quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mediunidade e Vida




Eminentes fisiologistas e pesquisadores de laboratório procuraram fixar mediunidades e médiuns a nomenclaturas e conceitos da ciência metapsíquica, entretanto, o problema, como todos os problemas humanos, émais profundo, porque a mediunidade jaz adstrita à própria vida, não existindo, por isso mesmo, dois médiuns iguais, não obstante a semelhança no campo das impressões.
Por outro lado, espiritualistas distintos julgam-Se mentais intuitivas, contendo in­terpretações particulares das Inteligências desencarnadas que os assistem.
A mediunidade, no entanto, é faculdade inerente à própria vida e no direi­to de hostilizar-lhe os serviços e impedir-lhe a eclosão, encare­cendo-lhe os supostos perigos, como se eles próprios, mentalizando os argumentos que avocam, não estivessem assimilando, por via mediúnica, as correntes
, com todas as suas deficiências e grandezas, acertos e de­sacertos, é qual o dom da visão comum, peculiar a todas as cria­turas, responsável por tantas glórias e tantos infortúnios na Ter­ra.
Ninguém se lembrará, contudo, de suprimir os olhos, por­que milhões de pessoas, à face de circunstâncias imponderáveis da evolução, deles se tenham valido para perseguir e matar nas guerras de terror e destruição.
Urge iluminá-los, orientá-los e esclarecê-los.
Também a mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas sim, antes de tudo, aprimoramento da per­sonalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o corpo espiri­tual, modelando o corpo físico e sustentando-o, possa igualmen­te erigir-se em filtro leal das Esferas Superiores, facilitando a ascensão da Humanidade aos domínios da luz.



Evolução em Dois Mundos
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

Ditado pelo espírito André Luiz

Função da Doutrina Espírita




Forçoso reco­nhecer, todavia, que a mediunidade, na essência, quanto a ener­gia elétrica em si mesma, nada tem a ver com os princípios mo­rais que regem os problemas do destino e do ser.
         Dela podem dispor, pela espontaneidade com que se evi­dencia, sábios e ignorantes, justos e injustos, expressando-Se-lhe, desse modo, a necessidade de condução reta, quanto a força elé­trica exige disciplina a fim de auxiliar.
         Esse o motivo por que os Orientadores do Progresso sus­tentam a Doutrina Espírita na atualidade do mundo, por Chama Divina, cristianizando fenômenos e objetivos, caracteres e faculdades, para que o Evangelho de Jesus Seja de fato incorpora­do às relações humanas.
Como nas intervenções cirúrgicas em que tecidos são transplantados com êxito para melhoria das condições orgâni­cas, é indispensável nos atenhamos ao impositivo das operações mediúnicas pelas quais se efetuem proveitosas enxertias psíqui­cas, com vistas à difusão do conhecimento superior.


