é uma das formas da caridade que deve ser exercitada por todos os que buscam a Cristo.
É da cólera que nasce a selvageria que tantas vitimas tem feito.
Da mansidão vem a indulgência, a simpatia, a bondade e o cumprimento do amor ao próximo.
O homem prudente é sempre manso de coração: persuade seus semelhantes sem se excitar; previne os males sem se apaixonar; extingue as lutas com doçura, e grava nas almas progressistas as verdades que soube estudar e compreender.
Os mansos e humildes possuirão a Terra, e serão felizes, o quanto se pode ser no mundo em que se encontram.
(Parábolas e Ensinos de Jesus – Caírbar Schutel)
Pela mansidão o homem conquista amizades na Terra e bem-aventurança no Céu
Inimiga da irritabilidade que gera a cólera, a mansidão sempre triunfa nas lutas, vence as dificuldades, enfrenta os sacrifícios.
: Os mansos e os humildes de coração possuirão a Terra, porque se elevam na hierarquia espiritual e se constituem outros tantos propugnadores invisíveis do progresso de seus irmãos, guiando-lhes os passos nas veredas do Amor e da Ciência—nobres ideais que nos conduzem a Deus!
"Aprendei de mim, disse Jesus, que sou humilde e manso de coração."
É em Jesus que devemos buscar as lições de mansidão de que tanto carecemos nas lutas da vida.Embora enérgico, quando as circunstâncias o exigiam, o Sublime Redentor sábia fazer prevalecer a sua Palavra pelo poder da verdade que a embalsamava, e sem ódio, sem fel. combatia os vícios, os embustes que deprimiam as almas.
Sempre bom, lhano, sincero, caritativo, prodigalizava a seus ouvintes os meios de adquirirem o necessário à vida na Terra e a felicidade no Céu.
"Não vos encolerizeis para que não sejais condenados . "
A irritabilidade produz a cólera e a cólera é uma das causas predominantes de enfermidades físicas e males psíquicos.
A cólera engendra a neurastenia, as afecções nervosas, as moléstias do coração: é um fogo abrasador que corrompe o nosso organismo, é o vírus peçonhento que macula nossa alma.Filha do ódio, a cólera é um sentimento mesquinho das almas baixas, dos Espíritos inferiores.
Sem mansidão não há piedade, sem piedade não ha paciência, sem paciência não há salvação!
A mansidão é uma das formas da caridade que deve ser exercitada por todos os que buscam a Cristo.
É da cólera que nasce a selvageria que tantas vitimas tem feito.
Da mansidão vem a indulgência, a simpatia, a bondade e o cumprimento do amor ao próximo.
O homem prudente é sempre manso de coração: persuade seus semelhantes sem se excitar; previne os males sem se apaixonar; extingue as lutas com doçura, e grava nas almas progressistas as verdades que soube estudar e compreender.
Os mansos e humildes possuirão a Terra, e serão felizes, o quanto se pode ser no mundo em que se encontram.
(Parábolas e Ensinos de Jesus – Caírbar Schutel)
Sofrimentos morais
Se muitas vezes o homem é o causador de seus sofrimentos materiais, também será dos morais?
– Mais ainda, porque os sofrimentos materiais são algumas vezes independentes da vontade; mas o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, enfim, são torturas da alma.
A inveja e o ciúme! Felizes aqueles que não conhecem esses dois vermes roedores! Com a inveja e o ciúme não há calma nem repouso possível para aquele que está atacado desses males: os objetos de sua cobiça, seu ódio, seu despeito se dirigem a ele como fantasmas que não lhes dão nenhuma trégua e o perseguem até durante o sono. O invejoso e o ciumento vivem num estado de febre contínua. Será essa uma situação desejável, e não compreendeis que com suas paixões o homem criou para si suplícios voluntários, e que a Terra torna-se para ele um verdadeiro inferno?
☼ Várias expressões refletem energicamente os efeitos de certas paixões; diz-se: estar inchado de orgulho, morrer de inveja, secar de ciúme ou de despeito, por ciúmes perder o apetite, etc.; esse quadro não deixa de ser verdadeiro. Algumas vezes o próprio ciúme não tem objetivo determinado. Existem pessoas naturalmente ciumentas de tudo que se eleva e sai do comum, mesmo que não tenham nenhum interesse direto nisso, mas unicamente porque não o podem atingir. Tudo o que parece estar acima do horizonte as ofusca, e se estivessem em maioria na sociedade desejariam reconduzir tudo a seu nível. É o ciúme aliado à mediocridade.
