As crenças na imortalidade da alma e nas comunicações entre os vivos e os mortos eram gerais entre os povos da Antigüidade.
Mas, ao contrário do que acontece hoje, as práticas pelas quais se conseguia entrar em relação com as almas desencarnadas, eram o apanágio exclusivo dos padres, que tinham cuidadosamente monopolizado essas cerimônias, não só para fazerem delas uma renda lucrativa e manterem o povo em absoluta ignorância quanto ao verdadeiro estado da alma depois da morte como também para revestirem, a seus olhos, um caráter sagrado, pois que só eles podiam revelar os segredos da morte.
Encontramos nos mais antigos arquivos religiosos a prova do que avançamos.
Os anais de todas as nações mostram que, desde épocas remotíssimas da História, a evocação dos Espíritos era praticada por certos homens que tinham feito disso uma especialidade.
O mais antigo código religioso que se conhece, os Vedas, aparecido milhares de anos antes de Jesus-Cristo, afirma a existência dos Espíritos. Eis como o grande legislador Manu se exprime a respeito: Os Espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes, convidados para as cerimônias em comemoração dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-nos e tomam lugar ao seu lado quando eles se assentam.
Um outro autor hindu declara: Muito tempo antes de se despojarem do envoltório mortal, as almas que só praticaram o bem como as que habitam o corpo dos sannyassis e dos vayzaprastha (anacoretas e cenobitas) adquirem a faculdade de conversar com as almas que as precederam no Swarga; é sinal que, para essas almas, a série de suas transmigrações sobre a Terra terminou.
Desde tempos imemoriais, os padres iniciados nos mistérios preparam indivíduos chamados faquires para a evocação dos Espíritos e para a obtenção dos mais notáveis fenômenos do magnetismo. Louis Jacolliot, em sua obra - Le Spiritisme dans le monde - expõe amplamente a teoria dos hindus sobre os Pitris, isto é, Espíritos que vivem no Espaço depois da morte do corpo. Resulta das investigações deste autor que o segredo da evocação era reservado àqueles que pudessem ter quarenta anos de noviciado e obediência passiva.
GABRIEL DELANNE
O FENÔMENO ESPÍRITA
Os anais de todas as nações mostram que, desde épocas remotíssimas da História, a evocação dos Espíritos era praticada por certos homens que tinham feito disso uma especialidade.
O mais antigo código religioso que se conhece, os Vedas, aparecido milhares de anos antes de Jesus-Cristo, afirma a existência dos Espíritos. Eis como o grande legislador Manu se exprime a respeito: Os Espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes, convidados para as cerimônias em comemoração dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-nos e tomam lugar ao seu lado quando eles se assentam.
Um outro autor hindu declara: Muito tempo antes de se despojarem do envoltório mortal, as almas que só praticaram o bem como as que habitam o corpo dos sannyassis e dos vayzaprastha (anacoretas e cenobitas) adquirem a faculdade de conversar com as almas que as precederam no Swarga; é sinal que, para essas almas, a série de suas transmigrações sobre a Terra terminou.
Desde tempos imemoriais, os padres iniciados nos mistérios preparam indivíduos chamados faquires para a evocação dos Espíritos e para a obtenção dos mais notáveis fenômenos do magnetismo. Louis Jacolliot, em sua obra - Le Spiritisme dans le monde - expõe amplamente a teoria dos hindus sobre os Pitris, isto é, Espíritos que vivem no Espaço depois da morte do corpo. Resulta das investigações deste autor que o segredo da evocação era reservado àqueles que pudessem ter quarenta anos de noviciado e obediência passiva.
GABRIEL DELANNE
O FENÔMENO ESPÍRITA