sexta-feira, 25 de março de 2016
Familiares problemas
Desposaste alguém que não mais te parece a criatura ideal
que conheceste. A convivência te arrancou aos olhos as cores
diferentes com que o noivado te resguardava o futuro que hoje se
fez presente.
Em torno, provações, encargos renascentes, familiares que te
pedem apoio, obstáculos por vencer. E sofres.
Entretanto, recorda que antes da união falavas de amor e te
mostravas na firme disposição em que assumiste os deveres que
te assinalam agora os dias, e não recues da frente de trabalho a
que o mundo te conduziu.
Se a criatura que te compartilha transitoriamente o destino
não é aquela que imaginaste e sim alguém que te impõe difícil
tarefa a realizar, observa que a união de ambos não se efetuaria
sem fins justos e dá de ti quanto possível para que essa mesma
criatura venha a ser como desejas.
* * *
Diante de filhos ou parentes outros que se valem de títulos
domésticos para menosprezar-te ou ferir-te, nem por isso deixes
de amá-los. São eles, presentemente na Terra, quais os fizemos
em outras épocas, e os defeitos que mostrem não passam de
resultados das lesões espirituais causadas por nós mesmos, em
tempos outros, quando lhes orientávamos a existência nas trilhas
da evolução.
É provável tenhamos dado um passo à frente. Talvez o
contato deles agora nos desagrade pela tisna de sombra que já
deixamos de ter ou de ser. Isso, porém, é motivação para auxílio,
não para fuga.
* * *
Atentos ao princípio de livre arbítrio que nos rege a vida
espiritual, é claro que ninguém te impede de cortar laços, sustar
realizações, agravar dívidas ou delongar compromissos.
O divórcio é medida perfeitamente compreensível e humana,
toda vez que os cônjuges se confessam à beira da delinquência,
conquanto se erija em moratória de débito para resgate em novo
nível. E o afastamento de certas ligações é recurso necessário em
determinadas circunstâncias, a fim de que possamos voltar a
elas, algum dia, com o proveito preciso.
Reflete, porém, que a existência na Terra é um estágio
educativo ou reeducativo e tão só pelo amor com que amamos,
mas não pelo amor com que esperamos ser amados, ser-nos-á
possível trabalhar para redimir e, por vezes, saber perder para
realmente vencer._______________________________________________Emmanuel/Chico Xavier
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