O homem é, muitas vezes, infeliz apenas pela importância que dá às coisas deste mundo; é a vaidade, a ambição e a cobiça frustradas que fazem sua infelicidade. Se ele se coloca acima do círculo estreito da vida material, se eleva seus pensamentos ao infinito, que é a sua destinação, as contingências da humanidade lhe parecem, então, mesquinhas e fúteis, como as tristezas de uma criança que se aflige com a perda de um brinquedo que representava sua felicidade suprema.
Aquele que vê felicidade apenas na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros fica infeliz quando não pode satisfazê-los; no entanto, aquele que não se interessa pelo supérfluo fica feliz com o que tem e que os outros considerariam uma grande desgraça, uma insignificância.
Falamos do homem civilizado porque o selvagem, por ter necessidades mais limitadas, não tem os mesmos motivos de cobiça e de angústias: sua maneira de ver as coisas é completamente diferente. Civilizado, o homem raciocina sobre sua infelicidade e a analisa; é por isso que se sente mais afetado por ela; mas também pode raciocinar e analisar os meios de consolação. Essa consolação está no sentimento cristão, que dá a esperança de um futuro melhor, e no Espiritismo, que dá a certeza desse futuro.
Livro dos Espíritos pergunta 933
– Mais ainda, porque os sofrimentos materiais são algumas vezes independentes da vontade; mas o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, enfim, são torturas da alma.
A inveja e o ciúme! Felizes aqueles que não conhecem esses dois vermes roedores! Com a inveja e o ciúme não há calma nem repouso possível para aquele que está atacado desses males: os objetos de sua cobiça, seu ódio, seu despeito se dirigem a ele como fantasmas que não lhes dão nenhuma trégua e o perseguem até durante o sono. O invejoso e o ciumento vivem num estado de febre contínua. Será essa uma situação desejável, e não compreendeis que com suas paixões o homem criou para si suplícios voluntários, e que a Terra torna-se para ele um verdadeiro inferno?
☼ Várias expressões refletem energicamente os efeitos de certas paixões; diz-se: estar inchado de orgulho, morrer de inveja, secar de ciúme ou de despeito, por ciúmes perder o apetite, etc.; esse quadro não deixa de ser verdadeiro. Algumas vezes o próprio ciúme não tem objetivo determinado. Existem pessoas naturalmente ciumentas de tudo que se eleva e sai do comum, mesmo que não tenham nenhum interesse direto nisso, mas unicamente porque não o podem atingir. Tudo o que parece estar acima do horizonte as ofusca, e se estivessem em maioria na sociedade desejariam reconduzir tudo a seu nível. É o ciúme aliado à mediocridade.
O homem é, muitas vezes, infeliz apenas pela importância que dá às coisas deste mundo; é a vaidade, a ambição e a cobiça frustradas que fazem sua infelicidade. Se ele se coloca acima do círculo estreito da vida material, se eleva seus pensamentos ao infinito, que é a sua destinação, as contingências da humanidade lhe parecem, então, mesquinhas e fúteis, como as tristezas de uma criança que se aflige com a perda de um brinquedo que representava sua felicidade suprema.
Aquele que vê felicidade apenas na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros fica infeliz quando não pode satisfazê-los; no entanto, aquele que não se interessa pelo supérfluo fica feliz com o que tem e que os outros considerariam uma grande desgraça, uma insignificância.
Falamos do homem civilizado porque o selvagem, por ter necessidades mais limitadas, não tem os mesmos motivos de cobiça e de angústias: sua maneira de ver as coisas é completamente diferente. Civilizado, o homem raciocina sobre sua infelicidade e a analisa; é por isso que se sente mais afetado por ela; mas também pode raciocinar e analisar os meios de consolação. Essa consolação está no sentimento cristão, que dá a esperança de um futuro melhor, e no Espiritismo, que dá a certeza desse futuro.
