segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Forças Radiantes

Apesar desse obstáculo e com a finalidade de estabelecer uma comparação entre os estudos humanos e os dos habitantes do Espaço sobre um mesmo assunto, reproduzimos abaixo os termos de uma mensagem de nosso guia, obtida sob a forma de uma conversa, por meio da incorporação. Veremos, aí, como esse espírito conseguiu conhecer e assimilar as forças radiantes do Além:

“Por muito tempo as ondas vibratórias do espaço fluíram sobre meu perispírito sem penetrá-lo, pois minha natureza um pouco ardente não as percebia.
Agora que esse temperamento adquiriu mais flexibilidade, sinto correntes que são comparáveis aos raios de luz maravilhosa e que nos transmitem intuições que ajudam a nossa evolução.
Quando um ser desencarnado atinge um plano elevado, é fácil para ele enviar esse pensamento para aqueles cuja sensibilidade é igual à sua. Mas, nos planos superiores, o brilho de certos espíritos chega a um ponto que não poderia ser suportado por espíritos inferiores.
As correntes que provêm de planos elevados fluem através das diversas camadas que formam os planos estelares e nem sempre chegam até nós. Entretanto, vossa Terra é atravessada, diariamente, por feixes de ondas que transportam as mensagens e os pensamentos de seres muito evoluídos a outros seres, também evoluídos.
Algumas radiações atravessam, periodicamente, vossa massa terrestre sem contorná-la, para atingir um mundo oposto, no zênite. Já bem sabeis que certas ondas produzidas pelos instrumentos terrestres, atravessam todos os obstáculos. Deus permitiu que tivésseis uma orientação, mas o que sabeis nesse sentido é pouco. Eu mesmo aprendi a me adaptar a esses rastros de ondas; eu os sentia como um sopro, mas não podia compreendê-los; foi preciso, para isso, um trabalho ininterrupto.
É por isso que me dediquei, em primeiro lugar, a estudar o roteiro dos pensamentos que partem dos seres encarnados, a fim de me exercitar em ler os pensamentos dos seres desencarnados. Se segui vossas lutas políticas é porque tinha necessidade de analisar a marcha dos fluidos que se desprendem de cada ser, conforme a natureza de seus pensamentos. Atualmente, posso receber e ler as instruções de espíritos que habitam um determinado plano, em certos mundos e constatei que, além das entidades que flutuam no Espaço e que vos enviam inspirações mais ou menos boas, segundo seu grau de adiantamento, projeções de pensamentos, constituindo feixes de ondas, vindos de mundos muito superiores ao vosso, vos envolvem com uma luz freqüentemente muito bela, mas que vós não percebeis.
Há muito poucos homens que são impressionados por elas.

O Espiritismo e as Forças Radiantes
Léon Denis

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Esquecimento de existências anteriores


O esquecimento das existências anteriores é, em princípio, dissemos, uma das conseqüências da reencarnação; entretanto, não é absoluto esse esquecimento. Em muitas pessoas o passado renova-se em forma de impressões, senão de lembranças definidas. Essas impressões às vezes influenciam os nossos atos; são as que não vêm da educação, nem do meio, nem da hereditariedade. Nesse número podem classificar-se as simpatias e as antipatias repentinas, as intuições rápidas, as idéias inatas. Basta descermos a nós mesmos, estudarmo-nos com atenção, para tornarmos a encontrar em nossos gostos, em nossas tendências, em traços do nosso caráter, numerosos vestígios desse passado. Infelizmente, mui poucos de nós se entregam a esse exame com método e atenção.

Pode-se citar, ainda, em todas as épocas da História, um certo número de homens que, graças a disposições excepcionais do seu organismo psíquico, conservam recordações das suas vidas passadas. Para eles não era uma teoria a pluralidade das existências; era um fato de percepção direta. O testemunho desses homens assume importância considerável por terem ocupado na sociedade do seu tempo altas posições; quase todos, espíritos elevados, exerceram, na sua época, grande influência. A faculdade, muito rara, de que gozavam, era, sem dúvida, o fruto de uma evolução imensa. Estando o valor de um testemunho na razão direta da inteligência e inteireza da testemunha, não se podem passar em claro as afirmações desses homens, alguns dos quais trouxeram na cabeça a coroa do gênio.

É um fato bem conhecido que Pitágoras se recordava pelo menos de três das suas existências e dos nomes que em cada uma delas usava. Declarava ter sido Hermótimo, Eufórbio e um dos Argonautas. Juliano, cognominado o Apóstata, tão caluniado pelos cristãos, mas que foi, na realidade, uma das grandes figuras da História Romana, recordava-se de ter sido Alexandre da Macedônia. Empédocles afirmava que, pelo que lhe dizia respeito, “recordava-se de ter sido rapaz e rapariga”.