Evolução em Dois Mundos
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

Ditado pelo espírito André Luiz

Mediunidade espontânea


Nessa fase primária de novo desenvolvimento, encontra-se, como é natural, ao pé dos objetos que lhe tomam o interesse.
E assim que o lavrador, no repouso físico, retoma, em corpo espiritual, ao campo em que semeia, entrando em contato com as entidades que amparam a Natureza; o caçador volta para a floresta; o escultor regressa, freqüentemente, no sono, ao blo­co de mármore de que aspira a desentranhar a obra-prima, o seareiro do bem volve à leira de serviço em que se lhe desdobra a virtude, e o culpado torna ao local do crime, cada qual rece­bendo de Espíritos afins os estímulos elevados ou degradantes de que se fazem merecedores.
Consolidadas semelhantes relações com o Plano Espiri­tual, por intermédio da hipnose comum, começaram na Terra os movimentos da mediunidade espontânea, porqüanto os encarna­dos que demonstrassem capacidades mediúnicas mais eviden­tes, pela comunhão menos estreita entre as células do corpo físi­co e do corpo espiritual, em certas regiões do campo somático, passaram das observações durante o sono às observações da vi­gília, a princípio fragmentárias, mas acentuáveis com o tempo, conforme os graus de cultura a que fossem expostos.
Quanto menos densos os elos de ligação entre os imple­mentos físicos e espirituais, nos órgãos da visão, mais amplas as possibilidades na clarividência, prevalecendo as mesmas normas para a clariaudiência e para modalidades outras, no inter­câmbio entre as duas esferas, inclusive as peculiaridades da ma­terialização, pelas quais os recursos periféricos do citoplasma, a se condensarem no ectoplasma da definição científica vulgar, se exteriorizam do corpo carnal do médium, na conjugação com as forças circulantes do ambiente, para a efêmera constituição de formas diversas.
Desde então, iniciou-se o correio entre o plano físico e o plano extrafísico, mas, porque a ignorância embotasse ainda a mente humana, os médiuns primitivos nada mais puderam reali­zar que a fascinação recíproca, ou magia elementar, em que os desencarnados igualmente inferiores eram aproveitados, por via hipnótica, na execução de atividades materiais, mas, sem qual­quer alicerce na sublimação pessoal.
           — Apareceu então a goecia ou magia negra, à qual as Inteligências Superiores opu­seram a religião por magia divina, encetando-se a formação da mitologia em todos os setores da vida tribal.
         Numes familiares, interessados em favorecer as tarefas edificantes para levantar a vida humana a nível mais nobre, fo­ram categorizadas à conta de deuses, em diversas faixas da Natureza, e, realmente, através dos instrumentos humanos mobili­záveis, esses gênios tutelares incentivaram, por todas as formas possíveis, o progresso da agricultura e do pastoreio, das indús­trias e das artes.
         A luta entre os Espíritos retardados na sombra e os aspi­rantes da luz encontrou seguro apoio nas almas encarnadas que lhes eram irmãs.
         Desde essas eras recuadas, empenharam-Se O bem e o mal em tremendo conflito que ainda está muito longe de terminar, com bases na mediunidade consciente ou inconsciente, técnica ou empírica.