Livro dos Espíritos pergunta 933
Como avaliar a liberdade do Espírito durante o sono
– Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, o Espírito tem mais condições de exercer seus dons, faculdades do que em vigília; tem a lembrança do passado e algumas vezes a previsão do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com outros Espíritos, neste mundo ou em outro. Quando dizeis: tive um sonho esquisito, horrível, mas que não tem nada de real, enganais-vos; é, muitas vezes, a lembrança dos lugares e das coisas que vistes ou que vereis numa outra existência, ou num outro momento. O corpo, estando entorpecido, faz com que o Espírito se empenhe em superar suas amarras e investigar o passado ou o futuro.
Pobres homens, que pouco conheceis dos mais simples fenômenos da vida! Julgai-vos sábios e, entretanto, vos embaraçais com as coisas mais simples; ficais perturbados com a pergunta de todas as crianças: o que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?
O sono liberta, em parte, a alma do corpo. Quando dormimos, estamos momentaneamente no estado em que o homem se encontra após a morte. Os Espíritos que logo se desligam da matéria, quando desencarnam, têm um sono consciente. Durante o sono, reúnem-se à sociedade de outros seres superiores e com eles viajam, conversam e se instruem; trabalham até mesmo em obras que depois encontram prontas, quando, pelo desencarne, retornam ao mundo espiritual. Isso deve vos ensinar uma vez mais a não temer a morte, uma vez que morreis todos os dias, segundo a palavra de um santo. Isso para os Espíritos elevados; mas para o grande número de homens que, ao desencarnar, devem permanecer longas horas nessa perturbação, nessa incerteza da qual já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, a mundos inferiores à Terra, onde antigas afeições os evocam, ou vão procurar prazeres talvez ainda mais baixos que os que têm aí; vão se envolver com doutrinas ainda mais desprezíveis, ordinárias e nocivas que as que professam em vosso meio. O que gera a simpatia na Terra não é outra coisa senão o fato de os homens, ao despertar, se sentirem ligados pelo coração àqueles com quem acabaram de passar de oito a nove horas de prazer. Isso também explica as antipatias invencíveis que sentimos intimamente, porque sabemos que essas pessoas com quem antipatizamos têm uma consciência diferente da nossa e as conhecemos sem nunca tê-las visto com os olhos. Explica ainda a nossa indiferença, pois não desejamos fazer novos amigos quando sabemos que há outras pessoas que nos amam e nos querem bem. Em uma palavra, o sono influi mais na vossa vida do que pensais. Durante o sono, os Espíritos encarnados estão sempre se relacionando com o mundo dos Espíritos e é isso que faz com os Espíritos Superiores consintam, sem muita repulsa, em encarnar entre vós. Deus quis que em contato com o vício eles pudessem se renovar na fonte do bem, para não mais falharem, eles, que vêm instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu para entrarem em contato com seus amigos do céu; é o recreio após o trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final que deve devolvê-los a seu verdadeiro meio.
O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono; mas notai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que vistes. É que vossa alma não está em pleno desdobramento. Muitas vezes, apenas fica a lembrança da perturbação que acompanha vossa partida ou vossa volta, à qual se acrescenta a do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília; sem isso, como explicaríeis esses sonhos absurdos que têm tanto os mais sábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos se servem também dos sonhos para atormentar as almas fracas e medrosas.
Além disso, vereis dentro em pouco se desenvolver uma outra espécie de sonhos1; ela é tão antiga quanto a que já conheceis, mas a ignorais. O sonho de Joana D’arc2, o sonho de Jacó3, o sonho dos profetas judeus e de alguns adivinhos indianos; esse sonho é a lembrança da alma quase inteiramente desligada do corpo, a lembrança dessa segunda vida de que falamos.
Procurai distinguir bem essas duas espécies de sonho dentre os que vos lembrais; sem isso, caireis em contradições e erros que serão funestos à vossa fé.
☼ Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de convivência. Daí uma espécie de clarividência indefinida, que se estende aos lugares mais afastados ou jamais vistos e algumas vezes até a outros mundos; daí ainda a lembrança que traz à memória acontecimentos realizados na existência atual ou em existências anteriores; a estranheza das imagens do que se passa ou do que se passou em mundos desconhecidos, misturadas com coisas do mundo atual, formam esses conjuntos estranhos e confusos que parecem não ter sentido nem ligação entre si.