Na opinião de Herder (Dialogues sur la Métempsycose), devem ajuntar-se a esses nomes os de Yarcas e de Apolônio de Tiana.

Na Idade Média tornamos a encontrar a mesma faculdade em Gerolamo Cardano.

Entre os modernos, Lamartine declara, no seu livro Voyage en Orient, ter tido reminiscências muito claras de um passado longínquo. Transcrevamos o seu testemunho

“Na Judéia eu não tinha Bíblia nem livro de viagem; ninguém que me desse o nome dos lugares e o nome antigo dos vales e dos montes. Não obstante, reconheci, sem demora,o vale de Terebinto e o campo de batalha de Saul. Quando estivemos no convento, os padres confirmaram-me a exatidão das minhas descobertas. Os meus companheiros recusavam acreditá-lo. Do mesmo modo, em Séfora, apontara com o dedo e designara pelo nome uma colina que tinha no alto um castelo arruinado, como o lugar provável do nascimento da Virgem. No dia seguinte, no sopé de um monte árido, reconheci o túmulo dos Macabeus e falava verdade sem o saber. Excetuando os vales do Líbano, quase não encontrei na Judéia um lugar ou uma coisa que não fosse para mim como uma recordação. Temos então vivido duas ou mil vezes? É pois, a nossa memória uma simples imagem embaciada que o sopro de Deus aviva?”


Léon Denis em
O Problema do Ser, do Destino e da Dor

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Advertências profundas



— Irmãos nossos — prosseguiu Telésforo, sob o calor de sagrada inspiração —, fazendo-se ouvir na Terra gritos comovedores de sofrimento. Necessi­tamos de servidores que desejem integrar-se na escola evangélica da renúncia.

Desde as primeiras tarefas do Espiritismo re­novador, “Nosso Lar” tem enviado diversas turmas ao trabalho de disseminação de valores educativos. Centenas de companheiros partem daqui anualmen­te, aliando necessidades de resgate ao serviço re­dentor; mas ainda não conseguimos os resultados desejáveis. Alguns alcançaram resultados parciais nas tarefas a desenvolver, mas a maioria tem fra­cassado ruidosamente. Nossos institutos de socor­ro debalde movimentam medidas de assistência in­dispensável. Raríssimos conquistam algum êxito nos delicados misteres da mediunidade e da dou­trinação.

Outras colônias de nossa esfera providenciam tarefas da mesma natureza, mas pouquíssimos são os que se lembram das realidades eternas, no “outro lado do véu”... A ignorância domina a maioria das consciências encarnadas. E a ignorância é mãe das misérias, das fraquezas, dos crimes. Grandes instrutores, nos fluidos da carne, amedrontam-se por sua vez, diante dos atritos humanos, e se re­colhem, indevidamente, na concepção que lhes é própria. Esquecem-se de que Jesus não esperou que os homens lhe atingissem as glórias magnificentes e que, ao invés, desceu até ao plano dos ho­mens para amar, ensinar e servir. Não exigiu que as criaturas se fizessem imediatamente iguais a Ele, mas fêz-se como os homens, para ajudá-los na su­bida áspera.

Livro Os Mensageiros -Francisco Xavier
ditado pelo espírito André Luiz

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Fé, Esperança, Consolações

A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.
Ninguém adquire essa fé sem ter passado pelas tribulações da dúvida, sem ter padecido as angústias que embaraçam o caminho dos investigadores. Muitos param em esmorecida indecisão e flutuam longo tempo entre opostas correntezas. Feliz quem crê, sabe, vê e caminha firme. A fé então é profunda, inabalável, e habilita-o a superar os maiores obstáculos. Foi neste sentido que se disse que a fé transporta montanhas, pois, como tais, podem ser consideradas as dificuldades que os inovadores encontram no seu caminho, ou seja, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material.
Geralmente se considera a fé como mera crença em certos dogmas religiosos, aceitos sem exame. Mas a verdadeira fé está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados. Há a fé em si próprio, em uma obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, para o pensador, a fé é o sentimento do ideal, é a visão do sublime farol aceso pela mão divina nos alcantis eternos, a fim de guiar a Humanidade ao Bem e à Verdade.