Evolução em Dois Mundos
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

Ditado pelo espírito André Luiz


Sono e aspectos do desprendimento




Releva, contudo, assi­nalar que, em se iniciando a criatura na produção do pensamen­to contínuo, o sono adquiriu para ela uma importância que a consciência em processo evolutivo, até aí, não conhecera.
Usado instintivamente pelo elemento espiritual, como re­curso reparador, no refazimento das células em serviço, seme­lhante estado fisiológico carreou novas possibilidades de realização para quantos se consagrassem ao trabalho mais amplo de desejar e mentalizar.
Ansiando livrar-se da fadiga física, após determinada quota de tempo no esforço da vigília diária e, por isso mesmo, entregue ao relaxamento muscular, o homem operante e indaga­dor adormecia com a idéia fixada a serviços de sua predileção.
Amadurecido para pensar e lançando de si a substância de seus propósitos mais íntimos, ensaiou, pouco a pouco, tal como aprendera, vagarosamente, o desprendimento definitivo nas operações da morte, o desprendimento parcial do corpo sutil, durante o sono, desenfaixando-o do veículo de matéria mais densa, embora sustentando-o, ligado a ele, por laços fluídico-mag­néticos, a se dilatarem levemente dos plexos e, com mais segu­rança, da fossa rombóide.
Encetado o processo de sonolência, com as reações moto­ras empobrecidas e impondo mecanicamente a si mesma o descanso temporário, no auxílio às células fatigadas de tensão, isto desde as eras remotas em que o pensamento se lhe articulou com fluência e continuidade, permanece a mente, através do corpo espiritual, na maioria das vezes, justaposta ao veículo fí­sico, à guisa de um cavaleiro que repousa ao pé do animal de que necessita para a travessia de grande região, em complicada viagem, dando-lhe ensejo à recuperação e pastagem, enquanto ele se recolhe ao próprio íntimo, ensimesmando-se para refletir ou imaginar, de conformidade com seus problemas e inquieta­ções, necessidades e desejos.
 — Dessa forma, aliviando o controle sobre as células que a servem no corpo car­nal, a mente se volta, no sono, para o refúgio de si mesma, plasmando na onda constante de suas próprias idéias as imagens com que se compraz nos sonhos agradáveis em que saca da me­mória a essência de seus próprios desejos, retemperando-se na antecipada contemplação dos painéis ou situações que almeja concretizar.
Para isso, mobiliza os recursos do núcleo da visão supe­rior, no diencéfalo, de vez que, aí, as qualidades essencialmente ópticas do centro coronário lhe acalentam no silêncio do desner­vamento transitório todos os pensamentos que lhe emergem do seio.
Noutras ocasiões, no mesmo estado de insulamento, reco­lhe, no curso do sono, os resultados de seus próprios excessos, padecendo a inquietação das vísceras ou dos nervos injuriados pela sua rendição à licenciosidade, quando não seja o asfixiante pesar do remorso por faltas cometidas, cujos reflexos absorvem do arquivo em que se lhe amontoam as próprias lembranças.
Numa e noutra condição, todavia, é a mente suscetível àinfluenciação dos desencarnados que, evoluídos ou não, lhe vi­sitam o ser, atraidos pelos quadros que se lhe filtram da aura, ofertando-lhe auxílio eficiente quando se mostre inclinada à as­censão de ordem moral, ou sugando-lhe as energias e assopran­do-lhe sugestões infelizes quando, pela própria ociosidade ou intenção maligna, adere ao consórcio psíquico de espécie avil­tante, que lhe favorece a estagnação na preguiça ou a envolve nas obsessões viciosas pelas quais se entrega a temíveis contra­tos com as forças sombrias.
         Mas dessa posição de espectador à função de agente exis­te apenas um passo.
O pensamento contínuo, em fluxo insopitável, desloca-lhe a organização celular perispiritual, à maneira do córrego que em sua passagem desarticula da gleba em que desliza todo um rosá­rio de seixos. E assim como os seixos soltos seguem a direção da corrente, lapidando-se no curso dos dias, o corpo espiritual acompanha, de início, o impulso da corrente mental que por ele extravasa, conscienciando-se muito vagarosamente no sono, que lhe propicia meia-libertação.


Evolução em Dois Mundos
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

Ditado pelo espírito André Luiz


Mediunidade inicial





A aura é, portanto, a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do Espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual so­mos vistos e examinados pelas Inteligências Superiores, senti­dos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa.
Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o re­flexo de nós mesmos, nos contatos de pensamento a pensamen­to, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais.
É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídi­ca, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que co­meçaram todos os serviços da mediunidade na Terra, conside­rando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico.
Essa obra de permuta, no entanto, foi iniciada no mundo sem qualquer direção consciente, porque, pela natural apresen­tação da própria aura, os homens melhores atraíram para si os Espíritos humanos melhorados, cujo coração generoso se volta­va, compadecido, para a esfera terrena, auxiliando os compa­nheiros da retaguarda, e os homens rebeldes à Lei Divina alicia­ram a companhia de entidades da mesma classe, transformando-se em pontos de contato entre o bem e o mal ou entre a Luz e a Sombra que se digladiam na própria Terra.
Pelas ondas de pensamento a se enovelarem umas sobre as outras, segundo a combinação de freqüência e trajeto, nature­za e objetivo, encontraram-se as mentes semelhantes entre si, formando núcleos de progresso em que homens nobres assimi­laram as correntes mentais dos Espíritos Superiores, para gerar trabalho edificante e educativo, ou originando processos vários de simbiose em que almas estacionárias se enquistaram mutuamente, desafiando debalde os imperativos da evolução e estabe­lecendo obsessões lamentáveis, a se elastecerem sempre novas, nas teias do crime ou na etiologia complexa das enfermidades mentais.
A intuição foi, por esse motivo, o sistema inicial de inter­câmbio, facilitando a comunhão das criaturas, mesmo a distân­cia, para transfundi-las no trabalho sutil da telementação, nesse ou naquele domínio do sentimento e da idéia, por intermédio de remoinhos mensuráveis de força mental, assim como na atualidade o remoinho eletrônico infunde em aparelhos especiais a voz ou a figura de pessoas ausentes, em comunicação recíproca na radiotelefonia e na televisão.