A incoerência dos sonhos se explica ainda por lacunas que a lembrança incompleta do que nos apareceu em sonho produz. Isso seria como numa narração a qual se tenham truncado frases ao acaso, ou parte de frases; os fragmentos restantes reunidos perderiam toda a significação.
Livro dos Espíritos, pergunta 402
Pobres homens, que pouco conheceis dos mais simples fenômenos da vida! Julgai-vos sábios e, entretanto, vos embaraçais com as coisas mais simples; ficais perturbados com a pergunta de todas as crianças: o que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?
O sono liberta, em parte, a alma do corpo. Quando dormimos, estamos momentaneamente no estado em que o homem se encontra após a morte. Os Espíritos que logo se desligam da matéria, quando desencarnam, têm um sono consciente. Durante o sono, reúnem-se à sociedade de outros seres superiores e com eles viajam, conversam e se instruem; trabalham até mesmo em obras que depois encontram prontas, quando, pelo desencarne, retornam ao mundo espiritual. Isso deve vos ensinar uma vez mais a não temer a morte, uma vez que morreis todos os dias, segundo a palavra de um santo. Isso para os Espíritos elevados; mas para o grande número de homens que, ao desencarnar, devem permanecer longas horas nessa perturbação, nessa incerteza da qual já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, a mundos inferiores à Terra, onde antigas afeições os evocam, ou vão procurar prazeres talvez ainda mais baixos que os que têm aí; vão se envolver com doutrinas ainda mais desprezíveis, ordinárias e nocivas que as que professam em vosso meio. O que gera a simpatia na Terra não é outra coisa senão o fato de os homens, ao despertar, se sentirem ligados pelo coração àqueles com quem acabaram de passar de oito a nove horas de prazer. Isso também explica as antipatias invencíveis que sentimos intimamente, porque sabemos que essas pessoas com quem antipatizamos têm uma consciência diferente da nossa e as conhecemos sem nunca tê-las visto com os olhos. Explica ainda a nossa indiferença, pois não desejamos fazer novos amigos quando sabemos que há outras pessoas que nos amam e nos querem bem. Em uma palavra, o sono influi mais na vossa vida do que pensais. Durante o sono, os Espíritos encarnados estão sempre se relacionando com o mundo dos Espíritos e é isso que faz com os Espíritos Superiores consintam, sem muita repulsa, em encarnar entre vós. Deus quis que em contato com o vício eles pudessem se renovar na fonte do bem, para não mais falharem, eles, que vêm instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu para entrarem em contato com seus amigos do céu; é o recreio após o trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final que deve devolvê-los a seu verdadeiro meio.
O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono; mas notai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que vistes. É que vossa alma não está em pleno desdobramento. Muitas vezes, apenas fica a lembrança da perturbação que acompanha vossa partida ou vossa volta, à qual se acrescenta a do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília; sem isso, como explicaríeis esses sonhos absurdos que têm tanto os mais sábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos se servem também dos sonhos para atormentar as almas fracas e medrosas.
Além disso, vereis dentro em pouco se desenvolver uma outra espécie de sonhos1; ela é tão antiga quanto a que já conheceis, mas a ignorais. O sonho de Joana D’arc2, o sonho de Jacó3, o sonho dos profetas judeus e de alguns adivinhos indianos; esse sonho é a lembrança da alma quase inteiramente desligada do corpo, a lembrança dessa segunda vida de que falamos.
Procurai distinguir bem essas duas espécies de sonho dentre os que vos lembrais; sem isso, caireis em contradições e erros que serão funestos à vossa fé.
☼ Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de convivência. Daí uma espécie de clarividência indefinida, que se estende aos lugares mais afastados ou jamais vistos e algumas vezes até a outros mundos; daí ainda a lembrança que traz à memória acontecimentos realizados na existência atual ou em existências anteriores; a estranheza das imagens do que se passa ou do que se passou em mundos desconhecidos, misturadas com coisas do mundo atual, formam esses conjuntos estranhos e confusos que parecem não ter sentido nem ligação entre si.
A incoerência dos sonhos se explica ainda por lacunas que a lembrança incompleta do que nos apareceu em sonho produz. Isso seria como numa narração a qual se tenham truncado frases ao acaso, ou parte de frases; os fragmentos restantes reunidos perderiam toda a significação.
