domingo, 30 de março de 2014
O terceiro caso
O Terceiro caso envolve esplendia lição de vigilância e oração. Eu morava em Belo Horizonte e fui convidada por determinada casa espírita para presidir sessões de desenvolvimento de médiuns. Confesso não ser favorável a sessões de desenvolvimento de médiuns, senão as de caráter teórico, envolvendo tão somente a estudos. Mas, embora o conselho do Dr. Bezerra de Menezes tenha sido o que eu lá não fosse, considerei o convite muito gentil e, em respeito à amizade que voltava ao presidente da instituição, insisti em comparecer. Lembro-me bem de que Ra o dia de São Jorge, 23 de abril de 1957, numa terça feira, O horário da reunião era 19 horas. Ora estranhamente, durante o dia, não peguei no Evangelho, não fiz uma prece, absolutamente nada... Senti raiva o dia inteiro, sem saber de quê, o sem perceber o porquê; ao invés de estudar obras doutrinarias, fui costurar... Costurar roupa preta, diga-se mais... Durante o dia inteiro, vi um vulto preto ao meu lado.. e não desconfiei de nada. Por volta das cinco horas da tarde, fui preparar-me para ir, mais para noite, à instituição, e fui escolher logo um vestido preto para vestir ... Coloquei-o sobre o leito, com o intuito de chamar minha sobrinha , que era a dona da casa, porque a residência não poderia ficar aberta e sem ninguém em seu interior. A casa era de fundo, com um longo corredor de pedra e lajes pelo qual deveria eu passar. Quando comecei a penetrá-lo vi, perto de mim, um vulto que me pegou pelo pescoço, mais pela parte da nuca, arrastou-me e atirou-me, com uma força medonha, de encontro a um portão que abria para a rua.
Levei um tombo verdadeiramente desastrado, e quando caí, ainda puder ver o espírito saltar por cima de mim (era uma mulher, com roupa de operaria, cheia de fiapos de algodão), e num gesto debochado e de pouco caso, com o indicador e o médio das duas mãos, lançar para traz as mechas de cabelos, seguir para a rua e sumir. Desnecessário dizer que fraturei o braço e tiver ocasião de ver-lhe contraparte fluídica. Comecei estonteadamente, a querer firmar-me para levantar, o que é óbvio, não consegui. Tive forças para chamar pelo marido de minha sobrinha e desfaleci. Contaram-me que fui levado para o pronto socorro. Isso tudo dia 23 de abril. No dia 27 do mesmo mês, estava eu orando, sentada numa cadeira de balanço, com o braço engessado, quando ouvi a voz do Dr. Bezerra , dizendo:
- Minha filha, eu avisei a você que não fosse. Você sofreu o mínimo para não sofrer o máximo.Depois, concluí que a sessão a que iria presidir era pesadíssima > havia cento e vinte médiuns desenvolvendo faculdades. Eu não teria condições de enfrentar um trabalho desses. Em seguida, vi Charles, que veio buscar-me, e mostrou-me todas as cenas de “Nas voragens do pecado” (quando se trata de romances, costumo ver, por antecipação, todas as cenas). Consolei-me, conformei-me e compreendi que o acontecera comigo fora pura falta de oração e de vigilância. Sofri efetivamente o mínimo para não sofrer o máximo: esse máximo talvez fosse uma obsessão.
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Fonte: Pelos caminhos da Mediunidade Serena/ Yvone do Amaral Pereira – 1ª Ed., 1ª reimp. – São Paulo, SP: Lachâtre, 2007, pag.37-41.
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