domingo, 29 de janeiro de 2012

Fluídos Espirituais

Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos, da luz ordinária; finalmente, o veículo do pensamento, como o ar o é do som.

Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual. "

No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme: sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e 
dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível. Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados, e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes.

Os próprios Espíritos ditos sofredores, até mesmo os criminosos, que se costumam apresentar em bem dirigidas sessões práticas, narram acontecimentos reais, positivos, que no Invisível se sucedem, um modo de viver e de agir, no Espaço, muito distanciado daquele estado vago, indefinível, inexpressivo, que muitos entendem seja o único verdadeiro, quando a Revelação propala, desde o início, um mundo de vida intensa, mundo real e de realidades, onde o trabalho se desdobra ao infinito e as realizações não conhecem ocasos. Nas entrelinhas de grandes e conceituadas obras doutrinárias, existem claras alusões a sociedades, ou "colônias", organizadas no Além-Túmulo, onde avultam cidades, casas, palácios, jardins, etc., etc.  



Devassando o invisível - Ivonne Pereira





(imagem do filme Nosso Lar)

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