Evolução em Dois Mundos
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

Ditado pelo espírito André Luiz

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Fixação mental

Em nossas tarefas da noite de 5 de maio de 1955, o iluminado Espírito do Doutor Dias da Cruz voltou a visitar-nos, estudando, para a nossa edificação, o problema da fixação mental, depois da morte. Em sua alocução interessante e oportuna, o Instrutor oferece-nos grave advertência quanto ao aproveitamento de nossa reencarnação terrestre.
Analisando, superficialmente embora, o problema da fixação mental, depois da morte, convém não esquecer que a alma, quando encarnada, permanece munida do equipamento fisiológico que lhe faculta o atrito constante com a natureza exterior.

As reações contínuas, hauridas pelos nervos da organização sensorial, determinando a compulsória movimentação do cérebro, associadas aos múltiplos serviços da alimentação, da higiene e da preservação orgânica, estabelecem todo um conjunto vibratório de emoções e sensações sobre as cordas sensíveis da memória, valendo por impactos diretos da luta evolutiva no espírito em desenvolvimento, obrigando-o a exteriorizar-se para a conquista de experiência.

Esse exercício incessante, enquanto a alma se demora no mundo físico, trabalha o cosmo mental, inclinando-o a buscar no bem o clima da atividade que o investirá na posse dos recursos de elevação. Como sabemos, todo bem é expansão, crescimento e harmonia e todo mal é condensação, atraso e desequilíbrio.

O bem é a onda permanente da vida a irradiar-se como o Sol e o mal pode ser considerado como sendo essa mesma onda, a enovelar-se sobre si mesma, gerando a treva enquistada. Ambos personalizam o amor que é libertação e o egoísmo, que é cárcere.

E se a alma não conseguiu desvencilhar-se, enquanto na Terra, das variadas cadeias de egoísmo, como sejam o ódio e a revolta, a perversidade e a delinqüência, o fanatismo e a vingança, a paixão e o vício, em se afastando do corpo de carne, pela imposição da morte, assemelha-se a um balão electromagnético, pejado de sombra e cativo aos processos da vida inferior, a retirar-se dos plexos que lhe garantiam a retenção, através da dupla cadeia de gânglios do grande simpático, projetando-se na esfera espiritual, não com a leveza específica, suscetível de alçá-la a níveis superiores, em circuito aberto, mas sim com a densidade característica da fixação mental a que se afeiçoa, sofrendo em si os choques e entrechoques das suas próprias forças desvairadas, em circuito fechado sobre si mesma, revelando lamentável desequilíbrio que pode perdurar até mesmo por séculos, conforme a concentração do pensamento na desarmonia em que se compraz.

Nesse sentido, podemos simbolizar a vontade como sendo a âncora que retém a embarcação do espírito em seu clima ideal.

É necessário, assim, consagrar nossa vida ao bem completo, a fim de que estejamos de acordo com a Lei Divina, escalando, ao seu influxo, os acumes da Vida Superior.

