O Universo é uno, posto que triplo na aparência. Espírito, Força e Matéria não parecem ser mais que os modos, os três estados de uma substância imutável em seu princípio, variável ao infinito em suas manifestações.
O Universo vive e respira, animado por duas correntes poderosas: a absorção e a difusão.
Por essa expansão, por esse sopro imenso, Deus, o Ser dos seres, a Alma do Universo, cria. Por seu amor, atrai a si. As vibrações do seu pensamento e da sua vontade, fontes primeiras de todas as forças cósmicas, movem o Universo e geram a Vida.
A Matéria, dissemos, é um modo, uma forma transitória da substância universal. Ela escapa à análise e desaparece sob a objetiva dos microscópios, para se transmudar em radiações sutis. Não tem existência própria; as filosofias que a tomam por base repousam sobre uma aparência, uma espécie de ilusão.
A unidade do Universo, por muito tempo negada ou incompreendida, começa a ser entrevista pela Ciência. Há quatro lustros, W. Crookes, no curso de estudos sobre a materialização dos Espíritos, descobria o quarto estado da Matéria, o estado radiante, e essa descoberta, por suas conseqüências, ia destruir todas as velhas teorias clássicas sobre o assunto.
Estas estabeleciam distinção entre a Matéria e a Força. Sabemos agora que ambas se confundem. Sob a ação do calor, a matéria mais grosseira se transforma em fluidos; os fluidos, por sua vez, se reduzem a um elemento mais sutil, que escapa aos nossos sentidos. Toda matéria pode ser transformada em força e toda força se condensa em matéria, percorrendo assim um círculo incessante.
Leon Denis em O Grande Enigma
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