Livro dos Espíritos, pergunta 402
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Cântico do irmão Sol
Cântico do irmão Sol (ou Cântico das Criaturas)
(Quase cego, sozinho numa cabana de palha, em estado febril e atormentado pelos ratos, São Francisco deixou para a humanidade este canto de amor ao Pai de toda a Criação.
A penúltima estrofe, que exalta o perdão e a paz, foi composta em Julho de 1226 no palácio episcopal de Assis, para pôr fim a uma desavença entre o Bispo e o Prefeito da cidade. Estes poucos versos bastaram para impedir a guerra civil.
A última estrofe, que acolhe a morte, foi composta no começCântico do irmão Sol (ou Cântico das Criaturas)
(Quase cego, sozinho numa cabana de palha, em estado febril e atormentado pelos ratos, São Francisco deixou para a humanidade este canto de amor ao Pai de toda a Criação.
A penúltima estrofe, que exalta o perdão e a paz, foi composta em Julho de 1226 no palácio episcopal de Assis, para pôr fim a uma desavença entre o Bispo e o Prefeito da cidade. Estes poucos versos bastaram para impedir a guerra civil.
A última estrofe, que acolhe a morte, foi composta no começo de Outubro de 1226).
Altíssimo, onipotente e bom Deus,
Teus são o louvor, a glória, a honra
e toda benção.
Só a Ti, Altíssimo, são devidos,
e homem algum é digno
de Te mencionar.
Louvado sejas, meu Senhor,
com todas as Tuas criaturas.
Especialmente o irmão Sol,
que clareia o dia
e com sua luz nos ilumina.
Ele é belo e radiante,
com grande esplendor
de Ti, Altíssimo é a imagem.
Louvado sejas meu senhor,
pela irmã Lua e as Estrelas,
que no céu formastes claras,
preciosas e belas.
Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Vento,
pelo ar ou neblina,
ou sereno e de todo tempo
pelo qual as Tuas criaturas dais sustento.
Louvado sejas meu Senhor,
pela irmã Água,
que é muito útil e humilde
e preciosa e casta.
Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Fogo,
pelo qual iluminas a noite,
e ele é belo e jucundo
e vigoroso e forte.
Louvado sejas meu Senhor,
pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e nos governa,
e produz frutos diversos,
e coloridas flores e ervas.
Louvado sejas meu Senhor,
pelos que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.
Bem aventurados os que sustentam a paz,
que por Ti, Altíssimo serão coroados.
Louvado sejas meu Senhor,
pela nossa irmã a morte corporal,
da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
conforme à Tua Santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.
Louvai e bendizei a meu Senhor,
e daí lhes graças
e servi-O com grande humildade.
Amém.o de Outubro de 1226).
Altíssimo, onipotente e bom Deus,
Teus são o louvor, a glória, a honra
e toda benção.
Só a Ti, Altíssimo, são devidos,
e homem algum é digno
de Te mencionar.
Louvado sejas, meu Senhor,
com todas as Tuas criaturas.
Especialmente o irmão Sol,
que clareia o dia
e com sua luz nos ilumina.
Ele é belo e radiante,
com grande esplendor
de Ti, Altíssimo é a imagem.
Louvado sejas meu senhor,
pela irmã Lua e as Estrelas,
que no céu formastes claras,
preciosas e belas.
Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Vento,
pelo ar ou neblina,
ou sereno e de todo tempo
pelo qual as Tuas criaturas dais sustento.
Louvado sejas meu Senhor,
pela irmã Água,
que é muito útil e humilde
e preciosa e casta.
Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Fogo,
pelo qual iluminas a noite,
e ele é belo e jucundo
e vigoroso e forte.
Louvado sejas meu Senhor,
pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e nos governa,
e produz frutos diversos,
e coloridas flores e ervas.
Louvado sejas meu Senhor,
pelos que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.
Bem aventurados os que sustentam a paz,
que por Ti, Altíssimo serão coroados.
Louvado sejas meu Senhor,
pela nossa irmã a morte corporal,
da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
conforme à Tua Santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.
Louvai e bendizei a meu Senhor,
e daí lhes graças
e servi-O com grande humildade.
Amém.
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