E é por isso que, encarecendo o valor da reencarnação, como preciosa oportunidade de progresso, lembraremos aqui as palavras do Senhor, no versículo 35, do capítulo 12, no Evangelho do Apóstolo João: «Avançai enquanto tendes luz para que as trevas não vos alcancem, porque todo aquele que caminha nas trevas, marchará fatalmente sob o nevoeiro, perdendo o próprio rumo. »

Francisco de Menezes Dias da Cruz


Fonte:Do livro INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier), pelo espírito Francisco de Menezes Dias da Cruz, edição FEB.

domingo, 2 de setembro de 2012

Doenças Psicossomáticas e a Espiritualidade


Doenças Psicossomáticas
Por.: Divaldo Pereira Franco


O espírito Joanna de Ângelis nos fala sobre as doenças psicossomáticas e o importantíssimo papel da mente na saúde: O ser humano é um conjunto harmônico de energias, constituído de Espírito e matéria, mente e perispírito, emoção e corpo físico, que interagem em fluxo contínuo uns sobre os outros. Qualquer ocorrência em um deles reflete no seu correspondente, gerando, quando for uma ação perturbadora, distúrbios, que se transformam em doenças, e que, para serem retificadas, exigem renovação e reequilíbrio do fulcro onde se originaram. Desse modo, são muitos os efeitos perniciosos no corpo causados pelos pensamentos em desalinho, pelas emoções desgovernadas, pela mente pessimista e inquieta na aparelhagem celular.
Determinadas emoções fortes – medo, cólera, agressividade, ciúme – provocam uma alta descarga de adrenalina na corrente sanguínea, graças às grândulas supra-renais. Por sua vez, essa ação emocional reagindo no físico, nele produz aumento da taxa de açúcar, mais forte contração muscular, face à volumosa irrigação do sangue e sua capacidade de coagulação mais rápida.
A repetição do fenômeno provoca várias doenças como a diabetes, a artrite, a hipertensão, etc., assim, cada enfermidade física traz um componente psíquico, emocional ou espiritual correspondente. Em razão da desarmonia entre o Espírito e a matéria, a mente e o perispírito, a emoção (os sentimentos) e o corpo, desajustam-se os núcleos de energia, facultando os processos orgânicos degenerativos provocados por vírus e bactérias, que neles se instalam.
Conscientizar-se desta realidade é despertar para valores ocultos que, não interpretados, continuam produzindo desequilíbrios e somatizando doenças, como mecanismos degenerativos na organização somática.
Por outro lado, os impulsos primitivos do corpo, não disciplinados, provocam estados ansiosos ou depressivos, sensação de inutilidade, receios ou inquietações que se expressam ciclicamente, e que a longo prazo se transformam em neuroses, psicoses, perturbações mentais. A harmonia entre Espírito e a matéria deve viger a favor do equilíbrio do ser, que desperta para as atribuições e finalidades elevadas da vida, dando rumo correto e edificante à sua reencarnação.
As enfermidades, sobre outro aspecto, podem ser consideradas como processos de purificação, especialmente aquelas de grande porte, as que se alongam quase que indefinidamente, tornando-se mecanismos de sublimação das energias grosseiras que constituem o ser nas suas fases iniciais da evolução.
É imprescindível um constante renascer do indivíduo, pelo renovar da sua consciência, aprofundando-se no autodescobrimento, a fim de mais seguramente identificar-se com a realidade e absorvê-la. Esse autodescobrimento faculta uma tranqüila avaliação do que ele é, e de como está, oferecendo os meios para torná-lo melhor, alcançando assim o destino que o aguarda.
De imediato, apresenta-se a necessidade de levar em conta a escala de valores existenciais, a fim de discernir quais aqueles que merecem primazia e os que são secundários, de modo a aplicar o tempo com sabedoria e conseguir resultados favoráveis na construção do futuro.
Essa seleção de objetivos dilui a ilusão – miragem perturbadora elaborada pelo ego – e estimula o emergir do Si, que rompe as camadas do inconsciente (ignorância da sua existência) para assumir o comando das suas aspirações.
Podemos dizer que o ser, a partir desse momento, passa a criar-se a si mesmo de forma lúcida, desde que, por automatismo, ele o faz através de mecanismos atávicos da Lei de evolução.
A ação do pensamento sobre o corpo é poderosa, ademais considerando-se que este último é o resultado daquele, através das tecelagens intrincadas e delicadas do perispírito (seu modelador biológico), que o elabora mediante a ação do ser espiritual, na reencarnação. Assim sendo, as forças vivas da mente estão sempre construindo, recompondo, perturbando ou bombardeando os campos organo-genéticos responsáveis pela geratriz dos caracteres físicos e psicológicos, bem como sobre os núcleos celulares de onde procedem os órgãos e a preservação das formas.
Quanto mais consciente o ser, mais saudáveis os seus equipamentos para o desempenho das relevantes tarefas que lhe estão reservadas. Há exceções, no entanto, que decorrem de livre opção pessoal, com finalidades específicas nas paisagens da sua evolução.
O pensamento salutar e edificante flui pela corrente sanguínea como tônus revigorante das células, passando por todas elas e mantendo-se em harmonia no ritmo das finalidades que lhes dizem respeito. O oposto também ocorre, realizando o mesmo percurso, perturbando o equilíbrio e a sua destinação.
Quando a mente elabora conflitos, ressentimentos, ódios que se prolongam, os dardos reagentes, disparados desatrelam as células dos seus automatismos, degeneram, dando origem a tumores de vários tipos, especialmente cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as agride.
Outras vezes, os anseios insatisfeitos dos sentimentos convergem como força destruidoras para chamar a atenção nas pessoas que preferem inspirar compaixão, esfacelando a organização celular e a respectiva mitose, facultando o surgimento de focos infecciosos resistentes a toda terapêutica, por permanecer o centro desencadeador do processo vibrando negativamente contra a saúde.
Vinganças disfarçadas voltam-se contra o organismo físico e mental daquele que as acalenta, produzindo úlceras cruéis e distonias emocionais perniciosas, que empurram o ser para estados desoladores, nos quais se refugia inconscientemente satisfeito, embora os protestos externos de perseguir sem êxito o bem-estar, o equilíbrio.
O intercâmbio de correntes vibratórias (mente-corpo, perispírito-emoções, pensamentos-matéria) é ininterrupto, atendendo aos imperativos da vontade, que os direciona conforme seus conflitos ou aspirações.
Idéias não digeridas ressurgem em processos enfermiços como mecanismos auto-purificadores; angústias cultivadas ressumam como distonias nervosas, enxaquecas, desfalecimentos, camuflando a necessidade de valorização e fuga do interesse do perdão; dispepsias, indigestões, hepatites originam-se no aconchego do ódio, da inveja, da competição malsã – geradora da ansiedade – do medo, por efeito dos mórbidos conteúdos que agridem o sistema digestivo, alterando-lhe o funcionamento.
O desamor pessoal, os complexos de inferioridade, as mágoas sustentadas pela autopiedade, as contrariedades que resultam dos temperamentos fortes de constantes atritos com o organismo, resultando em cânceres de mamas(feminino), da próstata, taquicardia, disfunções coronarianas, cardíacas, enfartos brutais, etc.
Impetuosidade, violência, queixas sistemáticas, desejos insaciáveis respondem por derrames cerebrais, estados neuróticos, psicoses de perseguição, etc..

O homem é o que acalenta no íntimo. Sua vida mental expressa-se na organização emocional e física, dando surgimento aos estados de equilíbrio como de desarmonia pelos quais se movimenta.

A conscientização da responsabilidade imprime-lhe destino feliz, pelo fato de poder compreender a transitoriedade do percurso carnal, com os olhos fitos na imortabilidade de onde procede, em que se encontra e para a qual ruma. Ninguém jamais sai da vida.
Adequando-se à saúde e à harmonia, o pensamento, a mente, o corpo, o perispírito, a matéria e as emoções receberão as cargas vibratórias benfazejas, favorecendo-se com a disposição para os empreendimentos idealistas, libertários e grandiosos, que podem ser conseguidos na Terra graças às dádivas da reencarnação.

Assim, portanto, cada um é o que lhe apraz e pelo que se esforça, não sendo facultado a ninguém o direito de queixas, face ao princípio de que todos os indivíduos dispõem dos mesmos recursos, das mesmas oportunidades, que empregam, segundo seu livre-arbítrio, naquilo que realmente lhes interessa e de onde retiram os proventos para sua própria sustentação.
Jesus referiu-se ao fato, sintetizando, magistralmente, a Sua receita de felicidade, no seguinte pensamento: – A cada um será dado segundo as suas obras.
Assim, portanto, como se semeia, da mesma forma se colherá.


Artigo.: Doenças Psicossomáticas
Por.: Divaldo Pereira Franco
Pelo espírito de Joanna de Ângelis
Do.: Livro “Autodescobrimento” (Ed. Leal)

Evangelho no lar



Nas palavras do espírito Meimei, "o lar é porto com que o Senhor nos conduz no extenso e furioso mar da vida terrestre". O que a autora espiritual quer nos transmitir, é que o lar deve ser recanto abençoado de paz e reconforto, para que nele, descansemos o corpo e o espírito das tribulações que no mundo afora somos forçados a enfrentar. Também para que possamos haurir no ninho doméstico energias renovadoras. E essa condição não pode ser satisfeita, senão atraindo para o lar a presença dos Espíritos Bons, que nos ajudam com sua influência benéfica, em vários sentidos.


Mas nem sempre, esse porto é tranquilo e sereno. Não é raro encontrar lares tão envenenados quanto o ambiente no mundo externo. Brigas contantes, disputas de espaço, ódio, ciúmes, indiferença, iniquidades de toda espécie, entre os próprios familiares, são sintomas evidentes de um lar desprotegido e desequilibrado. Quando cessam as possibilidades dos Espíritos Bons, ou dos Espíritos amigos, simpáticos e familiares, em manter a tranquilidade do ambiente doméstico, estes se afastam, e o lar fica à mercê dos Espíritos ignorantes, inescrupulosos ou perversos.
E daí, as consequências podem se desdobrar para as mais tristes e desastrosas imagináveis.

Neste estudo, vamos procurar abordar os aspectos desse assunto, desenvolvendo-o passo a passo, dentro de nossas possibilidades, as seguintes questões:

1. A importância e a necessidade da prática constante e disciplinada do evangelho no lar.
2. As possíveis restrições e dificuldades dessa prática. Como proceder com familiares obtusos, indiferentes, incrédulos, ou adeptos de outras doutrinas religiosas?
3. Como realizar a sessão, e quais percalços evitar?
4. Como incentivar e motivar a participação de crianças e adolescentes?
5. Como proceder em situações que dificultam ou impossibilitam a prática constante e regrada?
6. Quais leituras podem ou devem ser realizadas? Que modalidade de preces e vibrações devemos praticar?
7. Pré-sessão e pós-sessão. Como preparar o ambiente adequeadamente, e como manter e fazer bom uso dos benefícios recebidos?
8. Qual a extensão dos benefícios que podemos receber com a prática do evangelho do lar? É útil ou válido o esforço de tentar proteger o lar com a prece, quando outros residentes o mancham com iniquidades ou ações de baixa virtude?
9. Mediunidade. O que devemos saber sobre as sessões no lar onde os médiuns manifestam passividade?
10. Quem pode participar? Somente os espíritas? Como proceder no caso de um ou mais participantes, com opinião filosófica conflitantes com a doutrina, resolverem participar da sessão?

Estas e outras questões que serão lembradas ou sugeridas pelos colegas de estudo, poderão ser desenvolvidas, com o empenho de todos.

Quanto às referências bibliográficas, sintam-se todos à vontade para trazer material relevante, sem nos furtarmos, no entanto, às informações das obras básicas de Allan Kardec.

Será muito relevante também, comentários sobre experiências pessoais, sobre as melhoras percebidas no ambiente doméstico, ou qualquer outro enfoque que nos sirva de instrução.

Que Deus e seus benfeitores nos inspirem nessa tarefa. Que esse estudo renove nossas ideias, e nos instrua para o bem.