É cega a fé religiosa que anula a razão e se submete ao juízo dos outros, que aceita um corpo de doutrina verdadeiro ou falso e dele se torna totalmente cativa. Na sua impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à subjugação, conduzindo ao fanatismo. Ainda sob esse aspecto, é a fé um poderoso incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem. Pervertida pelo espírito de domínio, tem sido a causa de muitos crimes, mas, em suas conseqüências funestas, também deixa transparecer suas grandes vantagens. Ora, se a fé cega pôde produzir tais efeitos, que não realizará a fé esclarecida pela razão, a fé que julga, discerne e compreende? Certos teólogos exortam-nos a desprezar a razão, a renegá-la, a rebatê-la. Deveremos por isso repudiá-la, mesmo quando ela nos mostra o bem e o belo? Esses teólogos alegam os erros em que a razão caiu e parecem, lamentavelmente, esquecer que foi a razão que descobriu esses erros e ajudou-nos a corrigi-los.

Léon Denis

Dominando as paixões brutais

O Espírito encontra-se em todos os lugares tal como ele mesmo se fez. Se violenta a lei moral, obscurece sua consciência e suas faculdades, materializa-se, agrilhoa-se com suas próprias mãos. Mas, atendendo à lei do bem, dominando as paixões brutais, fica aliviado e vai-se aproximando dos mundos felizes.
Sob tais aspectos, a lei moral impõe-se como obrigação a todos os que não descuram dos seus próprios destinos. Daí a necessidade de uma higiene d'alma que se aplique a todos os nossos atos e conserve nossas forças espirituais em estado de equilíbrio e harmonia. Se convém submetermos o corpo, este invólucro mortal, este instrumento perecível, às prescrições da lei física que o mantém em função, urge desde já vigiarmos o estado dessa alma que somos nós, como eu indestrutível e de cuja condição depende a nossa sorte futura. O Espiritismo fornece-nos os elementos para essa higiene da alma.

O conhecimento do porquê da existência é de conseqüências incalculáveis para o melhoramento e a elevação do homem. Quem sabe aonde vai pisa firme e imprime a seus atos um impulso vigoroso.

Léon Denis - O Caminho Reto

A Vida Moral




Todo ser humano traz os rudimentos da lei moral gravados em si. É neste mundo mesmo que ela recebe um começo de sanção. Qualquer ato bom acarreta para o seu autor uma satisfação íntima, uma espécie de ampliação da alma; as más ações, pelo contrário, trazem, muitas vezes, amargores e desgostos em sua passagem. Mas essa sanção, tão variável segundo os indivíduos, é muito vaga, muito insuficiente do ponto de vista da justiça absoluta. Eis por que as religiões transferiram para a vida futura, para as penas e recompensas que ela nos reserva, a sanção capital de nossos atos. Ora, tais dados, carecendo de base positiva, foram postos em dúvida pela maioria das massas, pois, embora tivessem eles exercido uma séria influência sobre as sociedades da Idade Média, já agora não bastam para desviar o homem dos caminhos da sensualidade.
Antes do drama do Gólgota, Jesus havia anunciado aos homens um outro consolador, o Espírito de Verdade, que devia restabelecer e completar o seu ensino. Esse Espírito de Verdade veio e falou à Terra; por toda parte fez ouvir a sua voz.
Dezoito séculos depois da morte do Cristo, havendo-se derramado pelo mundo a liberdade de palavra e de pensamento, tendo a Ciência sondado os céus, desenvolvendo-se a inteligência humana, a hora foi julgada favorável. Legiões de Espíritos vieram ensinar a seus irmãos da Terra a lei do progresso infinito e realizar a promessa de Jesus, restaurando a sua doutrina, comentando as suas parábolas.
O Espiritismo dá-nos a chave do Evangelho e explica seu sentido obscuro ou oculto. Mais ainda: traz-nos a moral superior, a moral definitiva, cuja grandeza e beleza revelam sua origem sobre-humana.
Para que a verdade se espalhe simultaneamente por todos os povos, para que ninguém a possa desnaturar, destruir, não é mais um homem, não é mais um grupo de apóstolos que se encarrega de fazê-la conhecida da Humanidade. As vozes dos Espíritos proclamam-na sobre todos os pontos do mundo civilizado e, graças a esse caráter universal, permanente, essa revelação desafia todas as hostilidades, todas as inquisições. Pode-se destruir o ensino de um homem, falsificar e aniquilar suas obras, mas quem poderá atingir e repelir os habitantes do espaço? Estes aplanarão todas as dificuldades e levarão a preciosa semente até às mais escuras regiões. Daí a potência, a rapidez de expansão do Espiritismo, sua superioridade sobre todas as doutrinas que o precederam e que lhe prepararam a vinda.

Assim, pois, a moral espírita edifica-se sobre os testemunhos de milhões de almas que, em todos os lugares, vêm, pela interferência dos médiuns, revelar a vida de além-túmulo, descrever suas próprias sensações, suas alegrias e suas dores.

Léon Denis - O Caminho Reto