sexta-feira, 25 de março de 2016
Assim o fizemos
Os familiares desagradáveis são hoje o que deles fizemos
ontem. Nada acontece por acaso, sem razão, em nossas vidas.
Por isso diz Emmanuel: “Talvez o contato deles agora nos
desagrade pela tisna de sombra que já deixamos de ter ou de
ser”. Nesta própria existência terrena isso acontece com
frequência. Ao nos tornarmos adultos não suportamos as
peraltices das crianças, sem nos lembrarmos das que também já
fizemos quando crianças. Ao nos enriquecermos não toleramos
os peditórios ou a incapacidade dos parentes pobres, esquecidos
do que fazíamos quando necessitados. Ao nos ilustrarmos não
suportamos nos outros a ignorância em que ontem vivíamos.
Educamos mal os nossos filhos e muitas vezes os
deseducamos a gritos e pancadas. Mas quando eles crescem não
suportamos o seu comportamento desrespeitoso, pelo qual somos
responsáveis. Não os corrigimos em criança nem os ajudamos na
adolescência, mas os fizemos desorientados e depois não os
toleramos. Nas vidas sucessivas, através das reencarnações,
procedemos também dessa maneira. E quando eles voltam ao
nosso convívio não queremos aceitar e muito menos corrigir os
seus defeitos.
Na verdade, se não os aceitarmos hoje como são, teremos de
aceitá-los amanhã, pois as leis da vida exigem, segundo ensinou
Jesus, que nos entendamos com os companheiros “enquanto
estivermos a caminho com eles”. A fuga aos deveres atuais será
paga mais tarde com os juros devidos. Usando o livre arbítrio
podemos rejeitá-los hoje, mas a contabilidade divina anotará o
nosso débito para depois, com os acréscimos legais.
____________________José Herculano Pires
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