quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Suicídio (Cornélio Pires)

Suicídio, não pense nisso Nem mesmo por brincadeira… Um ato desses resulta Na dor de uma vida inteira. Por paixão, Quim afogou-se Num poço de Guararema. Renasceu em provação Atolado no enfisema. Matou-se com tiro certo A menina Dilermanda. Voltou em corpo doente, Não fala, não vê nem anda. Pôs fogo nas próprias vestes Dona Cesária da Estiva… Está de novo na Terra Num corpo que é chaga viva. Suicidou-se à formicida Maricota da Trindade… Voltou… Mas morreu de câncer Aos quatro meses de idade. Enforcou-se o Columbano para mostrar rebeldia… De volta, trouxe a doença, Chamada paraplegia. Queimou-se com gasolina Dona Lília Dagele. Noutro corpo sofre sarna Lembrando fogo na pele. Tolera com paciência Qualquer problema ou pesar; Não adianta morrer, Adianta é se melhorar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário